Foi com o apoio de familiares, entidades, autarcas e muitos amigos que José Viegas lançou, no passado dia 29, no restaurante Cais do Parque, o seu livro “A Terapia do Flamingo”, que reúne 43 crónicas. Mais do que um livro, “A Terapia do Flamingo” é uma compilação pessoal que traz para o papel muito do que o que o autor escreveu no seu blogue “1000 Conversas”, com conteúdos sobre a sua vida.
José Viegas escreve desde 2006 num blogue intitulado “1000 Conversas” e no confinamento devido à pandemia decidiu fazer uma recolha de todos os textos e escrever um livro. A coragem de o editar só surgiu há poucos meses devido à “responsabilidade que sinto que é escrever e lançar um livro, expondo-me e sujeitando-me à crítica”.
“Estou muito feliz e orgulhoso deste livro. Estão aqui as pessoas que desejava”, disse durante a apresentação no restaurante situado no Parque D. Carlos I.
“A Terapia do Flamingo” reúne histórias, parte delas pessoais. É um livro muito biográfico sobre a sua infância, aventuras com seus amigos e sobre a sua terra natal, o Porto. “Quem o ler conhece melhor aquilo que eu sou e encontra outra faceta minha”, declarou o autor.
Para José Viegas escrever um livro “não é fácil” porque “tem que ser maturado, vivido, rasgado, emendado, muito trabalhado e tem que sair da alma”.
Revelou que foi feito “numa altura difícil da sua vida e que lhe deu força para ultrapassar os obstáculos colocados à frente”.
O autor encontra-se a trabalhar num outro livro, um romance passado no Porto, que espera lançar para o ano. Pretende também editar uma outra obra de crónicas.
António Marques, grande amigo de José Viegas, fez a apresentação do livro. Elogiou as qualidades humanas, do autor, recordando que é fundador e presidente desde 2011 da associação de solidariedade “Ordem do Trevo”, que continua a apoiar famílias carenciadas das Caldas.
Falou do título do livro, “Terapia do Flamingo”, que carateriza “uma ave que corre o mundo inteiro para os lugares mais agradáveis nas alturas que é necessário”. “Quando nós percorremos estas crónicas são profundamente metafóricas. Trata-se de um percurso de vida que acorda o coração do autor e ele mostra-nos muita coisa do Norte, não negando que é do Porto”, contou.
No seu entender, é um livro de 150 páginas “que se podem ler numa noite e onde estamos presos às palavras de José Viegas”. “É interessante como ele voa com as palavras todas genuínas”, relatou.
A opinião é partilhada por Rui Vieira, que também elogiou as qualidades de José Viegas, que conheceu numa altura difícil da sua vida e que a partir daí “ele nunca me largou e esta decisão dele fez com que eu criasse um lugar na minha vida também para ele e essa é das razões que eu acho que a sua esposa e os filhos devem ter um orgulho enorme nele”. “Eu tenho quatro filhos e quando chegar à idade dele gostava de fazer isso com outras pessoas e que os meus filhos olhassem para mim e dissessem ‘eu quero ser assim também’”, manifestou.
Perante as pessoas presentes que encheram o Cais do Parque, Rui Vieira disse que “o livro é incrível e as histórias são para ser lidas a beber um cocktail ou um chá”. Com esta leitura “conseguimos perceber como o autor está na vida e a forma como ele é”.
A vereadora da Câmara das Caldas responsável pelo pelouro da cultura, Conceição Henriques, que esteve presente na sessão, expressou que o livro de crónicas é um dos seus géneros favoritos porque a crónica “é o texto que fala da passagem do tempo”. “As crónicas são sempre muito cheias de cultura, porque a cultura é justamente aquilo que as pessoas em conjunto metem dentro do tempo”, referiu.
A sessão foi abrilhantada com a atuação musical da banda caldense Twin Motion, com Rui Vieira e Inês Vieira de Carvalho.
José Viegas, que plasmou nas suas crónicas o amor à cidade do Porto, desde menino que tem gosto pela leitura e escrita, herdadas do seu pai. Para além da sua atividade profissional (bancário), foi atleta de ténis de mesa, passando pelas seleções nacionais.
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