Diga 33 – Poesia no Teatro encerra o quinto ano de atividades com uma noite dedicada a Mário Botas (Nazaré, 1952 – Lisboa, 1983), na Sala-Estúdio do Teatro da Rainha, nas Caldas da Rainha, no dia 13 de dezembro, pelas 21h30.
O valor da entrada é de dois euros. Será necessária a realização de uma reserva prévia pelo telefone 262823302.
Se ainda são poucos os que conhecem a obra do artista plástico, menos serão os que sabem ter ele sido também autor de alguns poemas.
Algumas publicações relativamente recentes têm vindo a tornar claro o interesse por esse legado. Entre elas, salientam-se a obra “Aventuras de um Crânio e Outros Textos” (Averno, Dezembro de 2012) — volume em que se coligem poemas, cartas, depoimentos, entre outros escritos — e a antologia “Falar dele no céu de uma paisagem” (volta d’mar, Setembro de 2021), poemas para Mário Botas assinados por quatro dezenas de autores.
Nascido na Nazaré a 23 de dezembro de 1952, foi nessa vila piscatória que passou a infância e a adolescência. O gosto pela pintura veio do convívio com o primo António Laranjo, também ele pintor. Em 1970, mudou-se para Lisboa a fim de estudar medicina. A primeira exposição individual deu-se no ano seguinte na Comissão Municipal de Turismo da Nazaré. Terminou o curso de Medicina em 1975.
Leitor insaciável, manteve contacto próximo com vários escritores. Ilustrou livros de Raul Brandão, Almeida Faria, António Osório, sendo também muito divulgados os retratos que produziu de alguns dos seus escritores preferidos ou os desenhos sobre temas do Antigo Testamento.
Em 1977 descobre que padece de leucemia, partindo no ano seguinte para Nova Iorque em busca de tratamento. Conhece aí o músico John Cage, a quem dedicou um texto sobre “A Dip in the Lake”. Morreu com apenas 30 anos, em Lisboa, vítima da doença que o atacara seis anos antes.
Para nos falar de Mário Botas estarão presentes o escritor Jaime Rocha e o editor Mário Galego, ambos naturais da Nazaré. O primeiro é pseudónimo literário de Rui Sousa Fernando, jornalista que entrevistou Mário Botas em 1971. O segundo é editor da volta d’mar, responsável pela organização e publicação da antologia “Falar dele no céu de uma paisagem – poemas para Mário Botas”.
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