Uma manhã de anilhagem científica de aves, com visitantes de todas as idades, culminando com o bolo de aniversário, preencheram o passado sábado na Reserva Natural Local do Paul de Tornada, que assinalou treze anos.
O Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada, projeto de educação ambiental, co-gerido pelo Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) acolheu o evento de comemoração do décimo terceiro aniversário da Reserva Natural Local do Paul de Tornada. A atividade de anilhagem de aves, aberta a todo o público, realizou-se entre as seis e as onze da manhã de 2 de julho, seguindo-se o corte do bolo.
A anilhagem científica de aves é um método de investigação essencial para se conhecer melhor um conjunto de parâmetros populacionais, tais como a taxa de sobrevivência e o sucesso reprodutor das populações de aves, as suas rotas migratórias e áreas de repouso ou paragem. Neste procedimento, as aves são capturadas, através de redes verticais, são analisadas, sendo-lhe depois colocada uma anilha com uma combinação de caracteres únicos. Após o registo dos dados, as aves são libertadas.
Os observatórios da Reserva estiveram abertos ao público, para ser possível conhecer um pouco mais sobre o local.
Localizada em Tornada, nas Caldas da Rainha, a Reserva é gerida pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha em cooperação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o GEOTA e a Associação de Defesa do Paul de Tornada – PATO.
A Reserva Natural Local do Paul de Tornada cobre uma área de aproximadamente 53 hectares, e proporciona refúgio a inúmeras espécies de animais. É um local de passagem, onde aves migratórias nidificam, sendo fonte de alimentação e habitat de permanência de várias espécies de aves, mamíferos, répteis, peixes e anfíbios, muitas delas raras, ou vulneráveis.
Vestígio de quando o mar entrava pelo vale das Caldas da Rainha e o rio Tornada era navegável, parte da Reserva está sempre alagada.
É para esse aquífero que conflui o sistema de valas – do Meio, do Guarda Mato e da Palhagueira – que marca a área.
Merece a classificação de “Zona Húmida” segundo a Convenção de Ramsar, acolhendo, entre outras aves, a garça-branca-pequena, a garça-vermelha ou imperial, o camão e o rouxinol-pequeno-dos-caniços. Algumas só ficam por uns dias para descansar e comer, como o pisco-de-peito-azul, a felosa-dos-juncos e o cartaxo-nortenho. Uma espécie prioritária invernante é a franga-d’água-grande.
Mas ainda podem surgir outros animais: lontras, cágados-de-carapaça-estriada, o texugo, o musaranho-de-dentes-vermelhos e o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi).
“Tem sido muito gratificante trabalhar na formação e participação do cidadão em educação ambiental, em conjunto com os nossos parceiros, na Reserva Natural Local do Paul de Tornada. Este marco dá-nos a motivação necessária para continuarmos a dinamizar atividades e a promover a sensibilização ambiental”, afirma Teresa Lemos, coordenadora do GEOTA para o Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada.
Na véspera do décimo terceiro aniversário realizou-se, a reunião do Conselho Consultivo deste mesmo espaço e foram inaugurados dois placares informativos sobre charcos temporários e sobre morcegos e árvores ripícolas, com textos de Luísa Crisóstomo, Ivo Rosa e Pedro Alves, e ilustração científica de Luísa Crisóstomo.
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