Os 130 anos do naufrágio do vapor inglês SS Roumania na Foz do Arelho foram assinalados no passado dia 6 na Serra do Bouro, no concelho das Caldas da Rainha, onde estão sepultados alguns corpos.
A comissão organizadora, encabeçada pelo Centro Cultural e Recreativo da Serra do Bouro, com o apoio da União de Freguesias das Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra do Bouro, realizou uma cerimónia religiosa no chamado “cemitério dos ingleses”, com a colocação de uma coroa de flores e apresentação da placa alusiva aos 130 anos.
Teve lugar uma missa em honra dos náufragos e um almoço no Centro Cultural e Recreativo da Serra do Bouro, seguido de exposição e palestra por Miguel Castro, que se tem dedicado à investigação deste naufrágio.
Foram revelados mais pormenores e mostrados alguns objetos que iam no barco, como por exemplo tecidos de chita que faziam parte da carga, uma lanterna a petróleo e uma colher de prata da companhia marítima proprietária do navio.
O evento, com cerca de duas centenas de pessoas, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vitor Marques, da vereadora da Cultura, Conceição Henriques, do presidente da União de Freguesias de Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra do Bouro, Nuno Santos, e também da cônsul da Embaixada Britânica em Portugal, Simona Demuro.
O vapor inglês, com 111 metros de comprimento, que navegava de Liverpool, na Inglaterra, para Bombaim, na Índia, naufragou na madrugada de 28 de Outubro de 1892. Não há consenso sobre o número de pessoas que iam a bordo – entre 114 e 122 –, e as que se salvaram – 8 ou 9. Terá sido um dos maiores desastres ocorridos na costa portuguesa em perda de vidas humanas, entre passageiros, tripulantes europeus e embarcadiços indianos.
O navio desviou-se da sua rota e encalhou, indo ao fundo. Os cadáveres dos náufragos espalharam-se pela costa e menos de meia centena foram recuperados. Alguns corpos foram sepultados no cemitério da Serra do Bouro, num núcleo próprio a que se chamou “cemitério dos ingleses”.
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