Quinze enfermeiros da urgência de Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (nove da unidade das Caldas e seis do hospital de Torres Veras) correm o risco de serem despedidos no final deste mês, por falta de autorização do Governo para a contratação, disse o Sindicato dos Enfermeiros.
Para contestar a não renovação dos contratos, os nove enfermeiros do serviço de urgência da unidade das Caldas da Rainha, juntaram-se na passada quinta-feira em frente ao hospital das Caldas, em protesto.
O Sindicato dos Enfermeiros de Portugal (SEP), preocupado com a situação contratual do grupo de profissionais no Centro Hospitalar do Oeste (CHO), juntou-se aos mesmos, realizando uma conferência de imprensa.
Ivo Gomes, do SEP, disse à imprensa que “a instituição já pediu autorização para a renovação ou celebração de novos contratos, e a tutela ainda não deu resposta nem sobre esta questão, nem sobre a aprovação do Plano de Atividades e Orçamento, que viria a colmatar estas necessidades”, explicou o dirigente sindical.
Este já é o segundo protesto destes profissionais, que no passado mês de abril contestaram também sobre a não renovação dos contratos. “Estes colegas, face à nossa intervenção e denúncia, aqui em abril, viram os contratos renovados, o que foi bom para eles e para a instituição, pela qualidade dos cuidados de saúde que a população precisa”, contou Ivo Gomes, revelando que agora, passados quatro meses, o Governo volta a “fazer o mesmo criando uma nova instabilidade, aos profissionais e uma insegurança na qualidade da saúde prestada”.
O elemento do sindicato, recordou que o Governo “só autorizou a renovação desses contratos no dia 29 de abril às 23h00, depois do nosso protesto”.
Segundo o elemento do SEP, “o Governo sabe que estes contratos estão a acabar e facilmente resolvia a situação ao aprovar o Plano de Atividades e Orçamento do CHO, que ainda não foi autorizado”, adiantou.
“O que está plasmado nesse plano da instituição, é a contratação de 110 novos enfermeiros para o Centro Hospitalar do Oeste (CHO)”, revelou Ivo Gomes, acrescentando que a instituição tem neste momento “800 profissionais de enfermagem”.
“No caso do serviço de urgência do polo das Caldas da Rainha, são nove enfermeiros que vão sair no fim deste mês, e o que está em causa é a elaboração de todo o horário das escalas e algumas valências da urgência que podem encerrar, e isto é dramático, não podemos deixar que isto aconteça”, salientou o elemento do SEP. Divulgou que são cerca de “100 turnos extras o que é exequível para fazer um horário e colmatar as necessidades”. “Precisamos no mínimo de mais dez enfermeiros, além destes nove, só para as Caldas, porque a equipa está subcarregada”, adiantou.
O responsável, não entende este “impasse do Governo, que deixa a administração de pés e mão atadas para contratar”.
O sindicato, pretende que o ministério da Saúde autorize a vinculação definitiva e imediata destes enfermeiros, mas que, “sobretudo aprove os “Mapas de pessoal” das instituições, para que estas possam vincular e contratar os enfermeiros, (e outros profissionais), que têm sido indispensáveis para responder às necessidades assistenciais das populações”.
Vão enviar um comunicado à ministra da Saúde para que “esta situação não volte a acontecer”.
Questionada pelo JORNAL DAS CALDAS, a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, esclareceu que “os contratos não podem ser renovados, nos termos da lei”, mas a instituição “está a tentar encontrar uma solução possível para manter os profissionais em funções”.
Bruno Ferreira, de 24 anos, é um dos enfermeiros do hospital das Caldas que está em risco de ser despedido, depois de 8 meses na instituição. É residente na zona de Porto de Mós, e apesar de ser distante, foi o “hospital das Caldas que procurou para trabalhar, inclusive no serviço de urgência, onde está “bastante contente” e quer “continuar vinculado a esta instituição”.
Considera muito triste a situação dos 15 enfermeiros, por estarem a passar por esta “situação desnecessariamente, visto que há uma grande necessidade de profissionais no CHO”. Alertou, que “estão em causa a continuidade e a segurança dos cuidados de saúde, as escalas para setembro da urgência, e o pagamento de horas extraordinárias de cerca de 100 turnos por mês, neste serviço”.
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