A vila de Serra D’El-Rei, em Peniche, abriu há quatro anos um museu dedicado a uma das mais bonitas histórias de amor do século XIV – o amor proibido entre D. Pedro I e D. Inês de Castro, estando a preparar a celebração do quarto aniversário, no Dia dos Namorados.
Na próxima segunda-feira, o romance pode ser revisitada numa ida ao Museu, com entradas gratuitas neste dia, e na iniciativa a ter lugar no exterior, permitindo “viajar” pelos ofícios da época de Pedro e Inês, onde se construíam armaduras em cota de malha, entre malhas se faziam tecidos, de linhas nasciam cordas e do aço se fazia o fogo.
Nesta iniciativa promovida pela autarquia de Serra D’El-Rei haverá animação com pessoas trajadas à época.
“O Museu de Serra D’El-Rei D. Pedro I é uma verdadeira “lufada de ar fresco” na transmissão do conhecimento aos visitantes e na difusão da sua história e identidade. A autarquia ousou tomar a iniciativa em pleno século XXI de recordar ou dar a conhecer ao público o amor proibido de Pedro e Inês. O sentimento de paixão aumentou com a visualização desta história”, manifestou o presidente da Junta, Jorge Amador.
Os encontros amorosos entre Pedro e Inês aconteciam entre a de Serra D’El-Rei e o Moledo, na Lourinhã. D. Pedro viajava às escondidas do pai a partir do paço que tinha em Serra D’El-Rei.
A divulgação desta história de amor e lágrimas encontra-se ao abrigo do protocolo firmado entre a Fundação Inês de Castro, o Município de Peniche e a Freguesia de Serra d’ El-Rei.
O Museu está instalado num novo edifício ligado ao Fórum da Serra e representa um investimento de 700 mil euros.
É o ponto de partida para um roteiro mais alargado sobre a presença de D. Pedro I, cujo paço real, datado do início do século XIV e classificado como imóvel de interesse público, está a algumas dezenas de metros.
Longe da intriga e da corte, fora das principais estradas do reino, D. Pedro e Inês de Castro viveram entre 1346 e 1352 alguns dos anos mais calmos e felizes de um amor trágico e proibido.
D. Inês era filha ilegítima de D. Pedro Fernandes de Castro, grande senhor da Galiza, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de Aldonça Lourenço de Valadares, dama portuguesa. Integrou o séquito de D. Constança Manuel, consorte do Infante D. Pedro, que chegou a Portugal em 1340.
Com Pedro I teve quatro filhos, os três primeiros nascidos em terras de Peniche e Lourinhã. Foi assassinada, por razões de Estado, a mando do rei D. Afonso IV, pai de Pedro, a 7 de janeiro de 1355, em Coimbra.
Aclamada Rainha de Portugal após a sua morte, está sepultada num sumptuoso túmulo no Mosteiro de Alcobaça, junto a D. Pedro I.
O final trágico está simbolizado numa peça de moda no segundo piso do museu. Na sala principal está a exposição permanente e pode-se ver o caminho contrário ao das ferraduras desenhadas no solo, que D. Pedro mandava os seus homens marcar, para despistar o rasto dos cavalos quando ia às escondidas encontrar-se com Inês de Castro.
Além destas histórias, a exposição é composta por painéis explicativos, esculturas, ilustrações, uma panorâmica dos trajes da época e espólio existente na região.
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