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História de José e Graciete Machado

Um amor de “respeito” que se transformou em 49 anos de casamento

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Como é que se sobrevive a um casamento de quase meio-século, quando estão a durar cada vez menos. Para José e Graciete Machado, que completam 50 anos de casados no dia 28 de janeiro de 2023, a resposta é “diálogo, respeito e companheirismo”. O casal, natural de Alfeizerão, prova que é possível viver um amor eterno. Mas “não é sempre um conto de fadas”. É uma história real de um homem e mulher que encontraram o equilíbrio e construíram ao longo dos anos uma vida a dois, ultrapassando a rotina e dificuldades. Casaram em 1973 na Igreja São João de Batista, em Alfeizerão. Têm duas filhas e três netos.  
José e Graciete Machado comemoram em 2023 meio-século de casamento

História de José e Graciete Machado

Como é que se sobrevive a um casamento de quase meio-século, quando estão a durar cada vez menos. Para José e Graciete Machado, que completam 50 anos de casados no dia 28 de janeiro de 2023, a resposta é “diálogo, respeito e companheirismo”. O casal, natural de Alfeizerão, prova que é possível viver um amor eterno. Mas “não é sempre um conto de fadas”. É uma história real de um homem e mulher que encontraram o equilíbrio e construíram ao longo dos anos uma vida a dois, ultrapassando a rotina e dificuldades. Casaram em 1973 na Igreja São João de Batista, em Alfeizerão. Têm duas filhas e três netos.  

casal 2
Casaram na Igreja de Alfeizerão
 

O amor de Graciete Simões Machado, 71 anos, e José Machado, 72 anos, começou quando eram jovens. Conheceram-se na camioneta no regresso da praia de São Martinho do Porto. Eram os dois catequistas e foi num baile no salão Caniço, no Casal Pardo, com a banda “Os 5 Napolitanos”, que José Machado lhe disse “gosto muito de ti, queres namorar comigo?”.

Graciete tinha 14 anos quando na escola arranjou um namoradinho e a sua mãe mandou-a para o Colégio de Freiras Nossa Senhora de Fátima, em Leiria. “Quando acabei o Colégio voltei para Alfeizerão e tinha um grupo de amigas em que íamos juntas para a praia de São Martinho do Porto e um dia o José vinha da praia com os seus amigos e meteu-se com as minhas amigas através do retrovisor da camioneta, e eu olhei e disse quem é aquele rapaz tão feio?  Mal eu sabia que ia ser o meu marido”, recorda Graciete.  

Foi no café Pão de Ló de Alfeizerão que depois voltaram a ver-se. “Ele já me conhecia e começou a conversar comigo até porque eramos os dois catequistas”, contou. O namoro só começou mais tarde depois de José Machado ter convencido a sua vizinha Natividade a convencer a mãe de Graciete a deixá-la ir ao baile no Casal Pardo. “Dançámos e foi aí que me pediu namoro e como eu não respondi, ele no dia seguinte não foi para Alverca, onde trabalhava na OGMA-Oficinas Gerais de Material Aeronáutico”, explica. Na altura Graciete fazia na Casa do Povo um curso de “Dona de Casa”, onde aprendia a cozinhar e bordar. “Ele sabia que eu andava no curso e ficou no Pão de Ló à espera que eu saísse do curso e aí eu aceitei o namoro”, refere.

Não namoravam todos os dias porque José trabalhava em Alverca e não podia vir a casa todos os fins de semana. “Ele ia embora ao domingo à noite e eu recebia uma carta dele à quarta-feira e depois eu respondia e ele recebia a carta na sexta”, conta, garantindo que tem todas as cartas guardadas.

Graciete lembra ainda os namoros presenciais na sala da casa dos pais, onde a mãe, apesar de gostar muito do seu namorado, “estava sempre presente”. “Era no sofá a ver televisão e eu a fazer renda e a minha mãe a conversar connosco. Tínhamos que ir ao Pão de Ló tomar café para poder dar um beijinho”. “Agora os namorados começam logo a dar beijos e a ter relações sexuais. No meu tempo não era assim”, sustenta.

“Três anos depois do namoro já estávamos casados”, conta Graciete, que sempre achou o marido “engraçado, brincalhão, alegre, charmoso e muito divertido”. 

Depois do casamento, Graciete continuou a viver com os pais e a trabalhar na mercearia da família em Alfeizerão. “Após três anos a minha mãe faleceu e o José deixou o emprego e veio viver comigo e ajudar-me na mercearia”, conta, acrescentando que foi aí que viveram juntos e criaram as duas filhas.   

É impossível não simpatizar com José Machado, que no meio de cada história vem uma anedota. “As namoradas que me deixaram, se eu me suicidasse por cada uma, tinha morrido muita vez”, disse, quando questionado sobre os amores na sua vida antes de conhecer a sua esposa.

“É a mulher da minha vida”

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A namorar em Óbidos 

A vivência estes anos todos com Graciete é a confirmação que “é a mulher da minha vida”. “É o tipo de coisa que tinha que ser”, salienta, recordando que “fui a casa dela pedir permissão ao pai para a namorar”.   

Para José Machado o casamento deu certo porque “há respeito, liberdade, paciência e honestidade um com o outro”. Faz parte do Grupo de Teatro “Pó D’Palco”, da Associação Recreativa Desportiva Quiterense, do Valado de Santa Quitéria e canta fado em eventos de convívio. “Agora com a pandemia não tem havido teatro e é uma coisa que me faz muita falta”, sublinha.

A sua esposa sempre respeitou as suas atividades culturais. Até porque na Casa do Povo em Alfeizerão, em conjunto sempre fizeram vários eventos ligados à cultura. Não se considera machista, mas sua esposa diz que o único machismo que tem é fazer as coisas que gosta, tendo ela se adaptado, dando o exemplo das noites de tertúlias com fado. “Por vezes ela também vai, mas há respeito e compreensão pelas coisas que eu gosto de fazer como eu respeito a liberdade dela”, adianta José Machado, considerando que na sociedade de hoje há “menos respeito uns pelos outros”. Considera a sua mulher uma pessoa “divertida, com sentido de humor para as suas brincadeiras”.

Pretendem comemorar para o ano as Bodas de Outro com um almoço ou jantar convívio, mas renovar os votos na Igreja não está nos planos. Gostavam de convidar para a festa o padre Manuel Francisco Borges, que os casou e batizou as suas filhas. Tem cerca de 90 anos e está em Santarém.

Não têm hábito comemorar o Dia dos Namorados, porque no seu tempo de juventude não era hábito.

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