O Gabinete de Apoio à Vítima da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que foi inaugurado há cerca de nove
meses no edifício da antiga Câmara Municipal do Cadaval já realizou 701 atendimentos e apoiou mais 70 vítimas no concelho.
O gabinete surgiu na sequência de um protocolo de cooperação, assinado entre a Câmara Municipal e a APAV, que cedeu as
instalações à associação, que tem procurado neste últimos nove meses disponibilizar apoio emocional, jurídico, psicológico,
social e prático, com atendimento e acompanhamento confidencial e gratuito às vitimas de violência doméstica, mas “sempre
com intuito de criar uma resposta que apoie as vítimas de qualquer tipologia de crime, familiares e amigos”, explicou a gestora
da APAV do Cadaval, Patrícia Ferreira, que considerou que “os nove meses de atividade foram bastante positivos”.
Também referiu que a instalação do gabinete no concelho contribuiu para “a comunidade estivesse mais sensível para esta
problemática, e reconhecesse a existência da APAV e qual a sua missão”.
A gestora sublinhou que “o GAV Cadaval já recebeu vários pedidos de ajuda, que são motivados por terceiros. O facto de
estarmos a atuar num território maioritariamente rural e onde as pessoas se conhecem, faz com que continuem a existir muitas
pessoas resistentes aos pedidos de ajuda, por apresentarem sentimentos de culpa e vergonha com a situação que vivem”,
sublinhou a responsável pelo gabinete, que neste momento acompanha 27 casos de violência doméstica e maus tratos, com
idades que variam dos 7 e os 80 anos.
Em termos nacionais, as estatísticas da APAV demonstram que são “as mulheres que mais denunciam casos de violência
doméstica”, esclareceu Patrícia Ferreira, adiantando que “até ao momento, o GAV Cadaval tem recebido pedidos de ajuda, que
partem maioritariamente das mulheres”. Contudo, já houve pedidos de ajuda por parte de vítimas do sexo masculino.
O número de casos também aumentou a nível nacional, com a pandemia em comparação a 2020.
“Nos últimos anos, e como forma de quebrar o mito de que os homens não são vítimas de violência doméstica, a APAV tem
lançado campanhas de sensibilização neste âmbito”, explicou a gestora do GAV Cadaval, exemplificando que a mais recente
teve como mote “Vamos mudar a conversa: os homens também são vítimas de violência doméstica. Falar é sinal de força”.
Outra das apostas estratégicas da APAV é promover campanhas de sensibilização e prevenção junto da comunidade, e o GAV
Cadaval segue a mesma lógica de integração nacional. Portanto, “no futuro, a comunidade poderá continuar a contar com este
tipo de atividades”, frisou Patrícia Ferreira.
O espaço, que disponibiliza o serviço de apoio emocional, jurídico, psicológico, social e prático, com atendimento e
acompanhamento confidencial e gratuito, é desenvolvido por uma equipa técnica e voluntários e está aberto às segundas,
quartas e sextas-feiras das 9h30 às 13h e das 14h às 19h30, e às terças e quintas-feiras entre as 9h30 e as 13h.
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