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Fui ao Fá-Lo e fui bem

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Criado com o intuito de promover e dar espaço a novos autores, o coletivo artístico Fá-Lo, situado no coração das Caldas da Rainha, organizou um evento cultural que se realizou no dia 12 de fevereiro, com uma programação apelativa que juntou um grupo de pessoas interessadas em ver os trabalhos da artista Joana Cruz e na sessão de cinema que ocorreu por volta das 19 horas, com o filme “O Que Arde”, de Oliver Laxe.

Criado com o intuito de promover e dar espaço a novos autores, o coletivo artístico Fá-Lo, situado no coração das Caldas da Rainha, organizou um evento cultural que se realizou no dia 12 de fevereiro, com uma programação apelativa que juntou um grupo de pessoas interessadas em ver os trabalhos da artista Joana Cruz e na sessão de cinema que ocorreu por volta das 19 horas, com o filme “O Que Arde”, de Oliver Laxe.

Sendo este o meu primeiro ano a residir na cidade das Caldas da Rainha nunca tinha tido contacto com o coletivo Fá-Lo ou sequer conhecimento do mesmo. Assim sendo, a minha opinião desprende-se de qualquer tipo de sentimento pré-fabricado ou idealizado; não tinha, portanto, qualquer articulação face ao que iria encontrar.

Numa primeira instância, senti que a sua força, além da já patente e óbvia componente cultural, provinha muito da interação quase familiar que se faz sentir no espaço, nas pessoas e no ambiente ocasionado por ambos.

Cheguei cedo, pois pretendia dar dois rolos fotográficos para revelação. Assim que as minhas intenções foram tornadas claras mostraram-se disponíveis para me auxiliar em qualquer dúvida que existisse, o que me deixou num à vontade tal para questionar acerca de qual rolo deveria comprar a seguir, sendo que me aconselharam e explicaram como era feito o processo de revelação.

Daqui até à hora da sessão de cinema, desfrutei de algumas intervenções com as diferentes pessoas com quem dividia o espaço, pessoas essas com uma postura com a qual me identifico, sempre com um sorriso e uma palavra meiga como parte introdutória do seu discurso.

No entanto, por ter ido sozinho, sentia a minha presença ainda um pouco desconcertada, até que se iniciou o filme. Sentei-me numa das cadeiras frontais à parede onde o filme fora projetado, e não me poderia ter sentido melhor. O sentimento era mútuo, era de amizade, era de companheirismo, na qual a complexidade do momento residia apenas na sua bonita simplicidade.

É um local que convida o indivíduo a ser ele próprio, através de uma participação ativa caso assim se pretenda ou simplesmente de um convite sem esperar nada em troca, como quando nos juntamos a um grupo de amigos que não são mais que conhecidos, no qual o nosso papel é aceite sem interrogatórios.

É uma experiência, sem dúvida, que aconselho e que pretendo repetir numa próxima, pois como assíduo consumidor de cinema, este fim de tarde no Fá-Lo encaixou na perfeição nos meus ideais. Fiquei embebido pelo ambiente pessoal e conexão fácil que o público-alvo deste coletivo cativa. Saí de lá com um sentimento de pertença, sem nunca ter pertencido até então.

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