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Obra “Quase Todo o Bordalo” vai ser lançada em junho

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Uma conversa animada informal sobre a “figura extraordinária do grande mestre em caricatura, cartoon e cerâmica”, que decorreu no dia 1 de abril na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, constituiu o primeiro passo da divulgação da obra “Quase Todo o Bordalo”, que vai ser lançada em junho. 
Conversa sobre Rafael Bordalo Pinheiro revelou o que será o novo livro

Uma conversa animada informal sobre a “figura extraordinária do grande mestre em caricatura, cartoon e cerâmica”, que decorreu no dia 1 de abril na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, constituiu o primeiro passo da divulgação da obra “Quase Todo o Bordalo”, que vai ser lançada em junho. 

O livro de 368 páginas, financiado pela ESRBP e Câmara das Caldas, promete ser uma das obras mais conceituados sobre Rafael Bordalo Pinheiro e “com grande impacto na região e no país”. Um dos mentores do livro e que deu o título à obra foi o jornalista e editor João Paulo Cotrim, que faleceu em dezembro. A edição será “também uma forma de honrar a sua memória”.

No início da sessão, Maria do Céu Santos, diretora do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, explicou que a ideia do livro surgiu há mais de um ano por Isabel Castanheira, que “teve a vontade que houvesse uma obra que fizesse jus a outras vertentes de Bordalo Pinheiro”. Mais tarde, adiantou, a responsável, “esta vontade foi abraçada por uma pessoa muito querida que já não se encontra entre nós, João Paulo Cotrim, jornalista e editor, fundador da editora Abysmo, que faleceu em dezembro.

“Em outubro esteve na nossa escola na preparação de todo o processo da obra”, contou, acrescentando que “o livro tem vindo a ser feito com Jorge Silva, responsável pelo design e por muitos considerado o melhor designer gráfico de Portugal”. Para a concretização do livro tem havido ainda uma articulação com os alunos.

“Estava também previsto nesse roteiro feito por João Paulo Cotrim que haveria um momento em que iriamos falar de Bordalo e da obra que ainda não está concluída”, adiantou Maria do Céu Santos.

Daí o evento “Bordallo – Modernidade e Irreverência”, que juntou Isabel Castanheira e Jorge Silva. A moderação esteve a cargo de Carlos Querido, que destacou a “especial relação da escola com o seu patrono, o que não é muito vulgar”.

Isabel Castanheira contou que se apaixonou por Bordalo Pinheiro quando abriu a mítica livraria 107. “Comecei a ler livros sobre a banda desenhada e veio-me parar às mãos um livro que dizia que Bordalo teria sido o primeiro homem a fazer banda desenhada em Portugal”, contou, acrescentando que desde então não parou de investigar a vida e a obra do artista. “Foi cartoonista, ceramista, decorador, jornalista, encenador e caricaturista político e social”, disse a autora, confessando que a sua paixão “vai para o desenho”.

Jorge Silva, que também é historiador do design, referiu que Bordalo “criou um território em relação ao cartoon ou desenho humorístico que está associado à política e à decadência da monarquia como sistema de Governo”. O mestre era, segundo o designer, “claramente um republicano e estava sempre presente nas iniciativas editoriais dos amigos republicanos”. “O desenho humorístico relacionado com a política no século XIX é extremamente agressivo”, indicou, revelando que “Bordalo fez uma revolução e foi uma referência nacional no panorama do cartoon e caricatura portuguesa”.

“Ele introduz em Portugal uma leitura contínua sobretudo sobre o mundo da imprensa, da intelectualidade (escrita e escritores) e do teatro”, contou, fazendo notar que nesse sentido “é único”. “Como ele consegue ajudar a cavar a sepultura da monarquia teve jornais suspensos por causa de jornais gráficos em relação à realeza e ao mesmo tempo tinha uma grande paixão pela Rainha D. Amélia”, adiantou. 

Apesar de os historiadores que estudaram Bordalo Pinheiro nunca “terem mencionado”, Isabel Castanheira conseguiu descobrir o amor secreto do artista, Maria Visconti, atriz do Teatro da Trindade, revelando que “a sua esposa, Elvira, nunca descobriu a história do amor proibido (chamemos-lhe assim, por facilidade)”. “Ele fez duas ilustrações em que Maria Visconti está morta e que foram desenhadas com sentimento e muita paixão e não com arte”, relatou a autora, referindo ainda que havia na fábrica um busto de Maria Visconti que hoje está no Museu Bordalo Pinheiro.

Jorge Silva mostrou a capa do livro e fez ainda uma apresentação dos vários períodos de Bordalo: O Bordalo solidário, o Bordalo inventor, o Bordalo que não se levava a sério e o Bordalo eterno.

Foram mais de duas horas à volta de Rafael Bordalo Pinheiro, “um artista genial que marcou a arte portuguesa no final do século XIX”.

Segundo João Paulo Cotrim, a obra a ser editada “nasce da coleção e labor da livreira Isabel Castanheira, que ao longo de vários anos fez a recolha da produção gráfica deste multifacetado artista”.

A autora, responsável pela livraria 107, terá o novo livro “enriquecido com a colaboração do Museu Bordalo Pinheiro e de outras coleções”.

O novo livro incluirá peças inéditas, “o que tornarão a obra uma referência absoluta”, vincou João Paulo Cotrim, sublinhando que Caldas da Rainha “com mais esta iniciativa, torna-se claramente o centro de produção de saber nacional sobre essa figura extraordinária”.

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