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1º Fórum celebrou 75 anos da Casa da Saúde

Ministra disponível para ajudar Montepio Rainha D. Leonor a procurar financiamentos 

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A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, alertou o Montepio Rainha D. Leonor (RDL) para as oportunidades de financiamento dos fundos comunitários, salientando que “os apoios só chegarão se souberem apresentar projetos verdadeiramente inovadores”.
Francisco Rita, Ana Abrunhosa e Carlos Aurélio Santos

1º Fórum celebrou 75 anos da Casa da Saúde

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, alertou o Montepio Rainha D. Leonor (RDL) para as oportunidades de financiamento dos fundos comunitários, salientando que “os apoios só chegarão se souberem apresentar projetos verdadeiramente inovadores”.

A governante falava no 1º Fórum do Montepio-RDL, evento comemorativo dos 75 anos da Casa da Saúde – Montepio nas Caldas da Rainha que decorreu no dia 30 de novembro, na Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim).

No início da sua intervenção fez referência ao novo Hospital do Oeste, frisando que o seu papel é encontrar o financiamento para a unidade e que não irá interferir na localização. “O importante é que o ministro da Saúde tome uma decisão e que as infraestruturas que existem continuem a ter uma missão no Serviço Nacional de Saúde”, dando o exemplo da necessidade de alargar a rede de cuidados continuados.

Falou depois das oportunidades de financiamento, quer no Portugal 2030 quer no Plano de Recuperação e resiliência (PRR). No Portugal 2030 haverá uma verba de 24 mil milhões de euros que vai “continuar a apoiar equipamentos na área da saúde e na área social”. “E esses fundos dão privilégio a projetos que promovam a autonomia das pessoas com o acompanhamento nas suas casas e que o façamos de uma forma inovadora e não basta apenas o serviço domiciliário”, disse a ministra.

Para isso, “temos que muitas vezes nos associar a universidades ou outras identidades para apresentar candidaturas vencedoras”, adiantou.

Segundo Ana Abrunhosa, terá de haver “articulação com a Comunidade Intermunicipal e o município” para que “tenhamos a visão da rede que existe no território”.

A governante deu o exemplo das “unidades residenciais com grande procura que podem concorrer como empresas aos sistemas de incentivos, porque em algumas situações são quase tratadas como hotéis e têm apoios bastante atrativos, que podem ir até 75% e 30% a fundo perdido”.

Ana Abrunhosa falou ainda do empréstimo sem juros, que é bastante atrativo, desde que “seja um projeto que tenha receitas e que se pague a si próprio”.

A governante disse que no orçamento do estado para 2023 prevê-se a restituição do IVA suportado pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

“Está na hora de inovar os cuidados domiciliários”

A ministra da Coesão Territorial falou também da “Estrutura de Missão Portugal Inovação Social” que apoia projetos que proponham “abordagens alternativas e inovadoras para responder a problemas sociais concretos”. “Aqui podem entrar como parceiros com uma parte do investimento e a ideia é que a instituição resolva um problema da sociedade de forma inovadora”, referiu.

“Acho que podem ter um papel muito importante nos projetos verdadeiramente inovadores”, disse a governante, aconselhando a instituição a candidatar-se aos “sistemas de incentivos, que serão os primeiros avisos a abrir”.

Ana Abrunhosa disponibilizou-se a promover uma reunião de trabalho na OesteCim com a direção do Montepio RDL com o intuito de “falar dos diferentes apoios disponíveis e ajudar a instituição a apresentar uma boa candidatura”. 

Isto depois de o presidente do conselho de administração do Montepio, Francisco Rita, ter dito à ministra que têm como desafio criar a nova Casa da Saúde do Montepio nas novas infraestruturas que associação mutualista adquiriu há quatro anos (antigo edifício da EDP). “Estamos neste momento seriamente a trabalhar para transformar o novo edifício numa nova unidade do Montepio RDL, com o alargamento e modernização da sua atividade”, indicou.

O responsável lembrou que o edifício existente não “tem condições físicas para poder colocar áreas altamente técnicas como internamento e blocos operatórios” e que estão neste momento a “desenvolver o projeto para a construção de um novo bloco que será para a área mais técnica”. “Já temos o layout feito e está em pleno estudo de pormenor”, apontou, revelando que o edifício existente albergará as consultas, cuidados continuados, entre outros serviços”. O objetivo é, segundo Francisco Rita, “termos umas instalações condignas para podermos crescer e dar complementaridade ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.  

Quanto aos apoios descritos pela ministra, o presidente da direção do Montepio referiu que “o nosso interesse nesta sessão é sabermos como é que nos devemos preparar para assim que abrirem os avisos podermos concorrer”.

“No espaço que temos atualmente é impossível gerar riqueza suficiente para fazermos a intervenção. Temos que arranjar um espaço para poder gerar o capital suficiente para poder suportar os custos”, contou.

Revelou que vão aproveitar a disponibilidade que Ana Abrunhosa deixou para ajudar. “Também vamos trabalhar numa interligação com a OesteCim, porque estão a pôr o enfoque em estruturar o desenvolvimento por regiões”, adiantou.

O presidente do conselho de administração do Montepio manifestou entretanto que é preciso que o Estado cumpra os acordos que faz, porque neste momento “nos cuidados continuados há cinco anos que não há atualizações de preços”. “Estamos a ter saldo negativo com cada doente que temos. Estamos nós a subsidiar o Estado”, revelou, acrescentando que “é preciso o Estado cumprir as suas obrigações”.

Transformação digital do Montepio RDL

O economista José Mendes Ribeiro levou à sessão o tema da transformação digital na saúde. O membro do Conselho de Administração do CESADI – Centro de Saúde Digital disse que “não é por fazermos muitos hospitais que melhoramos a saúde”, revelando que a aposta é na “saúde digital”. Segundo este responsável, a prestação de cuidados primários através da telemedicina e investir nos cuidados e na hospitalização domiciliária em parceria com os agrupamentos de centros de saúde e hospitais do SNS são oportunidades para o setor social a curto prazo.

Coube a Paulo Ribeiro, vogal do Montepio RDL, falar dos vários processos em transição digital da instituição, como Mysenior, Gestão Documenta (KOMI Doc), Sistema de Gestão de Fila (Patient Journey), Transição dos Servidores para a Cloud e Sistema de Gestão Hospitalar (M1) e a app (Montepio) que estarão concluídos em junho do próximo ano.

Paulo Ribeiro referiu que o objetivo da maior transformação digital do Montepio é a sustentabilidade. Estão também num processo de reestruturação de reduzir o consumo energético no qual pretendem em 2023 poupar mais de 10 mil euros.

Quanto à transição digital, Francisco Rita revelou que estão a terminar a migração total de toda a informação para a cloud, com o intuito de “não circularem papéis e o processo funcionar por via eletrónica”.

Vai brevemente ser instalado o “sistema de gestão de filas com uma aplicação que permite que as pessoas em vez de estarem à espera no Montepio possam ir fazer as suas compras ou aquilo que precisarem enquanto aguardam a consulta”. “Temos ainda um novo sistema informático para a gestão de toda a estrutura hospitalar que já está a ser implementado e que vai permitir, através de outra aplicação, fazer medicina em casa”, relatou.

“Tínhamos duas opções: uma era ficarmos à espera de haver fundos e continuarmos sem capacidade de trabalhar ou então arriscar e avançar”, referiu, revelando que “a digitalização da saúde é o futuro”.

Maria de Belém Roseira

forum montepio 2
Maria de Belém Roseira e João Sá Nogueira

O evento, que começou de manhã, contou com a presença de diversos oradores, que falaram sobre o papel da instituição no setor social da saúde, assim como das perspetivas de futuro para este setor.

Entre os convidados estiveram a ex-ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, que presidiu à cerimónia dos 50 anos da Casa da Saúde e agora voltou para a comemoração dos 75 anos.

Realçou a importância da abertura à modernidade e à transição digital “ajustados aos princípios e valores que guiam os estados democráticos, o único onde há espaço para o desenvolvimento dos direitos humanos”. “Quando a União Europeia nos transfere fundos para a nossa modernização e isto na medida que a saúde é a segunda prioridade que aparece na estratégia na transição digital, Portugal está atrasadíssimo”, contou. “Temos uma parte do PRR virada para a transição digital, sendo que com a mudança de ciclo político na saúde a ideia do atual Ministério é realmente que não pode fazer as coisas sozinho, tem que articular com o setor da economia social”, acrescentou.

“Nova informação sobre novo Hospital vai ser entregue ao Governo”

A sessão de abertura contou com a intervenção do presidente da Câmara das Caldas, que tendo em conta a transferência de competências na área da saúde para breve, o que será um grande desafio para o Município, partilhou com os presentes que a autarquia está neste momento a desenvolver a Estratégia Municipal da Saúde, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública, que tem como principal objetivo “traçar o perfil e necessidades do concelho, nomeadamente a utilização de serviços e caraterização dos determinantes sociais da saúde assim como a elaboração de um relatório com recomendações de programas prioritários de intervenção tendo em conta a agenda 20-30 da ONU”.

Segundo Vitor Marques, esta informação “será entregue ao Governo, neste caso ao ministro da Saúde, para que possa ter mais informação que capacite os decisores políticos na tomada de decisão acerca da localização e o dimensionamento e perfil do futuro Hospital para a nossa região, que defendemos que deve ser nas Caldas”.

Para Vitor Marques, o hospital da zona Oeste “não pode funcionar de uma forma isolada e tem de ser integrado naquilo que é a saúde pública a nível nacional”.

A oferta que coloca para o futuro Hospital do Oeste é um terreno entre “Caldas e o concelho de Óbidos a 900 metros da A8, a 1600 metros do acesso à A15, e proximidade da linha ferroviária, num eixo que vem de Mafra até Alcobaça e Nazaré”, adiantou.

O autarca falou ainda dos “muitos utentes sem médico de família”.

Montepio está disponível para colmatar falta de médicos de família

O presidente do conselho de administração do Montepio disse que a instituição está disponível para fazer uma parceria com o SNS para ajudar na falta de médicos, no que diz respeito aos cuidados de saúde primários no concelho das Caldas da Rainha. 

O Montepio tem uma maior procura por parte de consultas de atendimento permanente. “Temos vários utentes que não tendo resposta nos centros de saúde vêm ao Montepio, o que resultou a duplicação das consultas”, contou Francisco Rita. “O nosso diretor clínico conseguiu captar mais clínicos e estamos a duplicar a oferta e neste momento temos já em grande parte dos dias da semana dois médicos a fazer o serviço de atendimento permanente”, revelou o responsável.

Paulo Simões, secretário-geral da OesteCim, que também interveio na sessão de abertura realçou o papel incontornável da economia social.

A sessão de encerramento contou com a participação do vice-presidente da APM-Redemut e do Montepio Geral, Fernando Amaro, que falou sobre o “Papel das associações mutualistas no setor social”.

O presidente, João Sá Nogueira, e o antigo presidente, Carlos Aurélio Santos, da Mesa da Assembleia Geral do Montepio RDL, foram os moderadores do evento.

O Montepio RDL é uma associação mutualista fundada em 11 de março de 1860.

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