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 Município cede o terreno

AIRO cria “comunidade de energia” para baixar custos energéticos das micro e pequenas empresas

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A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) vai avançar com um projeto inovador para fornecer energia a preços competitivos às micro e pequenas empresas das Caldas da Rainha, que permitirá aos empresários passar a ter um custo por KWH de cerca de “0.09 cêntimos da energia produzida na comunidade a par dos cerca de 0.18 cêntimos que pagam atualmente na sua fatura”.
Assinatura do protocolo entre a Câmara e a AIRO para a cedência do terreno

A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) vai avançar com um projeto inovador para fornecer energia a preços competitivos às micro e pequenas empresas das Caldas da Rainha, que permitirá aos empresários passar a ter um custo por KWH de cerca de “0.09 cêntimos da energia produzida na comunidade a par dos cerca de 0.18 cêntimos que pagam atualmente na sua fatura”.

A criação da comunidade de energia, apoiada pelo município das Caldas na cedência de um terreno rústico de um hectare na zona dos Texugos por um período de 25 anos, permitirá que comerciantes, empresários e algumas famílias carenciadas tenham “uma solução para a sua sustentabilidade energética e redução de custos fixos na ordem dos 40 a 70%, consoante o seu setor de atividade e horário de funcionamento”, revelou o presidente da AIRO, Jorge Barosa.

Foi na passada segunda-feira que a AIRO assinou o protocolo com a Câmara das Caldas para a cedência do terreno onde serão instalados cerca de 2500 painéis fotovoltaicos.

A AIRO negociou com uma operadora de energia que vai fazer o investimento de cerca de um milhão de euros para a criação da Comunidade de Energia da Rainha. Ainda não foi divulgado o nome da operadora por questões legais que ainda estão a ser tratadas.

A implementação desta solução não terá outros custos acrescidos ao município além da entrega do terreno rústico. É a AIRO quem assume a gestão das comunidades energéticas.

Na sessão de assinatura do protocolo de cedência do terreno com a Câmara, o presidente da AIRO disse que a instalação dos painéis fotovoltaicos “vai permitir produzir no primeiro ano 1.426 megawatts (MWh) de eletricidade e servir entre “100 a 120 microempresas”, pelo que o projeto Comunidade de Energia da Rainha “será pioneiro não só na região Oeste, mas a nível nacional”.

Segundo o responsável, esta solução permitirá “numa primeira fase montar uma instalação produtora de 1 MW/h (com uma produção estimada de 1 426 MWh no primeiro ano), e na segunda fase de um total de 4MWh (com uma produção estimada de 5 704 MWh)”.

“Com este protocolo será possível ter um preço por kW/ hora manifestamente mais baixo e competitivo para todos os aderentes”, afirmou, adiantando também que o preço estimado de venda será de 0,09 euros para os clientes de baixa tensão dirigido ao pequeno comércio e serviços que terão de estar instalados num raio de dois quilómetros do local onde estiverem os painéis (75% da comunidade) e de 0,04 a 0,06 euros para os de média tensão, que terão de ter as instalações num raio de quatro quilómetros (empresas de maior dimensão 20% da comunidade).

Além do apoio aos empresários e comerciantes a solução de autoconsumo designará ainda parte da sua solução para 10 a 15 famílias carenciadas, estando prevista cerca de 5% da energia ser atribuída às mesmas através de indicação do município.

A Comunidade de Energia da Rainha “permitirá reduzir substancialmente a fatura energética”, garantiu o presidente da AIRO, revelando que as “micro e pequenas empresas, nomeadamente os comerciantes do centro da cidade, não têm soluções competitivas a nível energético, porque em determinadas zonas dos centros históricos não é possível a colocação de painéis solares ou os telhados pela sua dimensão ou orientação solar não o permitem”.

Segundo exemplificou Jorge Barosa, numa loja com um consumo mensal de 1.111 kWh e uma fatura na ordem dos 200 euros “a redução será de 63 euros por mês, ascendendo a 754 euros/ano”, acrescentando que no caso de um restaurante com uma fatura mensal de energia de 450 euros, a redução poderá chegar aos 191 euros por mês e aos 2.292 euros por ano.

“Numa empresa de serviços, com uma fatura mensal de 150 euros, a poupança estimada é de 47 euros por mês e 566 euros por ano”, adiantou.

As poupanças estimadas pela AIRO das 100 a 120 mico-empresas e 10 a 15 famílias que farão parte da Comunidade de Energia da Rainha, com base no preço médio do mercado de kWh atual de 18 cêntimosn é de 141.513,75 euros no primeiro ano de funcionamento da comunidade de energia, valor que ao fim de 15 anos subirá para 1.415.137,50 euros e no período de 20 anos atingirá os 2.830.275 euros.

Inscrições abertas na AIRO 

A colocação dos painéis fotovoltaicos deverá acontecer dentro de oito meses depois do projeto ser aprovado e a sua entrada em funcionamento ocorrerá cerca de seis meses depois.

Os empresários podem fazer a sua pré-inscrição na AIRO ou online no site da associação, preenchendo um formulário. Juntamente com os dados solicitados deverão enviar para o email para geral@airo.pt a última fatura de eletricidade. A participação na comunidade será efetuada por ordem de inscrição, através de formulário eletrónico e envio de elementos de informação do aderente.

A seleção dos primeiros aderentes será efetuada com base na ordem de inscrição na comunidade e envio de elementos, sem possibilidade de colocação de solução de autoconsumo ou limitações no telhado, micro e pequenas empresas de comércio, serviços e restauração e de acordo com a capacidade financeira.

Numa segunda fase, a produção de energia será alargada e a AIRO prevê também a formação de mais quatro comunidades de energia, através de protocolos com outras entidades e que possam beneficiar outro tipo de empresas.

A AIRO está também a negociar com outros municípios a possibilidade de criar uma outra comunidade de energia para também ajudar as empresas daqueles concelhos vizinhos.

As comunidades de energias e soluções de autoconsumo são uma das medidas que a AIRO vem a trabalhar nos últimos dois anos e que faz parte do seu plano estratégico de apoio aos empresários da região oeste. “É com muito gosto que após dois anos e meio, variadíssimas reuniões com operadores energéticos, análises legais e negociações com o município, estamos neste momento a assinar um protocolo de futuro que irá implementar este projeto inovador”, salientou Jorge Barosa, acrescentando que “os custos de energia são hoje uma das principais preocupações das empresas com uma previsão de aumento anual escalável acima da capacidade de pagamento das mesmas”.

O presidente da câmara, Vitor Marques, disse que este projeto que vai permitir às empresas do concelho pagar menos pela energia que consomem e que é um assunto que está na “ordem do dia” e que será o caminho que, no futuro, “todos vão seguir devido aos custos e oferta da energia atualmente”.

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O terreno cedido pela câmara está situado nos Texugos, em Nossa Senhora do Pópulo
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