Como manter a mobilidade dos idosos do Serviço de Apoio Domiciliário da instituição privada de solidariedade social Fonte Santa, na Serra do Bouro, nas Caldas da Rainha? Este foi o desafio lançado pela instituição a uma equipa de alunos de diferentes escolas do ensino superior.
Integrados no projeto Link Me UP – 1000 ideias, seis estudantes, duas professoras do Politécnico de Leiria (Ana Elisa Sousa e Paula Cardoso, do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo – CiTUR, do Politécnico de Leiria) e a Fonte Santa juntaram-se para em conjunto desenvolverem um projeto de co-criação de inovação, com recurso à metodologia Demola, isto é, enquanto equipa multidisciplinar tentarem encontrar uma solução para o “caso” proposto.
Se na sede da instituição os idosos que a frequentam são convidados a realizar um conjunto de atividades que lhes permite manter a mobilidade, o mesmo não acontece com os idosos em apoio domiciliário. A pandemia de Covid-19 só veio agravar a situação porque obrigou ao isolamento e confinamento dos idosos nas suas casas. Consciente da situação, a Fonte Santa propôs à equipa do projeto dar resposta a este desafio. Deste modo, durante oito semanas, os estudantes, em conjunto com as professoras e a própria instituição, foram para o terreno com o objetivo de encontrar uma solução para o caso.
Para isso, a equipa traçou o perfil dos idosos do apoio domiciliário, entrevistou psicólogos, fisioterapeutas, o presidente da ANGES – Associação Nacional de Gerontologia Social, a diretora técnica do projeto Seniores Mais, dos Pimpões, a coordenadora técnica do projeto CLDS4G (Contrato Local de Desenvolvimento Social) e o presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
“Destas entrevistas, ressaltou a importância de aliar a questão física à questão emocional, uma vez que para alcançar resultados positivos, estas têm que andar de mãos dadas. Como consequência, a equipa criou um Plano de Bem-estar do Idoso, que tinha como objetivo trabalhar a melhoria da sua qualidade de vida. Para isso, a equipa encetou contactos com diferentes instituições do concelho que podiam contribuir para tornar este objetivo uma realidade”, relataram as docentes Ana Elisa Sousa e Paula Cardoso.
As professoras sublinharam que “cuidar do outro não é uma responsabilidade isolada, mas um dever de todos”, pelo que, neste sentido, foi desenvolvido um plano que envolve parcerias com a comunidade local e as suas instituições, como é o caso do Centro de Saúde das Caldas da Rainha, da Sociedade de Instrução e Recreio Os Pimpões, da Associação Cultural Desportiva Recreativa Arneirense, do Centro Cultural e Recreativo da Serra do Bouro, do Politécnico de Leiria, do CLDS4G das Caldas e da União de Freguesias.
“O Plano de Bem-Estar também incluiu diferentes planos de exercício físico concebidos para que os idosos o possam executar sozinhos ou acompanhados, tendo por base a sua condição individual de saúde e perfil pessoal”, indicaram Ana Elisa Sousa e Paula Cardoso.
Para as docentes do Politécnico de Leiria, “o ensino atualmente não pode, nem deve ficar fechado entre quatro paredes, é importante envolver a comunidade e trazer os estudantes para fora de portas, onde podem aplicar os seus conhecimentos ao serviço do outro. Aprender já não pode ser apenas conhecer o que os livros e a internet mostram, mas também permitir que os estudantes aprendam de forma ativa, aproximando as instituições de ensino da realidade, pois a melhor forma de aprender é ter a oportunidade de fazer”.
“As instituições de ensino superior têm uma responsabilidade social à qual não podem ser alheias e o Politécnico de Leiria mais uma vez demonstra o seu compromisso para com a comunidade em que se insere”, vincaram as docentes.
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