O empresário Rui da Bernarda foi escolhido como Profissional do Ano, pelo profissionalismo demonstrado no desempenho das funções de sócio-gerente das empresas Mercearia Pena, A Pérola da Sorte, Restaurante Afinidades e Café-Restaurante Capristanos. A escritora e docente (aposentada) Isabel Sá Lopes recebeu o prémio de mérito de Carreira, em prol da comunidade local. Os dois foram galardoados pelo Rotary Clube das Caldas da Rainha.
Mais de 70 pessoas juntaram-se ao Rotary Clube das Caldas da Rainha, no passado dia 28, no restaurante A Lareira, para homenagear o percurso profissional dos dois caldenses.
“Profissionalismo, dedicação, amigo do amigo e grandeza de espírito” foram algumas das qualidades que amigos e familiares fizeram questão de destacar acerca dos homenageados, naquele que é um dos eventos rotários mais importantes do ano.
O Rotary Clube das Caldas da Rainha uniu na cerimónia a poesia e o empreendedorismo, duas caraterísticas dos homenageados.
Rui da Bernarda nasceu a 4 de setembro de 1975, nas Caldas. É filho de Noémia do Canto e Alberto da Bernarda. Foi sempre um excelente aluno. Recebeu o diploma de mérito no 12º ano da Escola Rafael Bordalo Pinheiro e é licenciado em Gestão e Marketing.
Foi pela dedicação ao trabalho e pela inovação que tem feito nos seus negócios assim como pelo contributo que tem dado às causas sociais da cidade, que o clube caldense homenageou Rui da Bernarda.
O empresário agradeceu aos rotários a homenagem revelando que “é um clube que me diz muito e que tem apoiado nos últimos anos os prémios escolares”.
Referiu que é gratificante ser “reconhecido por fazer algo que adoro e que faço com muita paixão”. “Ser empresário é também ter o reconhecimento dos fornecedores e clientes”, salientou, partilhando a distinção com a família, nomeadamente “os pais e as gerações anteriores à minha família porque a educação e princípios vêm deles” e também “à esposa e filhos pelo apoio”.
Repartiu igualmente com os seus amigos, transmitindo-lhes que os “princípios da solidariedade, lealdade e verdade estão sempre presentes em todo o caminho”. Não esqueceu de partilhar o prémio também com os colaboradores, que todos os dias “fazem o caminho comigo nas empresas”.
O caldense revelou a sua paixão pela gastronomia e produtos tradicionais portugueses de qualidade. “Tenho tentado sempre manter a identidade com muito respeito pelas nossas tradições, pela nossa história, região e produtos endógenos”, apontou.
No futuro o empresário pretende continuar a “criar conceitos diferenciadores, mas que respeitem a tradição”, com o desejo de “deixar uma marca que as gerações futuras possam desenvolver à sua maneira”.
“Estrela de Hollywood”
Isabel Sá Lopes foi distinguida com o prémio de Profissional e Carreira pela sua dedicação e reconhecimento na área da educação, cultural e social.
Nasceu em Santarém, a 5 de junho de 1943. Em 1960 iniciou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra o curso de Filologia Germânica, que interrompeu em 1964 para acompanhar o marido que cumpria o Serviço Militar Obrigatório em Timor-Leste. Retomou depois os estudos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde concluiu a Licenciatura.
Em 1969 iniciou funções como professora de português no então Ciclo Preparatório e depois foi professora de inglês na Escola Industrial e Comercial das Caldas. Foi colocada como professora efetiva de português na Escola D. João II nas Caldas da Rainha.
Após a aposentação no ensino público foi professora no colégio e na Universidade Sénior, onde desenvolveu também projetos ligados à poesia. Fez parte de várias coletâneas de poesia da Editoral Minerva e em 2008 publicou o seu primeiro livro para crianças, bilingue, “Liberdade/Freedom”.
Foi com a declamação de um poema da sua autoria que agradeceu aos rotários caldenses a homenagem. No início da cerimónia os filhos de Rui da Bernarda leram um poema dedicado ao pai, também escrito por Isabel Sá Lopes.
Presente na iniciativa esteve o neto da escritora, Manuel Cardoso, que revelou que para ele não foi “surpreendente” a avó ser premiada porque “foi a primeira estrela de Hollywood com quem tive contacto, da forma como ela era abordada na rua”. Recordou a “experiência de andar com a avó na Rua das Montras, que era equivalente à de um segurança de Julie Andrews na década de 1970 em Hollywood boulevard”, brincou o humorista, acrescentando que a sua avó “deu aulas a milhares de alunos de várias famílias caldenses, daí falar de um universo de admiradores muito grande”. Referiu que a avó “não é antiquada” e que nunca sentiu a distância geracional, tendo sido ela quem lhe transmitiu “os valores do progresso e da tolerância”.
O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques declarou que os homenageados “são duas figuras incontornáveis, de gerações diferentes, que muito orgulham as Caldas”. Elogiou ainda a amizade que tem com os rotários, reconhecendo o trabalho que fazem em prol da sociedade caldense.
António Carmo, governador assistente do distrito de 1960, elogiou o profissionalismo dos homenageados, que fazem a diferença nas Caldas.
Outros amigos e familiares de Rui da Bernarda e Isabel Sá Lopes relataram as suas histórias e qualidades.
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