Milhares de pessoas passaram pela nona edição do Festival Oeste Lusitano, que decorreu no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, entre 27 e 29 de maio, cumprindo as expetativas da Associação de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano do Oeste, organizadora da iniciativa, em parceria com a Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
O evento foi criado com o objetivo de promover e divulgar o cavalo lusitano, contando com diversas ações ligadas à arte equestre e outras de entretenimento, que completaram os três dias, entre cultura, desporto e atividades económicas.
Os espetáculos “Emoções Ibéricas” e “Equus Lusitanus” tiveram uma grande assistência e elevaram a qualidade do festival, que não esteve apenas concentrado no Parque D. Carlos I. No domingo houve um desfile pela cidade, com 56 cavaleiros e amazonas e 11 charretes.
Batismos de sela, dando hipótese a crianças de terem a sua primeira experiência de montar um cavalo, demonstrações de equitação e de ferração a quente, espetáculos equestres, volteio artístico, provas de obstáculos, concurso de modelo e andamentos, ensino, masterclasses, entre outras iniciativas, constaram do programa específico dedicado ao cavalo lusitano nos dois picadeiros preparados para o efeito.
No concurso de modelo e andamentos, nas poldras de um ano, destacaram-se “Ryana GM” e “Ravioli CHS”, que receberam a medalha de ouro. A medalha de prata foi para “Roma de Cabanões”.
Nas poldras de dois anos, “Queque do Lagar” recebeu a medalha de ouro e “Quiribati CHS” a de prata. Nas poldras de três anos, “Pandora d’Atela” destacou-se, recebendo a medalha de prata. Nas éguas afilhadas e de quatro ou mais anos montadas não foram atribuídas medalhas.
Nos poldros de um ano, a medalha de ouro foi para “Relâmpago d’Hortas”, enquanto que “Reguila” foi distinguido com a prata.
Nos poldros de dois anos não foram atribuídas medalhas. Na classe de poldros de três anos, “Poeta” e “Poker” receberam as medalhas de prata.
Na classe de machos de quatro ou mais anos montados, “Orient QB” e “Neptuno” ficaram com a medalha de ouro, cabendo a medalha de prata para “Ópio d’Ornelas”.
A poldra “Queque do Lagar” foi considerada pelo júri a campeã fêmea e campeã dos campeões do nono Festival Oeste Lusitano. O campeão macho foi “Relâmpago D’Hortas”.
Durante dois dias, depois das onze e meia da noite, numa zona resguardada, houve largadas de touros, com a abertura pelos forcados amadores das Caldas da Rainha, antes do público também se lançar ao desafio. Neste evento um jovem de 17 anos acabou por ir parar ao hospital, onde foi alvo de uma intervenção cirúrgica, segundo relatou a mãe.
Para além do espaço expositivo, com 40 boxes, onde se podia apreciar a beleza do cavalo lusitano, o parque foi dividido para acolher outras diversões e também zonas de restauração e gastronomia. No Espaço Malhoa, em frente ao museu, havia bancas com diversos artigos artísticos, e o relvado foi aproveitado para atuações de danças de salão, hip hop urbano e outros momentos de dança, zumba, música, ioga, treino físico, oficinas de pintura e um workshop de papel reciclado.
Junto ao coreto houve várias atividades e na zona infantil estava uma torre de escalada e existiam outras diversões.
No Céu de Vidro a música não faltou, tal como na pala (telheiro), que acolheu atuações variadas, e na tenda, onde houve fado. A Casa dos Barcos foi palco de uma exposição de cerâmica e de bordados das Caldas. O lago foi utilizado para stand up paddle.
Escolas da região tiveram expositores onde divulgaram a sua oferta formativa e realizaram várias iniciativas, e alunos do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro encarregaram-se de fazer a transmissão vídeo em streaming do festival. A Rádio Mais Oeste fez a cobertura do evento, com vários entrevistados em direto, e o Jornal das Caldas teve um expositor onde ofereceu exemplares da edição semanal aos visitantes. Estiveram também presentes entidades relacionadas com a atividade equestre.
O programa deste evento dedicado ao cavalo lusitano, que regressou após a interrupção durante dois anos provocada pela pandemia, contou com mais de 80 atividades.
O respeito pelo Parque D. Carlos I não foi esquecido pela organização, que no dia a seguir ao evento deixou limpo aquele espaço verde, quase sem vestígios de ali se ter realizado o festival, na sequência de trabalhos de regeneração.
Quer a associação promotora quer a Câmara são unânimes na aposta em potenciar este evento. Para o presidente da Associação de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano do Oeste, Pedro Columbano, o festival “acabou por ganhar um ADN próprio”, enquanto que o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vitor Marques, pretende “continuar a colaborar com o Oeste Lusitano”, considerando que “o festival tem de continuar a crescer”. Este foi o ano com maior número de criadores de cavalo puro sangue lusitano, com a presença de mais de 40.
Opiniões ouvidas no evento defenderam a ideia que a iniciativa se deve manter, pela ligação histórica e cultural das Caldas da Rainha com os cavalos, como aliás se canta no tradicional fado das Caldas. E a maioria dos auscultados pelo Jornal das Caldas sustentou que o Oeste Lusitano não deve sair do Parque, caso contrário arrisca-se a ter o mesmo fim que as antigas feiras dos Frutos e da Cerâmica, que ao terem passado para a Expoeste perderam brilho, vindo mesmo esta última a deixar de ser realizada e a primeira acabou por voltar ao Parque.
Como argumentos, apresentaram a necessidade de criar movimento no Parque e no centro histórico da cidade, com repercussões na economia local, e o reduzido impacto que os eventos ali realizados têm no espaço verde.
Houve também quem defendesse que durante o período de montagem e de realização do certame a Câmara poderia aumentar o número de horas de estacionamento livre nos parques subterrâneos da cidade, devido à maior dificuldade em encontrar espaços vagos.
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