A construção do novo hospital num terreno no concelho do Bombarral já foi contestada pelo presidente da Câmara das Caldas da Rainha que, em comunicado, disse que “não colocando em causa a credibilidade técnica e científica, do estudo”, considera que o documento apresenta uma previsão “setorial sem ter em devida consideração a dinâmica do território, dado que se baseia em critérios dos quais não constam a análise da envolvente do território, não tem em consideração as ofertas privadas de saúde e inclui outros territórios que beneficiam de outras ofertas hospitalares para além do CHO”.
O autarca revela, ainda, ter apresentado, em conjunto com o município de Óbidos, depois de também ter auscultado o presidente de Peniche, um terreno com 60 hectares na zona da antiga Matel para a construção do Hospital. Vítor Marques salienta que a localização proposta “dispõe de fáceis acessibilidades (A8 / A15 – rodovia e ferrovia) e tem uma localização equidistante dos territórios já identificados, serve igualmente o Bombarral, Cadaval, parte de Alcobaça, Nazaré (Oeste Norte) e até Rio Maior, com um público alvo superior a 200 mil habitantes”.
Vitor Marques entende que, para além da localização, se torna necessário que “o novo hospital tenha um programa ambicioso, com uma diferenciação de serviços e valências, com capacidade superior a 400 camas e unidade de cuidados intensivos de lotação polivalente de 30/40 camas organizadas em clusters de 12/15 camas”. Defende também que o futuro hospital do Oeste venha a ter “uma unidade de nefrologia, hemodiálise, oncologia, urgência médica e cirúrgica”.
O autarca lamenta que “o Orçamento de Estado para 2022 não integra nenhum financiamento dedicado ao novo CHO, mas também não contempla qualquer verba para financiar o plano diretor do atual CHO e investimentos necessários e urgentes”.
Recordando que foi a OesteCIM a custear o estudo, aponta que “não colhe por isso o argumento de que os Municípios não foram capazes de se unir no esforço conjunto de ajudar a “desenhar” soluções possíveis para uma matéria cuja responsabilidade é exclusivamente política e do Estado Central e que evidencia à posteridade de que o Governo não precisa de mais estudos para tomar as decisões políticas necessárias para defender os interesses da população e de novas políticas de saúde para a região do Oeste”.
O presidente da autarquia das Caldas solicita, ainda, ao Governo “medidas urgentes para o atual Centro Hospitalar do Oeste (CHO), com um programa de investimento que permita a resposta que o Oeste necessita em termos de saúde hospitalar, se necessário abrindo um processo negocial com o Montepio e outras unidades de saúde, no sentido de libertar a medicina interna e encontrar respostas de retaguarda, para além de outras medidas complementares”.
0 Comentários