Revelou que finalmente iniciaram a reabilitação do Centro de Saúde de Óbidos. O objetivo será passar para “Unidade de Saúde Familiar (USF) tipo A e passar depois para um projeto de USF tipo B, onde já se pode através de melhoramento das condições salariais atrair mais clínicos e assistentes técnicos”.
JORNAL DAS CALDAS – Há pouco mais de um ano, Filipe Daniel, tomou posse como novo presidente da Câmara de Óbidos. O cargo está a corresponder às suas expectativas?
Filipe Daniel – Desde sempre tive gosto por desenvolver trabalho para a comunidade onde nasci e cresci, que me ensinou e fez de mim aquilo que sou hoje.
Nunca fez parte de mim, lamentar e apontar apenas o que está mal, procurei sempre dar soluções. Essa é, e será sempre a minha forma de estar na vida, sabendo que é um desafio grande, tentarei sempre, ajudar a construir um “Mundo” melhor. Primeiro ainda em tenra idade nas escolas onde passei, mais tarde ligado ao Associativismo Cultural, Social e Desportivo, mais recentemente na Associação de Regantes de Óbidos (maior projeto de todos os tempos no Distrito de Leiria). Candidatar-me à Câmara Municipal de Óbidos (CMO) foi pensado no sentido de fazer ainda mais, numa maior dimensão, mas com a consciência do compromisso.
J.C. – Quais foram as principais surpresas, a maior deceção e a maior alegria?
F.D. – Diria que não foram surpresas, pois já estava de alguma forma à espera do que iria encontrar. A constatação da morosidade dos procedimentos é a maior dificuldade que encontro na função pública, ter tantas ideias para implementar e haver tanto para ainda inovar e desenvolver é castrador toda esta morosidade.
Como alegrias, destaco finalmente termos conseguido avançar com a reabilitação do Centro de Saúde de Óbidos, este equipamento é fundamental para o caminho que pretendemos seguir no melhoramento da Saúde no nosso concelho. Destaco ainda o capital humano que este município tem, fazer o que se faz com os recursos humanos que temos, é notável. Estamos a fechar um conjunto de procedimentos importantes para o concelho, fico naturalmente satisfeito com essa conquista, assim como na redução do tempo de resposta em solicitações da população.
J.C. – O PSD manteve a Câmara. Optou por uma política de continuidade em Óbidos?
F.D. – Depois da conquista da CMO em 2001 pelo PSD, seguiram-se anos de grande dinâmica e grandes conquistas, a população reconhece isso e continua a mostrar a confiança aqueles que sabem onde estão e para onde querem ir. Passados 20 anos de PSD, houve uma renovação, mostramos disponibilidade e a população disse SIM. Quanto à questão da continuidade, será para continuar a fazer o que de bem fazemos e continuar a inovar e desenvolver o que ainda não foi feito (ainda há muito para ser feito), naturalmente com cunho próprio deste novo executivo.
J.C – Quais são as marcas fortes do Orçamento para 2023?
F.D. – Considero que temos que ter uma visão macro e preparar o nosso concelho para onde este deve estar daqui por 20, 30, ou mesmo 50 anos e para tal estamos a preparar um conjunto de intervenções nesse sentido, como exemplo refiro-me a termos finalmente o Quartel da GNR iniciado, ao projeto da Mobilidade Suave com ligação a Caldas da Rainha, Construir o Edifício Multisserviços de fácil acesso para todos, reabilitar o Aqueduto da Usseira, melhorar o complexo Municipal Desportivo, desenvolver Comunidades de autoconsumo e/ou Energias renováveis, desenvolver um Mercado para frescos por forma a criar uma maior proximidade entre a produção agrícola e o consumidor final, entre outros projetos de grande dimensão. Depois teremos que ter presente que existem os problemas do dia a dia da população e não deixar de dar resposta em tempo oportuno, como exemplo são os melhoramentos de redes viárias, em alguns casos com ciclovia e/ou passeios pedonais, passeios nas aldeias e resolver estruturalmente abastecimento, saneamento e pluviais.
J.C – Como é a saúde financeira da autarquia?
F.D. – Contrariando os sinais dados pelo o atual governo, fruto de uma boa gestão e políticas aplicadas pelo atual e anteriores executivo da CMO, encontramo-nos de boa saúde.
J.C. – Aguarda-se que 2023 seja um ano muito difícil. Depende dos efeitos da guerra, depende de a inflação começar a descer ou não crescer, depende da resolução dos problemas da energia e do custo da energia. Qual a sua análise para o ano novo?
F.D. – Diria que nunca houve anos fáceis, tem havido alguma, para não dizer muita instabilidade. É precisamente por toda esta instabilidade que se devem tomar medidas de fundo em vez de se andar constantemente com medidas contínuas de mitigação. O facto de não se pensar a médio-longo prazo leva a que se ande constantemente neste “limbo”. Os políticos devem ter a coragem de tomar medidas que não sejam populistas nem demagogas, decidir em função do que deva ser e não do que os “outros” queiram ouvir ou ver, devem pensar em servir, não em se servir. Depois da esmola dos 125 euros e eventualmente mais 50 euros por descendente, e passado o valor do subsídio de natal e festividades, iremos apanhar um primeiro trimestre mais duro. Do ponto de vista de impacto acredito que pelo facto de sermos um destino barato, onde se vive bem e seguro do ponto de vista do mercado externo, tende a haver algumas oportunidades.
J.C. – A falta de resolução para os problemas de saúde tem sido constante em Óbidos? O que está a pensar fazer nesta área?
F.D. – Conseguimos como disse, finalmente iniciar a reabilitação do Centro de Saúde de Óbidos. Assim, com melhores condições de trabalho, será possível fixar profissionais na área da Saúde no concelho. O objetivo será passar para Unidade de Saúde Familiar (USF) tipo A e passar depois para um projeto de USF tipo B, onde já se pode através de melhoramento das condições salariais atrair mais Clínicos e Assistentes Técnicos, dando resposta às necessidades do Município. Enquanto não chegarmos ao pretendido o executivo da CMO está a preparar um procedimento para garantir com um seguro Municipal de Saúde para dar resposta, contando com assistencialismo no cuidado de saúde.
J.C. – No primeiro semestre o Ministro da Saúde vai decidir e divulgar a localização do novo Hospital do Oeste. Onde é que defende que a unidade seja construída ou para si é importante que seja uma realidade independente da localização?
F.D. – O mais importante e para bem da população é que seja construído o mais breve possível, independentemente da localização e com respostas necessárias e adaptadas à realidade, assim como para futuro.
Uma vez feito o estudo sobre a possível localização do Novo Hospital do Oeste realizado a pedido da CIM Oeste e entregue ao Sr. Ministro, será da sua responsabilidade definir qual a sua localização.
Naturalmente que pretendia que ficasse localizado onde foi proposta de Óbidos (36ha) e Caldas (24ha), pois tinha todas as condições, quer de acessibilidade, quer de mobilidade, quer ainda de área e com potencial de crescimento caso fosse necessário. Espero que seja como disse uma realidade dentro muito em breve e que não aconteça como o aeroporto onde se investiram milhões de euros e tempo perdido e ainda nada.
J.C. – Daqui a 4 anos como é que espera ver Óbidos?
F.D. – Espero que se encontre ainda mais bonito, desenvolvido, sustentável, mais atrativo e seguro para se viver em qualidade. O embelezamento da Vila é algo em que estamos a trabalhar, a defesa do nosso património está a ser trabalhada há vários meses e será uma realidade, há bons indicadores em relação ao Aqueduto, queremos mais tarde preparar para reabilitar a Cidade Romana Eburobrittium. Estamos também a trabalhar no sentido de desenvolver oportunidades nas freguesias, gerando oportunidades e mantendo-as “vivas”.
J.C. – Óbidos comemora a 11 de janeiro o Feriado Municipal. Quais os pontos altos das comemorações de 2023?
F.D. – Estamos a preparar e vai ser surpreendente uma vez mais.
J.C. – Num cenário económico mais negativo em 2023, já tem algumas medidas pensadas para ajudar a população e empresas em Óbidos?
F.D. – Temos um regulamento que permite dar o apoio necessário a pessoas e empresas, caso existam necessidades suplementares serão avaliadas e devidamente tratadas. Além disso aumentamos o apoio no incentivo à natalidade para 1000 euros/criança com o programa Enxoval, encontra-se também em discussão pública a tarifa social da água, entre outras medidas disponíveis.
J.C. – Tem apostado na continuidade dos eventos. Há alguma novidade para 2023?
F.D. – Apesar de termos mantido os eventos, foi necessário fazer um rebranding aos existentes, ainda que correndo riscos, correu muito bem, superando em alguns casos a nossa expectativa. Demos nova vida ao Latitudes. Para 2023 está planeado haver um evento de Gamming, Gadgets e Programação.
Gostaria de em 2024 ter o evento de Agrotecnologia ligado à Fruticultura, Horticultura e Viticultura.
J.C. – Vai candidatar-se nas próximas eleições autárquicas?
F.D. – É cedo para responder a isso, mas se estivéssemos a um ano de eleições e com a vontade que tenho de querer melhor o concelho, seguramente que sim!
J.C. – O que deseja para Óbidos em 2023?
F.D. – Para Óbidos desejo que continue a ser um destino de eleição, que continuemos a ser reconhecidos com prémios importantes a nível nacional, mas que acima de tudo seja um local onde as pessoas se sintam bem e gostem de viver.
J.C. – Mensagem de Feliz Ano Novo aos obidenses?
F.D. – Aos Obidenses, desejo acima de tudo um 2023 cheio de saúde, paz e concretização pessoal. Desejo que nas dificuldades sejam corajosos, que o ciclo que encerra tenha sido um ano de aprendizagem para mais um ano, mas que procuremos dar sempre o nosso melhor para que nunca nos falte harmonia.
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