João Miguel Magalhães, de 53 anos, foi a vítima mortal do incêndio ocorrido no primeiro andar de um prédio no fundo do Beco do Borralho (transversal sem saída à Rua Heróis da Grande Guerra), no centro da cidade das Caldas da Rainha, na noite deste sábado.
O antigo contínuo num estabelecimento de ensino caldense era o único morador e foi encontrado pelos bombeiros caído no chão da sala, junto ao sofá, enquanto as chamas lavravam no quarto, onde se confinou o fogo. Mas o fumo estava espalhado por toda a casa e a intoxicação por monóxido de carbono terá sido fatal para o homem.
Os bombeiros, que compareceram com nove elementos e três viaturas – um veículo de combate a incêndios urbanos, um veículo-escada e uma ambulância – retiraram de imediato o morador para o exterior da residência e efetuaram manobras de reanimação, após verificarem que a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória.
A tentativa de reversão da situação contou com a ação complementar da equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) da unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste, que, contudo, não obteve sucesso, pelo que o óbito foi declarado pelo médico da VMER e o corpo foi transportado pelos bombeiros de Óbidos para o Gabinete Médico Legal do Oeste, em Torres Vedras, de modo a ser feita a autópsia, após determinação da Procuradora da República do Departamento de Investigação e Ação Penal da Marinha Grande.
A vítima vivia em situação de pobreza e não tinha eletricidade em casa, recorrendo a velas, o que poderá estar na origem do fogo, sob investigação da Polícia Judiciária de Leiria, que recolheu vestígios após comunicação da PSP.
Os três residentes no segundo andar, de 27, 30 e 34 anos e de nacionalidade guineense, foram quem se aperceberam do incêndio e deram o alerta, pelas 23h19.
Não sofreram ferimentos mas tiveram de sair de casa através da varanda, saltando para o varandim do prédio contíguo, por haver muito fumo nas escadas, tendo sido retirados pelos bombeiros caldenses.
Tiveram de ser alojados pela Proteção Civil numa unidade hoteleira, devido à inexistência de condições para permanecerem no imóvel, por causa do risco de intoxicação.
Segundo Gui Caldas, coordenador do Serviço Municipal da Proteção Civil, neste domingo “foi feita a verificação técnica do edifício” e estavam reunidas “as condições higiénico-sanitárias e de segurança para poderem regressar à casa”.
No rés-do-chão as instalações pertencentes a uma ourivesaria sofreram alguns danos devido à água utilizada no combate ao incêndio. Estiveram envolvidos nas operações relacionadas com o sinistro dezoito operacionais e oito viaturas dos bombeiros das Caldas da Rainha e de Óbidos, da VMER, da Proteção Civil, da PSP e da PJ, ao longo de mais de três horas e meia.
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