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Plano vai proteger concelho das cheias e combater alterações climáticas

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O presidente da Câmara das Caldas disse que uma das prioridades do Município é assumir compromissos para a sustentabilidade ambiental e considera necessária uma “adaptação às alterações climáticas a fim de prever os seus efeitos e tomar medidas adequadas para prevenir ou minimizar os impactos”.
Abertura do workshop sobre o “Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas das Caldas da Rainha”

O presidente da Câmara das Caldas disse que uma das prioridades do Município é assumir compromissos para a sustentabilidade ambiental e considera necessária uma “adaptação às alterações climáticas a fim de prever os seus efeitos e tomar medidas adequadas para prevenir ou minimizar os impactos”.

Vitor Marques discursava no auditório da Expoeste, no passado dia 14, na iniciativa “Oeste Adapta”, de partilha de conhecimentos para o “Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas das Caldas da Rainha” – PMAAC-CR, que se encontra atualmente em elaboração e que “vai proteger o concelho das cheias rápidas e inundações, da seca permitindo a reutilização de águas, dos incêndios rurais e florestais, das ondas de calor, noites tropicais, ventos fortes, entre outros”. 

Segundo o autarca, o projeto iniciou em 2018, desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) em parceria com o CEDRU – Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda., a Vestlandsforsking, da Noruega e o município das Caldas da Rainha, que culminou com a elaboração do Plano Interno Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas. “Com os resultados daquele plano encontramo-nos a desenvolver o PMAAC-CR, que“permitirá definir um conjunto de ações a implementar até 2030 e tornará o nosso concelho mais resiliente aos impactos”, indicou.

Mas para Vitor Marques, “ter este documento pouco vale se não for monitorizado” ou se não tivermos a capacidade de “reajustar às novas realidades”. Deu o exemplo “da pandemia, em que qualquer estratégia caiu por terra, ou a guerra, que ninguém esperava no centro da Europa”.

O presidente alertou para os perigos das alterações climáticas e apelou à “ação conjunta na elaboração do documento que “ajudará o município a decidir o caminho e a integrar as medidas certas nas suas políticas de desenvolvimento para melhorar a capacidade de resposta e minimizar as catástrofes ambientais”.

Na sua intervenção, Vitor Marques recordou que a Câmara tem dado “um contributo positivo e relevante neste domínio”, procurando soluções que permitam a “redução de emissões de gases com efeito de estufa, instalações na iluminação pública e dos edifícios municipais com energia LED, na procura de soluções que permita energia através de energias renováveis, renaturalização de linhas de água do concelho, renovações de redes de abastecimento de água e diminuindo as percas de um bem tão precioso”.

Revelou que estão a desenvolver alguns projetos como a criação do “parque urbano das Águas Santas e um novo espaço de sombreamento e lazer numa das entradas da cidade”.

Vitor Marques salientou ainda que o plano, que estará concluído em maio de 2023, “surge da articulação com várias entidades, para uma atuação responsável, tratando-se de um documento transversal aos vários setores e atividades.

“As pessoas estão hoje mais conscientes em relação às alterações climáticas e queremos vincar o nosso compromisso de adaptação”, declarou.

Economia verde para repensar novos modelos de negócio

Paulo Simões, primeiro secretário da OesteCim, salientou que vivemos atualmente num mundo que está rapidamente confrontado com duas dimensões estruturantes, que é “a transição climática e a transição digital”. São para Paulo Simões, dois desígnios que “quem não conseguir acompanhar vai ter dificuldade em acompanhar os desafios do futuro”.

Na sua intervenção, sublinhou que pretendem para região Oeste “um desenvolvimento económico e sustentável a este novo desafio”.  “Temos que aproveitar as oportunidades que esta economia verde pode trazer no âmbito da eficiência energética, reaproveitamento das águas, todas estas dimensões que são uma realidade e que vão obrigar a repensar modelos de negócio e que vai obrigar a aparecer novos negócios”, referiu.

Além do respeito pelo planeta, Paulo Simões apontou que é preciso criar “valor diferenciado com empregos mais qualificados e melhor remunerados”. “As políticas públicas têm que estar à frente do processo, mas temos que criar ecossistemas favoráveis para que novas empresas e novos empreendedores apareçam com propostas de valor no âmbito da economia verde e da economia digital e que o Oeste esteja na vanguarda destas oportunidades”, adiantou.

O primeiro secretário da OesteCim salientou que estão completamente empenhados em ser um “território verde e sustentável”, mas acima de tudo uma região que “crie riqueza, valor público e privado”.

“Conseguir ter uma ferramenta mais estruturada de monitorizar a informação para tomar as decisões”, é para este responsável o desafio deste plano.

Agricultura das Caldas irá mudar com as alterações climáticas

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Uma redução da precipitação irá afetar a agricultura do concelho e região
 

Heitor Gomes, diretor-adjunto do CEDRU e coordenador do documento, disse ao JORNAL DAS CALADS que o PMAAC-CR será uma “leitura global e um diagnóstico exaustivo, desde a caraterização à sonorização climática até 2100, e depois resulta num conjunto de medidas e de ações para concretizar até 2030”.

Segundo este responsável, o município é o ator “essencial”, mas terá que “trabalhar com todas as entidades dos vários setores, desde o privado ao social, para poder concretizar”. “A câmara depois deverá apresentar um conjunto de ações muito dirigidas para os munícipes, tais como por exemplo alguém que queira construir uma casa a possa fazer com materiais mais ajustados àquilo que é adaptação às alterações climáticas ou de reaproveitamento das águas da chuva”, explicou.

Aquilo que pretendem com o PMAAC-CR irá “permitir ter orientações e ações muito concretas para este horizonte temporal”. “Eu diria que vai ser o guião orientador do processo de adaptação às alterações do clima a nível municipal”, sublinhou.

Neste plano, estarão “explanados quais são os riscos identificados no concelho e que, caso nada seja feito, podem acontecer, para que possamos ao nível do município, das pessoas e das entidades tomar medidas para reduzir os riscos”.

Questionado quais os riscos mais preocupantes para o concelho das Caldas, Heitor Gomes relatou “dias mais quentes e uma redução muito significativa da precipitação, que irá afetar nomeadamente a agricultura do concelho e região”.

“Estas duas questões em conjunto irão levar-nos a um novo paradigma do que será a agricultura nas Caldas da Rainha e da região Oeste, que daqui a vinte ou trinta anos não será a agricultura que nós conhecemos hoje”, contou. 

De modo a envolver a comunidade local no processo de construção da estratégia de adaptação, foi constituído um Conselho Local de Adaptação, destinado à validação da estratégia local e à discussão de medidas e de ações de adaptação do PMAAC-CR, que integra várias entidades que poderão contribuir para este processo.

Neste contexto, depois das intervenções decorreu com os participantes convidados um workshop em grupos com o intuito de partilhar conhecimentos para a elaboração do plano local de adaptação às alterações climáticas.

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Haverá dias mais quentes devido às alterações climáticas
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