Decorreu no dia 15 de outubro a inauguração da Festa das Adiafas e XIX Festival Nacional do Vinho Leve no Pavilhão Municipal João Francisco Ribeiro Corrêa, no Cadaval.
A edição deste ano conta com presença de 41 expositores, de diversos setores, entre adegas cooperativas, artesanato, instituições e empresas da região.
No que diz respeito à gastronomia, estão presentes seis restaurantes e sete tasquinhas, todas elas compostas por voluntários de treze associações do concelho do Cadaval.
Destaque para animação musical, que contou no dia 17 com José Cid e no dia 18 Fernando Pereira animou o palco.
No dia 19 atuará a Orquestra Monte Olivett, no dia 20 haverá atuação da Banda Xeques Orquestra, no dia 21 David Antunes and The Midnight Band e no dia 22 a banda Fora de Série.
O certame decorre até ao próximo domingo, altura da eleição da Miss Adiafas 2022, que contará com apresentação de José Figueiras e Sara Pinto. “Além da beleza e do traje das jovens promove-se também o conhecimento sobre a cultura da vinha, daí estar relacionado com as Adiafas”, disse José Bernardo Nunes, presidente da Câmara Municipal do Cadaval.
O autarca mostrou-se satisfeito com a afluência no primeiro dia e tem grandes expetativas com o certame, que é um importante veículo de promoção dos vinhos leves do Cadaval.
Apesar da inquietação com a subida dos custos de produção do vinho, que se irá refletir nos consumidores, considera que irá resultar um ano de “excelente qualidade” e que a vinicultura continua defendida”. A sua maior preocupação é com a fruticultura, porque tem custos de “produção muito mais elevados”. “São os dois pilares económicos do concelho e temos alguns receios em termos económicos como se desenvolverá no próximo ano e esperamos que tenham resiliência para manter a sua produção”.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, Bernardo Gouvêa, disse que está a ser um ano difícil e que face à subida dos custos de produção e dos combustíveis que afetam a produção e a distribuição haverá reflexos nos preços pagos pelos consumidores.
Segundo este responsável, neste momento o que afeta mais os produtores e os vinicultores é o aumento enorme ao “nível das matérias primas e dos produtos fitossanitários”. “O Instituto da Vinha e do Vinho tem alguns instrumentos financeiros que não estão direcionados para este tipo de situação por força do que é a regulamentação comunitária e mesmo a nacional”, contou, revelando que a “nossa flexibilidade em termos de adaptação dos mecanismos de apoio não é muito vasta, porque de facto isto é uma situação excecional”.
Garantiu que vão acompanhar as “dificuldades e continuar a apostar na reestruturação da vinicultura nacional com o apoio que temos à replantação e reconversão das vinhas em Portuga,l que é um programa muito importante”.
Vão ainda proceder à promoção no “mercado externo e do interno e também aos apoios que suportam as medidas dos seguros vitícolas, que são muito importantes, e da destilação de subprodutos”.
Bernardo Gouvêa disse que vão “continuar com o mesmo quadro que existia até agora adaptado ao novo regime comunitário a partir de 2023 na sequência da reforma da PAC, que é um quadro de apoio que o setor reconhece”. “Ninguém tem uma solução para este tempo de crise, mas o setor do vinho é resiliente e hoje está com uma estrutura mais moderna, mais preparada para enfrentar este tipo de dificuldades, uma vez que temos mais mercados, e o turismo recuperou depois da pandemia. Temos que continuar a lutar”, manifestou.
O presidente da Comissão Vitivinícola da Região da Lisboa, Francisco Toscano Rico, referiu que a “campanha das vindimas está praticamente terminada na região e em termos de quantidade foi um ano difícil devido à seca, onde tivemos duas ondas de calor na região que provocaram uma redução de 5 a 10%”. No entanto, alegou que a previsão era pior e que as “chuvas em setembro vieram ajudar, não só na maturação das uvas, mas também em termos da quantidade”. O responsável revelou que vai ser um excelente ano na qualidade dos vinhos brancos. Quanto aos vinhos tintos disse que os enólogos têm boas expetativas com a “qualidade do vinho que vai sair das adegas este ano”.
Francisco Toscano Rico referiu que há um “acréscimo de custos muito significativo, que começa na vinha e vai até à própria adega e espera que haja por parte do mercado uma resposta a nível do acréscimo porque o vinho tem que subir de preço na prateleira para remunerar quem produz e trabalha”. No entanto, estão “otimistas quanto ao futuro”.
A abertura oficial do certame contou ainda com a presença da Fenadegas – Adegas Cooperativas de Portugal, pelo presidente, António Basto Gonçalves, da DEGEstE – Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, pelo delegado regional, Bruno Santos, e da AMPV – Associação de Municípios Portugueses do Vinho, através do secretário geral, José Arruda.
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