Noventa bombeiros de mais de duas dezenas de corporações participaram no passado fim-de-semana numa competição que simula o combate a um incêndio urbano. A prova, de grande dureza física, realizou-se em São Martinho do Porto.
São cinco exercícios que dariam resposta num cenário de incêndio urbano: subida a uma torre de quatro andares com mangueiras de vinte quilos ao ombro. No topo, puxar outro fardo de mangueiras com o mesmo peso. A seguir, no solo, simular a entrada forçada num edifício, dando marteladas para fazer deslocar um bloco pesado. Fazer corrida em slalom, como se houvesse obstáculos, e puxar uma agulheta com mangueira em carga para atirar água ao alvo. Por fim, resgatar uma vítima com 1,75 metros de altura e 80 quilos ao longo de trinta metros. Tudo isto usando equipamento de proteção individual e aparelho respiratório com botija de alta pressão, com cerca de 25 quilos. Um teste quase como se fosse a realidade.
“Isto é uma competição que começou há mais de 30 anos, cuja origem foi um estudo de comportamento fisiológico feito por uma universidade a bombeiros norte-americanos. Dois investigadores pegaram nesse estudo e criaram cinco exercícios para fazer monitorização a cem bombeiros. Mais tarde, um deles juntou essas cinco provas e transformou numa competição desportiva a contrarrelógio e foi isso que originou o Firefighter Challenge”, relatou Pedro Almeida, da organização, a cargo do Firefighter Challenge Portugal e dos Bombeiros Voluntários de São Martinho do Porto.
“É uma grande prova da capacidade física que os bombeiros têm e também para a população ficar descansada por terem os bombeiros preparados”, manifestou João Bonifácio, comandante dos bombeiros de São Martinho do Porto, corporação que está a festejar 115 anos de existência.
Lucília Ribeiro, bombeira da Póvoa de Varzim, apontou que “a realidade ainda pode ser mais dura por estarmos numa situação de stress e a lutar contra o tempo”, pelo que “acaba por ser uma prova que nos vai trazer benefícios para um dia mais tarde numa situação real estarmos mais aptas, pela nossa preparação”, afirmou Rafaela Cadilhe, da mesma corporação.
Mariana Lopes, bombeira de Leça do Balio, fez notar que esta competição foi igual para homens e mulheres, concordando com essa medida porque “num incêndio também não há distinção, somos operacionais e não escolhemos se temos uma vítima mais leve ou não, independentemente do nosso género”.
O Firefighter Challenge é um evento realizado em mais de quinze países e assim os bombeiros portugueses também tiveram oportunidade de mostrar o seu desempenho em provas certificadas internacionalmente e perceber se estão bem preparados.
A competição em equipas teve na final frente a frente o Regimento de Sapadores de Lisboa A e o Regimento de Sapadores de Lisboa B, tendo ganho a primeira equipa. Individualmente, Duarte Mendes, do Regimento de Sapadores de Lisboa, foi campeão pela terceira vez consecutiva.
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