A população do Vau, em Óbidos, manifestou na noite da passada quarta-feira o seu desagrado com a redução de cinco para dois dias por semana em que irá passar a ter consultas na extensão de saúde da aldeia, uma medida que o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte justifica com a falta de recursos humanos.
Perante a ameaça de encerramento da extensão, que serve 1589 utentes, por falta de assistentes técnicos, a junta de freguesia do Vau insurgiu-se e conseguiu obter a garantia de que não fechará. Contudo, terá limitações no funcionamento, com dois dias por semana para “consultas de Saúde no Adulto e Idoso”, enquanto que as valências de Saúde Materna, Saúde Infantil e Planeamento Familiar terão lugar no pólo da Amoreira, a três quilómetros, com apoio de enfermagem.
“Não tenho nada contra as pessoas da Amoreira, mas a médica é nossa e agora vão tirá-la de nós”, manifestou Maria Tavares numa reunião de esclarecimento.
“Porque é que temos de nos deslocar para outra terra, estando aqui o posto em condições de funcionamento”, questionou Maria de Jesus.
“Preocupa ficarmos três dias sem médica quando ela tem tantos utentes. Já não chegavam cinco dias, porque as pessoas tinham de ir de madrugada para conseguirem consulta”, declarou Eulália Duque, que protestou contra a medida.
“Estou há três meses à espera de uma consulta e há pessoas em situação pior”, lamentou Carlos Duque. O encerramento da sede do Centro de Saúde, em Óbidos, para obras, obrigaram a descentralizar a assistência para os outros polos que existem. A equipa do Vau vai reforçar o contingente concelhio e ficará limitada. “Tivemos de gerir os parcos recursos, porque a equipa de assistentes técnicos e de enfermagem está reduzida”, justificou o diretor do agrupamento, João Gomes, que afirmou que “nenhum utente inscrito no Vau vai ficar sem médico de família, mantendo a mesma médica assistente”.
Para a Junta de Freguesia do Vau e para a Câmara Municipal de Óbidos esta não é a solução ideal, mas apelaram à compreensão da população. A autarquia vauense garantiu que assegurará o transporte até à Amoreira.
Os habitantes foram também confrontados com o encerramento da extensão de saúde por um período de até duas semanas para “substituição de equipamentos obsoletos”, exigindo que esse fecho temporário seja encurtado.
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