A Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) questionou o Governo, no passado dia 5, “sobre qual a causa porque não é efetuada uma fiscalização e auditoria às empresas empregadoras de médicos-tarefeiros”, exigindo respostas para a “falta e deficiente de assistência médica vigente”.
No documento enviado ao Governo e que tem como “base a situação do Oeste”, a comissão sugere uma auditoria e fiscalização às empresas empregadoras de médicos-tarefeiros, pois “estas empresas controlam os médicos-tarefeiros, entrando em jogos de interesses entre o setor público e o setor privado da saúde, usando-os como mercadoria, o que configura uma primária e inquestionável fonte de conflitos laborais, mal-estar no local de trabalho, injustiças salariais, com as inevitáveis consequências para um bom atendimento aos doentes que, assim, são tratados por médicos desmotivados”.
O porta-voz da comissão, Vitor Diniz, questionou “qual a causa porque não é efetuada uma fiscalização e auditoria, e porque não se volta ao procedimento antigo”.
Segundo apontou, “vive-se o pior momento de sempre do SNS para o povo português, com as inequívocas situações de um cada vez pior serviço à nação, piorando a cada dia que passa, colocando-nos ao nível dos países africanos, onde se morre por falta e deficiente assistência médica”.
Além da auditoria, a Comissão de Utentes do CHO também denunciou que as Unidades de Saúde Familiar (USF) “são complots entre médicos, a fim de não ultrapassarem um determinado plafond, que lhes dá direito a um chorudo prémio a dividir por todos os trabalhadores na sua USF” e ainda “o mau atendimento nos Hospitais no Oeste, que se tornou regra”. “Os casos de sofrimento e erro médico abundam, os médicos-tarefeiros executam apenas tarefas da sua área de serviço, ficando sem nada fazer quando outros colegas precisam de ajuda”, explicou Vitor Diniz.
A juntar a esta situação, a comissão falou sobre a distribuição das especialidades entre Caldas da Rainha e Torres Vedras, “altamente polémicas, não só entre o povo, mas também entre os profissionais de saúde do CHO, com deslocações frequentes, incómodas e caras por parte da população”.
“Esta comissão tem conhecimento que a população do Oeste tem receio de acorrer às urgências e apanharem um médico-tarefeiro, havendo muitos relatos de má-avaliação médica, má-prática médica, deixa andar, acabando o povo por sofrer as consequências, entre outros casos que vamos sabendo e que não aparecem nos órgãos de comunicação social”, indicou o responsável.
Para a comissão, “nem até ao fim do ano a situação da falta de médicos estará resolvida, bem como, mais grave ainda, com o aumento sazonal, que se aproxima, de doentes com gripe e problemas respiratórios, desconhecendo-se como vai decorrer em relação à Covid-19”.
Neste momento, o porta-voz está a aguardar por uma resposta do Governo e vai reforçar os pedidos de reunião com os grupos parlamentares, de modo “a pressionar e obter algumas respostas ao problema de falta e deficiente assistência médica vigente”.
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