A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Peniche, criada a 1 de fevereiro, anunciou que a petição “Garantir o acesso aos serviços dos Cuidados de Saúde Primários e dos Cuidados Hospitalares no Concelho de Peniche” terminou no passado dia 15, tendo havido 5328 assinaturas, presencialmente e online.
Brevemente a comissão irá realizar as respetivas diligências para a entrega do dossiê de assinaturas junto do Presidente da Assembleia da República, assim como a formalização de pedido de reunião à Ministra da Saúde, entre outras ações.
Esta comissão surgiu da vontade de um grupo informal de pessoas pertencentes ao concelho em querer contribuir para melhoria da saúde “face à situação atual de degradação das respostas dos serviços”.
Fala em “difícil acessibilidade aos cuidados de saúde primários pela população do concelho e insuficiência na oferta hospitalar, pela fragilidade de atendimento do serviço de urgência básica e falta de valências de especialidades”.
Pretende ser “uma voz ativa nos esforços de melhoria de funcionamento dos serviços de saúde ao nível dos cuidados de saúde primários e ao nível dos cuidados hospitalares”.
Órgão independente, visa a articulação com as entidades representativas da saúde (Ministério da Saúde, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia), para colaborar na resolução dos problemas sentidos pelos utentes.
De acordo com a comissão, 44,5% da população de Peniche encontra-se sem médico de família, com maior incidência na freguesia de Atouguia da Baleia, onde se verifica a inexistência de médicos de família numa população de cerca de seis mil habitantes.
Por outro lado, faz notar que a promessa de reestruturação do hospital de Peniche em 2013, reafirmada em sede de reuniões com dirigentes políticos e responsáveis da administração hospitalar e objeto de cabimentação de verbas e processos de lançamento de concurso para obras de adaptação do hospital, ainda se encontra por concretizar.
“As extensões de saúde, nomeadamente de Atouguia da Baleia e Serra d’El Rei, manifestam necessidades prementes e humanização do espaço e infraestruturas. Ao nível do hospital, a resposta do serviço de urgência básica não tem permanentemente um médico de medicina interna e constata-se a indefinição das valências e a falta das mesmas.
Na petição dirigida ao presidente da Assembleia da República, são apontados como exigência ao nível dos cuidados de saúde primários, o reforço urgente de médicos de família e enfermeiros e melhoria de infraestruturas e equipamentos no Centro de Saúde de Atouguia da Baleia, onde os seis mil utentes inscritos estão sem médico de família.
Para o Centro de Saúde de Peniche é pedido o reforço de médicos e enfermeiros. Os utentes inscritos no sem médico de família são 2100 e dentro de pouco tempo haverá quatro médicos reformados.
No que diz respeito ao Centro de Saúde de Ferrel, atualmente com um médico de família e um enfermeiro que assistem a três mil utentes inscritos, é sustentada a necessidade de reforço da respetiva equipa.
Quanto ao Centro de Saúde da Serra D’El Rei, verificam-se necessidades ao nível dos equipamentos e humanização do espaço.
Em relação ao Hospital de Peniche, é reivindicado o reforço da equipa médica e de enfermagem nas urgências e permanência de médico de medicina interna, abertura de mais valências ao nível do internamento e consultas externas de acordo com necessidades da população do concelho.
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