Foi com sala cheia e com um repertório muito natalício que no passado sábado decorreu o tradicional concerto de reis, no Museu Malhoa, nas Caldas da Rainha. Assim o museu deu as boas vindas a 2023 com um espetáculo de coros em parceria com a Liga dos Amigos do Museu José Malhoa e com a atuação do Coro Infantil do Conservatório de Caldas da Rainha, o Orfeão Caldense, o Coral das Caldas da Rainha e o Grupo Coral e Musical da Casa de Pessoal do Hospital de Caldas da Rainha.
Nicole Costa, diretora do Museu José Malhoa, do Museu da Cerâmica, abriu o concerto referindo que “iniciar o ano com cultura e arte é fundamental para que tenham um ano leve e de ação a favor do respeito, amor e empatia, que é o que me move”. Destacou ainda a importância da “cultura portuguesa e de manter as tradições do Dia de Reis”.
Em Caldas da Rainha a tradição assinala-se normalmente com música e este ano também foi assim, com o concerto que cativou o público e que encheu o Museu José Malhoa.
O Coro Infantil do Conservatório de Caldas da Rainha foi o primeiro a atuar, com a presença de vinte alunos, acompanhados por Márcia Santos e o professor de piano, Fábio Guia, responsáveis pelo grupo. Para este espetáculo levaram a peça “Loas à Chuva e ao Vento”, do compositor Lopes Graça. As crianças cantaram ainda a canção “Girassol”, de Margarida Fonseca Santos, que escreveu o livro Histórias de Cantar, que tem muitas canções infantis.
Márcia Santos diz que o coro está aberto a novos alunos, referindo que “sendo a voz o nosso instrumento musical primordial, é através dela que a criança pode, sem necessidade de conhecimentos musicais de base, iniciar a sua prática musical de conjunto”. “Sendo um espaço de convívio e de construção de amizades, o trabalho na aula desenrola-se de forma lúdica e divertida, mas, simultaneamente, séria e empenhada”, apontou.
O próximo espetáculo do Coro Infantil do Conservatório será no final do período letivo.
O Orfeão Caldense iniciou com as boas festas da Beira Baixa, seguido do tema natalício “A Noite de Natal em Castelo Branco”. Continuou com a Música de Carvalheira do Douro Litoral e seguiu ainda para o Fundão com o tema igualmente natalício “A noite tão Fria”. Após uma visita ao Alentejo com o “Natal de Elvas”, terminou no Algarve com “A Linda Noite de Natal”.
Ruth Horta é a maestrina ensaiadora e responsável pela direção musical de cerca de trinta coralistas, na sua maioria sem cultura musical, unidos pelo prazer de cantar e pelo agradável “convívio que os ensaios proporcionam”.
O Orfeão Caldense tem 88 anos de existência. Ensaia todas as quartas-feiras e segundo a responsável está “aberto a novos membros, nomeadamente pessoas mais jovens”.
O Coral das Caldas da Rainha levou ao concerto de reis cerca de vinte elementos que fizeram uma pequena atuação sob a orientação de Joaquim António Silva. Destaque para o Batuk Natalino do Menino Só, que cativou o público. “É uma peça de uma brasileira, Ana Yara Campos, e ela faz um trabalho muito interessante a nível sobretudo de coros infanto-juvenis”, explicou Joaquim António Silva.
No final cantaram uma música dedicada às janeiras recolhida em Peniche, de José Alberto Sardinha, onde “desafiei os coralistas a fazerem quadras alusivas a este concerto”, explicou o responsável. Houve quadras dedicadas à diretora do Museu, Liga dos Amigos, público e aos outros coros que participaram no evento.
O responsável quer cativar jovens para o Coral das Caldas da Rainha. O ensaio decorre às terças-feiras das 21h00 às 22h30, no auditório da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Este coro realiza regularmente concertos na cidade e na região, além de participar, a convite de outros coros, em diversos encontros.
O Grupo Coral e Musical da Casa de Pessoal do Hospital de Caldas da Rainha levou músicas animadas. O responsável, Júlio Branco, enfermeiro do Centro Hospitalar do Oeste, revelou que estiveram presentes no concerto cerca de vinte coralistas. Em maio vão participar no Encontro de Grupos Corais das Casas de Pessoal dos hospitais, que este ano se realiza na Galiza.
O grupo fez vinte anos fez em 2021. Com a pandemia não comemoraram, mas iniciaram o registo e gravação do seu repertório. “Vamos agora ultimar a gravação de uma série de músicas, em que algumas são nossas e outras fizemos arranjos”, revelou Júlio Branco. “No fim deste trabalho queremos apresentá-lo com um grande espetáculo, na primavera ou verão, para comemorar as duas décadas”, referiu.
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