Para poupar algum dinheiro antes da subida dos preços dos combustíveis, os condutores nas Caldas da Rainha aproveitaram no passado fim de semana para abastecerem as suas viaturas. Ouviram-se críticas ao Governo.
Houve umagrande afluência às bombas de gasolina na cidade das Caldas da Rainha e o tema incontornável era a escalada do preço do gasóleo e da gasolina, que a partir de segunda-feira passaram a ser mais caros, numa subida em média de catorze cêntimos por litro para o gasóleo simples e oito cêntimos por litro para a gasolina, o aumento mais alto desde que há registo, que se deve bastante ao conflito na Ucrânia e consequente aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais.
Desde sexta-feira os postos de abastecimento estiveram muito concorridos, situação que levou algumas bombas a ficarem sem combustível.
Os condutores mostraram preocupação com a fatura a pagar e no seu entender trata-se de um agravamento que podia ser reduzido pelo Estado.
“Se o Estado não der uma ajuda, os pobres sofrem com isto”, manifestou Marcelino Santos.
“Quanto mais os combustíveis sobem mais o Estado ganha em IVA. Porque é que não baixa os impostos?”, questionou José Capinha.
“É inacreditável e injusto porque os salários em Portugal são tão baixos. Como é que podem fazer isto às pessoas? É um roubo à luz do dia”, insurgiu-se João António.
Fazer menos deslocações é uma forma de reduzir despesas, mas nem todos podem. “Eu só ando de carro para ir às compras. Dois euros por litro é um exagero”, disse José Santos. “Sou feirante e tudo o que faço na profissão é de carro”, relatou José Silva. “Só faço as viagens necessárias. Menos é impossível”, apontou Paula Francisco.
Alguns conselhos ajudam a poupar combustível. Ao abastecer, atestar poupa tempo e dinheiro, com menos viagens à bomba de gasolina. Ser suave no acelerador, evitando acelerações bruscas, permite uma redução no gasto de combustível. Retirar cargas desnecessárias, usar com moderação o sistema de ar condicionado, selecionando uma temperatura amena, planear a rota mais eficiente, com menos desvios, menos trânsito e mais direta, demorar menos tempo à procura de lugar para estacionar, desligar o carro sempre que parar, ter a manutenção do carro em dia e a pressão adequada dos pneus, são ações que ajudam a poupar.
O Governo anunciou que haverá medidas para mitigar a subida dos combustíveis, como manter, por mais três meses, o Autovoucher, que deveria terminar no final de março, e aumentar o seu valor, de cinco para vinte euros de desconto mensal. Em causa está um desconto que passa a ser aplicado a 200 litros de combustível por mês, em vez dos 50 litros que estavam em vigor desde outubro.
Também o apoio a autocarros e táxis será estendido, por mais três meses, com o pagamento de trinta cêntimos por litro, três vezes mais do que os dez cêntimos que estavam em vigor.
Questionado sobre um alívio do peso dos impostos sobre os combustíveis, que ronda os 60% do preço final, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, sublinhou que “o Governo não se apropria dos impostos para si e dos impostos sobre os combustíveis” e que “eles existem para financiar importantes despesas de que beneficiam todos os portugueses”.
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