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Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral

“O Hospital do Oeste é demasiado importante para bairrismos e para se tirarem dividendos políticos”

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No âmbito do 108º aniversário do concelho do Bombarral, celebrado no dia 29 de junho, o presidente da Câmara, Ricardo Fernandes, dá uma entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, associando-se ao suplemento que publicamos. Nesta entrevista aborda vários temas relacionados com o desenvolvimento do concelho, destacando o facto de ter sido identificado o Bombarral como o melhor local para instalar o futuro Hospital do Oeste.
Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral

Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral

No âmbito do 108º aniversário do concelho do Bombarral, celebrado no dia 29 de junho, o presidente da Câmara, Ricardo Fernandes, dá uma entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, associando-se ao suplemento que publicamos. Nesta entrevista aborda vários temas relacionados com o desenvolvimento do concelho, destacando o facto de ter sido identificado o Bombarral como o melhor local para instalar o futuro Hospital do Oeste.

JORNAL DAS CALDAS: Após dois anos recomeçam agora as atividades municipais com a população. Como tem sido o retomar das atividades no concelho?

RICARDO FERNANDES: Tem sido uma retoma animadora. Sentimos por parte das pessoas e dos comerciantes a vontade de retomar rapidamente as atividades.

Estes dois anos foram muito difíceis para todos nós, para as pessoas. Não apenas por causa da economia local, comércio, restauração e agricultura, mas também pela necessidade de fazer frente ao isolamento e garantir que a Câmara conseguia dar uma resposta eficaz, às primeiras necessidades da população.

A estreia, no que respeita às atividades com presença da população, decorreu de um modo mais “normal” no período do Natal, nomeadamente no “Um Natal e Peras”, com a pista de gelo e o mercadinho de Natal.

Mas nos últimos tempos temos vindo a atrair para o nosso concelho diversos eventos e atividades que surgem como um verdadeiro incentivo para o comércio, turismo e restauração. Do “Gym For Life”, que lotou o Pavilhão Municipal com cerca de 2800 ginastas de todas as idades, e que trouxe ao nosso concelho as respetivas famílias, sem esquecer o evento “À mesa também se canta”, com a participação da restauração do Bombarral e de diversos artistas da região, que promoveram a nossa gastronomia junto de todos os que visitaram o concelho. A comunidade bombarralense também participou ativamente no “Cada Boca Sua Sopa”, especialmente dedicado aos mais jovens.

A presença de eventos relevantes como a Baja do Oeste, a “Floresta Mágica” entre outras que o município tem apoiado e incentivado, são muito importantes para garantir uma retoma económica, que genuinamente melhore a qualidade de vida de quem reside, trabalha e usufrui do Bombarral.

“A Estratégia Local de Habitação que estamos a desenvolver tem previsto um investimento que irá ascender a 5 milhões de euros, que dará resposta a mais de meia centena de famílias”

JC: Com a subida das taxas de juro muitas famílias receiam o aumento das rendas das suas casas. Como encara esta situação?

RF: Com preocupação. Tem havido uma preocupação grande da parte do município em encontrar mecanismos para responder, numa ótica de ação social, às principais necessidades das pessoas, nomeadamente na questão habitacional.

Aliás, quando escolhemos a nova equipa de vereadores tivemos isso em consideração, garantindo pessoas com experiência na área da Ação Social e na Educação, para reforçar as outras áreas que já tínhamos consolidado.

A Estratégia Local de Habitação que estamos a desenvolver vai dar uma ajuda nesse aspeto, resolvendo um problema que já existe em muitas famílias, que atualmente não têm condições habitacionais. Temos previsto um investimento que irá ascender a 5 milhões de euros, que dará resposta a mais de meia centena de famílias. No entanto, temos que assumir que há problemas que não dependem do Município.

“Os bombarralenses têm sabido estar do lado certo da História no apoio claro à democracia e ao projeto europeu”

JC: Concorda que a invasão russa da Ucrânia também pode pôr em risco a retoma económica?

RF: Espero que tenha o menor impacto possível. Mas é um exemplo de algo que nos transcende a todos. Trata-se de um dos momentos mais tristes da história recente da Europa. Poucos imaginariam ser possível assistir à invasão de um estado democrático por uma ditadura.

Os bombarralenses têm vindo a demonstrar diariamente a sua solidariedade com as famílias que têm as suas vidas alteradas e que se veem forçadas a deslocar-se para países que valorizam a democracia e a liberdade, como é o nosso caso em Portugal.

No Bombarral também procuramos fazer a nossa parte.

A Câmara Municipal do Bombarral demonstrou total disponibilidade para apoiar e receber aqueles que fogem do flagelo da guerra e que procuram a paz para a sua família. Os eleitos estiveram unidos, por unanimidade, ao criar um mecanismo interno para ajudar os deslocados. Implementámos um gabinete de apoio, que garante apoio alimentar e roupa, alojamento particular temporário, e alojamento municipal, apoio à integração de crianças e jovens no sistema de ensino, ajuda a encontrar emprego, aulas de português, apoio psicológico e apoio jurídico, no âmbito do regime simplificado para acolhimento e integração. Também disponibilizámos um ponto de contacto exclusivo com o município, para quem tem familiares, ou que conheça alguém que pretenda apoio da Câmara Municipal do Bombarral.

Os bombarralenses têm sabido estar do lado certo da História no apoio claro à democracia e ao projeto europeu.

JC: Recentemente conseguiram contratar mais médicos para o centro de saúde do Bombarral. Como tem conseguido responder a este problema?

RF: Sim, tem sido uma luta antiga e um dos nossos principais objetivos: tornar o concelho do Bombarral autossuficiente em profissionais de saúde.

Foi neste sentido que o município se empenhou na contratação de mais médicos, para reforçar o atendimento na Unidade de Saúde Familiar do Bombarral. Uma ação que só foi possível com a criação de um regime de exceção para a contratação de médicos avençados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). Um esforço conjunto entre a Câmara Municipal, a ARSLVT, e o Ministério da Saúde, mas só possível pelo envolvimento direto da Santa Casa da Misericórdia do Bombarral no processo, querendo aqui realçar o papel determinante do senhor provedor.

Sem esta iniciativa do município dificilmente teríamos conseguido ultrapassar a falta de médicos que se está a verificar em diversas partes do país.

“Numa deslocação ao Hospital no Bombarral, o tempo de viagem baixa para metade. O facto de terem identificado o Bombarral como o melhor local tem a ver com uma posição equidistante no mapa e ter todas as restantes condições. É o interesse das 300 mil pessoas da nossa região que está em causa, e é nisto que temos de nos concentrar”

JC: Ainda no âmbito da Saúde o novo hospital do Oeste tem sido o tema principal. Como avalia as reações ao estudo feito pela Universidade Nova que identifica o Bombarral como a localização ideal para o Hospital?

RF: Quero assumir de forma muito clara que o tema Hospital do Oeste é demasiado importante para bairrismos e para se tirar dividendos políticos, ou partidários. As pessoas esperam mais do que isso de quem tem a responsabilidade de ser autarca.

Todos os presidentes de Câmara da nossa região, que são abrangidos pelo Centro Hospitalar do Oeste (CHO), têm tido essa consciência. Aliás, foi dentro desse espírito que, no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Oeste – Oeste CIM, tomámos a iniciativa de solicitar um estudo à Nova IMS, da Universidade Nova de Lisboa, sobre o Futuro da Política Pública da Saúde do Oeste. Uma entidade externa, independente, acima de qualquer suspeita.

Na nossa região há cerca de 300 mil pessoas abrangidas pelo CHO, 300 mil pessoas que não têm uma Unidade de Cuidados Intensivos e que são forçadas a deslocações de mais de uma hora para consultas de especialidade. Este é um problema demasiado grave para que os políticos evitem uma solução que resolva este flagelo, por uma questão de ego ou bairrismo.

O que este estudo independente vem dizer é que deve ser escolhido o local com melhor localização geográfica, de proximidade às vias de comunicação A8 e linha férrea, bem como pelas infraestruturas e vida no concelho. O facto de terem identificado o Bombarral como o melhor local tem a ver com isso, uma posição equidistante no mapa e ter todas as restantes condições.

Para que se tenha a noção, dou dois exemplos. Qualquer pessoa residente numa freguesia do extremo sul, da área de influência do CHO, por exemplo, na freguesia de Santo Isidoro, se necessitar de uma consulta de pediatria para um filho, tem que se deslocar até ao hospital de Caldas da Rainha, a 92 quilómetros, mais de uma hora de viagem. Por outro lado, se for uma senhora mais sénior, que necessite de uma consulta de ortopedia, mas que resida no extremo norte, na freguesia da Benedita, espera-lhe uma viagem de uma hora até ao hospital de Torres Vedras.

O que este estudo da Nova IMS identifica, entre outras coisas, é que numa localização no Bombarral, o tempo de viagem baixa para metade.

É o interesse das 300 mil pessoas da nossa região que está em causa, e é nisto que nós, autarcas, temos de nos concentrar.

JC: O que falta para tornar o Hospital uma realidade?

RF: Neste momento o mais importante é a decisão do Governo e a cabimentação em Orçamento de Estado, pois o terreno existe e está na nossa posse. Está disponível.

JC: Todos os partidos estão unidos nesse objetivo?

RF: Acredito que sim.

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