Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral, em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, tem grandes expetativas em relação ao 37º Festival do Vinho Português e à 27ª Feira Nacional da Pera Rocha, acreditando que poderão passar pela Mata Municipal entre 25 a 35 mil visitantes.
JORNAL DAS CALDAS – De que forma está organizada esta edição do festival, há novidades e quais as expetativas da afluência de visitantes?
Presidente da Câmara Municipal do Bombarral – Depois de dois anos de interregno, devido à pandemia da Covid-19, podemos considerar que uma das principais novidades acaba por ser o facto de podermos voltar a organizar o evento, o qual se vinha a realizar ininterruptamente desde 1994.
O 37º Festival do Vinho Português, o mais antigo do país, e a 27ª Feira Nacional da Pera Rocha, o certame mais representativo da rainha da fruticultura portuguesa, vai novamente proporcionar aos visitantes a oportunidade de provar alguns dos melhores vinhos das diferentes regiões vitivinícolas do país, bem como diversas iguarias que têm por base a nossa pera rocha.
Outro aspeto a realçar é sem dúvida a componente gastronómica, com a apresentação de uma ementa que aposta nos pratos que compõem a nossa gastronomia local, regional e nacional. Entre outros espaços dedicados a esta área, teremos o restaurante oficial do evento, que este ano se irá apresentar num espaço totalmente renovado, e vamos ainda contar com a participação do restaurante bombarralense “Casa da Lú”, para além das tasquinhas do Circulo de Cultura Musical Bombarralense e do Sport Clube Escolar Bombarralense.
Neste âmbito destaco ainda aquele que já é um espaço de referência do certame, o “Espaço Gourmet”, onde diariamente vários chefes de cozinha irão confecionar ao vivo diversos pratos que promovem a junção entre o vinho e a pera rocha. Neste local, este ano vamos ainda dinamizar a iniciativa “Mini Chef’s”, um atelier de pastelaria destinado a crianças entre os 9 e os 12 anos.
Por falar em crianças, sendo o Festival do Vinho Português e a Feira Nacional da Pera Rocha um evento para ser desfrutado em família, também os mais pequenos terão um espaço que lhes será exclusivamente dedicado e onde poderão desfrutar de diversas atividades lúdicas, jogos, pinturas faciais, entre muitas outras.
Em termos de novidades temos a destacar a criação de um espaço de fraldário e amamentação, bem como a instituição de um serviço que designámos por “Wine Pickup”, que possibilita que os visitantes, que queiram adquirir vinhos nos diferentes stands representados no evento, possam por 1 euro (até 18 garrafas) ou 2 euros (para mais de 18 garrafas), adquirir o vinho sendo que o mesmo é transportado por assistentes para um ponto fora do recinto do evento, onde o pode levantar a posteriori.
Quanto às expetativas, atendendo ao facto do certame não se realizar desde 2019, estas são as melhores e vão no sentido de conseguir aumentar o número de visitantes. Acreditamos que poderão passar pela Mata Municipal entre 25 a 35 mil visitantes.
JORNAL DAS CALDAS – O cartaz de espetáculos tem sido uma atração fundamental?
Presidente da Câmara Municipal do Bombarral – O programa de animação é sem dúvida um dos motivos de atração do certame, no qual se destacam os concertos com a Banda Xeques Orquestra, no dia 10, David Antunes, no dia 11, Plutónio, no dia 12, André Sardet, no dia 13, Ana Bacalhau, no dia 14, e Os Azeitonas, no dia 15. A juntar a estes espetáculos temos ainda a imperdível Wine and Pear Party, no dia 13, cuja organização é da responsabilidade do Rotary Club de Bombarral, e a atuação de vários grupos de música tradicional, provenientes um pouco de todo o país.
Neste capítulo, referência também para o “Espaço Pera”, onde será instalado o “Palco Melro”, pelo qual irão igualmente passar vários momentos de animação.
JORNAL DAS CALDAS – Como é que são as entradas e horários?
Presidente da Câmara Municipal do Bombarral – O certame vai ser inaugurado no dia 10 de agosto, pelas 17:00 horas, com a presença da senhora Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, encerrando portas às 01:00 horas. Este será igualmente o horário nos dias 11 e 12, enquanto nos dias 13, 14 e 15 de agosto a abertura acontecerá pelas 15:00 horas, tendo o encerramento lugar às 01:00 horas.
Em relação aos ingressos, o bilhete diário tem o valor de 3,5 euros, mas os visitantes têm a possibilidade de adquirir ingressos para todos os dias no valor total de 13 euros, para os residentes no concelho do Bombarral, e de 18 euros, para os restantes. As entradas são gratuitas até aos 16 anos, mediante apresentação do Cartão do Cidadão.
De referir ainda que no primeiro dia do evento, as entradas são gratuitas para todos os residentes no concelho do Bombarral. Para usufruir destes benefícios, os bombarralenses terão apenas de apresentar um comprovativo de morada.
JORNAL DAS CALDAS -Que importância tem este festival e de que forma pode influenciar os negócios dos produtores?
Presidente da Câmara Municipal do Bombarral – Começando pelos produtores vitivinícolas, o certame é sem dúvida um importante veículo de promoção dos seus vinhos e verifica-se, em muitas ocasiões, que os produtores acabam por aproveitar a realização do evento para fazer a apresentação de novos produtos e de novas marcas. Têm ainda oportunidade de participar no Concurso de Vinhos Engarrafados, cujos prémios são sempre uma mais valia em termos de comercialização.
Relativamente aos produtores de pera rocha, como referi anteriormente, este é o certame mais representativo deste importante setor económico e a sua relevância consiste essencialmente na promoção das mais valias que esta fruta tem para os consumidores, bem como dos diversos produtos derivados da pera rocha que vão surgindo quase todos os anos.
JORNAL DAS CALDAS – Num ano em que a pandemia abrandou, mas em que os produtores se queixam de falta de mão de obra e das elevadas temperaturas nas últimas semanas, que consequências tem nas produções apresentadas no evento? Como é que está o setor vinícola e frutícola no Bombarral?
Presidente da Câmara Municipal do Bombarral – O setor agrícola é por natureza um setor resiliente. Como todos sabemos, não há dois anos iguais, e o setor tem que se adaptar rapidamente às circunstâncias do momento. Os últimos tempos têm sido de grandes desafios para os nossos produtores, pois a aliar à questão da falta de mão de obra e das temperaturas elevadas, não nos podemos esquecer do aumento dos custos de produção, por via do incremento dos preços dos combustíveis e energia, ou até mesmo a questão das exportações que são afetadas pela guerra. Ainda assim, pela adesão ao certame, estamos certos que os nossos produtores trarão produtos de excelência que em muito dignificarão este 37º Festival do Vinho Português e 27ª Feira Nacional da Pera Rocha.
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