Será no fim-de-semana de 30 de abril e 1 de maio, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, que decorrerão as XVI Jornadas de Cultura Espírita do Oeste. Um evento internacional com ampla dimensão, aponta José Lucas, membro da comissão organizadora.
Jornal das Caldas – O que são as Jornadas de Cultura Espírita?
José Lucas – São uma espécie de congressos participativos, onde se estuda, debate a filosofia espírita (que não é mais uma seita ou religião, mas sim uma filosofia de vida).
JC – Quando começaram?
JL – Começaram em 2005 no auditório “A Casa da Música”, em Óbidos, que rapidamente se tornou pequeno nos seus 200 lugares, tendo decorrido posteriormente no grande auditório do Centro Cultural e de Congressos (CCC) de Caldas da Rainha.
JC – Pelo nome pode-se deduzir que o espiritismo é cultura?
JL – Sim, como doutrina (conjunto de ideias) tem uma faceta científica (ciência de observação), filosófica e moral. Demonstra experimentalmente que o homem é um ser imortal e, que a reencarnação e a comunicabilidade dos espíritos são uma realidade. Nada tem a ver com crendices, bruxarias, magias, comércio. É essencialmente um amplo movimento cultural.
JC – Existe muita resistência ao espiritismo?
JL – Atualmente já não, derivada à divulgação pelas redes sociais e órgãos de comunicação social. De realçar que Caldas da Rainha tem sido um dos motores da divulgação do espiritismo nas várias televisões existentes, jornais nacionais e internacionais. Curiosamente, nestas 15 edições realizadas, com exceção do JORNAL DAS CALDAS, nunca este evento foi divulgado ou referido nos media locais e regionais. Estamos a falar de eventos internacionais, com mais de 500 pessoas. É, no mínimo estranho…
JC – Qual o objetivo destas Jornadas?
JL – Este ano vamos falar de “Ciência e Espiritismo”, das fontes do conhecimento e de como todas elas interagem com o espiritismo. Vais ser um evento muito diversificado, com conferências, entrevistas, teatro, dança artística, vídeos, três exposições, música, livraria, stand up comedy, tudo dentro da vertente espírita, para além do saudável convívio entre todos.
JC – Qualquer pessoa pode ir a este evento?
JL – Sim, o espiritismo é um movimento cultural universal e universalista. Qualquer pessoa, seja quem for pode participar. O bilhete custa 12,50€ (preço simbólico para ajudar nas despesas) e pode inscrever-se online, no Facebook ou no site do Centro de Cultura Espírita (CCE), onde encontra o link de inscrição. Quem não puder pagar os 12,50€ pode entrar gratuitamente, queremos um evento para todos. No site ou Facebook podem encontrar o programa do evento e todas as informações que precisam. Podem também fazê-lo na sede do CCE, à 6ª feira à noite ou pelo telefone 938466898.
JC – Haverá restrições com a Covid-19?
JL – Seguimos rigorosamente as orientações da Direção-Geral de Saúde e vamos ainda mais além. Os participantes usarão, naturalmente máscara, haverá a desinfeção das mãos e a distância física no auditório (embora não seja obrigatória, será garantida). Com o nível de vacinação que Portugal tem, e com os cuidados que vamos ter, tudo vai correr bem.
JC – Que mensagem gostaria de deixar?
JL – Acima de tudo que é um evento de partilha e não de sabichões que ensinam aos outros. Vale a pena. Nestes momentos conturbados de guerra, o espiritismo apresenta-se como fonte de paz para a humanidade. Esse é o nosso desiderato: fomentar a pacificação interior, a paz social e, consecutivamente, a paz mundial. Estamos na onda de Jesus de Nazaré e de Gandhi: “Não há caminho para a paz! A paz é o caminho!”
0 Comentários