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Viagem até à Idade Média com festas e romarias

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Após dois anos de interregno, o Mercado Medieval regressou na passada quinta-feira à Cerca do Castelo de Óbidos,regressando ao século VIII com o casamento entre D. Afonso e Dona Urraca de Castela, que recebeu, como dote, a vila. Estanova edição, cujo tema é “Festas, Romarias e Peregrinações”, e que conta com algumas novidades e centenas […]
O evento começou com o tradicional desfile

Após dois anos de interregno, o Mercado Medieval regressou na passada quinta-feira à Cerca do Castelo de Óbidos,
regressando ao século VIII com o casamento entre D. Afonso e Dona Urraca de Castela, que recebeu, como dote, a vila. Esta
nova edição, cujo tema é “Festas, Romarias e Peregrinações”, e que conta com algumas novidades e centenas de figurantes,
atores, músicos e outras atividades, foi visitada nos primeiros quatro dias por milhares de pessoas, que mergulharam na Idade
Média.

O evento, que acontece todos os dias teve início com o tradicional cortejo pela Rua Direita, com todas as figuras possíveis de
encontrar no Mercado Medieval, como reis, rainhas, príncipes, bobos, acrobatas, com intuito de celebrar o casamento entre D.
Afonso e Dona Urraca de Castela, que recebeu a vila como dote, sendo a primeira donatária de Óbidos.
Para além de um novo cortejo dos penitentes, e de um largo com vários mercadores de lã, os Arrabaldes da Vergonha, esta
edição também promoveu um desfile com figuras assustadas e assustadoras, que contou com personagens como
“maluquinhos” e uma “rameira que se perdeu dos retos caminhos ensinados pelo seu santo paizinho, e está a parir o bastardo
do Alcaide, condenado a viver na triste vergonha da ilegitimidade”. Também houve uma nova área dedicada aos miúdos, o
Acampamento dos Infantes e Petizes, que promove “jogos e fazeres de época e permite dar a conhecer outras realidades” aos
mais novos.
Nesta nova zona também há “sessões de histórias musicadas” e os “miúdos conseguem experimentar as vivências medievais
com as próprias mãos, enquanto se divertem a fazer desenhos com tintas naturais, a colorir e a tecer lã, a disparar um trabuco
[uma arma medieval usada para destruir muros], a fazer uma cota de malha e a superar jogos e desafios”, adiantam os
organizadores. “Os petizes irão treinar a destreza e a força, por exemplo, em jogos que envolvem caminhar em andas, acertar
a pontaria ou o equilíbrio para se tornarem grandes guerreiros”.
Esta edição, que está orçamentada em cerca de 400 mil euros junta na Cerca do Castelo cerca de 350 figurantes, que estão
distribuídos por 12 grupos de música, 10 grupos de teatro, 6 grupos de dança, 4 grupos de artes circenses, 3 acampamentos
(militar, civil e religioso), 20 mestres e ofícios, 50 animadores de rua, e ainda uma granja com mais de 20 animais.
A par disso, o Mercado Medieval também promove como já vem sendo habitual, os grandes espetáculos, as justas, os serões
medievais, o aluguer de trajes e os torneios medievais, que nesta edição, continuam a ser ponto alto do evento, ajudando a
decidir qual será a casa senhorial que irá capitanear a hoste da vila de Óbidos em defesa do Reino e da Rainha Dona Urraca.
Outra das grandes atrações do evento são as habituais tabernas e tascos, que envolvem este ano cerca de 600 voluntários,
que trajados a rigor estão distribuídos pelas 25 associações e coletividades do concelho, que “todos os dias mostram aquilo
que têm de melhor para oferecer”, e onde se podem encontrar várias iguarias como porco no espeto, espetadas, grelhada
mista, frango assado, pão com chouriço, bacalhau com migas, sopa de peixe, amêijoas, moelinhas, e muito mais, como crepes
artesanais com vários recheios da banca do casal de Vizela, Crisália Machado e Miguel Costa.
“Frequentamos o Mercado Medieval de Óbidos há mais de 15 anos, e como tal já sentíamos muita falta deste tipo de eventos,
pois estivemos completamente parados durante dois anos”, explicou o casal, que nos últimos tempos tem aproveitado para
retomar a atividade. Referiu também que “nota-se que as pessoas já tinham saudades deste tipo de eventos, pois há uma
afluência em massa”.
Para o casal, “o mercado de Óbidos não é o melhor certame em termos financeiros, mas sem dúvida que é a feira medieval
mais bonita de todas a nível nacional, pois parece que entramos numa viagem no tempo”.
Podem-se encontrar igualmente bancas de vendas de produtos medievais, como é o caso da Sartor e Consustura, loja de
trajes e figurinos que desde 2012 participa nos Mercados Medievais de Óbidos e que “já tinha saudades deste tipo de eventos”.
“Estivemos dois anos parados devido à pandemia, sem poder frequentar os mercados medievais, mas agora estamos a voltar a
ter atividade profissional, o que é muito bom” explicaram as irmãs Sílvia e Patrícia, responsáveis pela loja que se dedica à
confeção artesanal de trajes e figurinos. Além de retomar a atividade profissional, as irmãs também confessaram que já
sentiam falta de viver todo este ambiente medieval, sem as restrições associadas à Covid-19. “É muito bom voltar a vivência
este ambiente, e ver o evento cheio de pessoas”, apontaram, esclarecendo que o “Mercado Medieval de Óbidos é sempre o
melhor evento de todos dedicados à recriação histórica, quer em termos monetários, quer em termos de figurinos”.
O Mercado Medieval de Óbidos mantém, mais uma vez, a entrada gratuita para todos os munícipes e estará aberto todos os
dias até ao próximo domingo.

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