A Comissão Cívica da Proteção das Linhas de Água e Ambiente informou no passado dia 26 que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) assegurou a qualidade de água da rede pública do concelho das Caldas da Rainha, afastando assim o cenário de perigo de contaminação e pesticidas nas captações da rede pública devido à excessiva concentração de explorações agrícolas em duas localidades das Caldas da Rainha. Essa resposta deixa a comissão “por agora, absolutamente descansada, em relação à qualidade de água, continuando, no entanto, atenta à situação”.
Em causa está o alerta dado pela Comissão Cívica de Proteção da Linhas de Água e Ambiente, em dezembro do ano passado, com base em “numerosas queixas de moradores” de duas localidades do concelho das Caldas da Rainha, que “estavam preocupados com o excesso de furos no consumo de água utilizado para explorações agrícolas próximas, bem como o perigo de envenenamento da mesma, através da utilização de pesticidas para o efeito, pelo facto dos furos de captação de água para a rede de pública poderem ser prejudicados, por vários motivos”, recordou o porta-voz da comissão, Vítor Dinis.
Face a todas estas preocupações, a comissão solicitou à APA “um esclarecimento sobre esta matéria”, bem como queria saber se este organismo estava “ao corrente do assunto e se estava a ser controlado ao ponto de descansar a comissão em termos de segurança, quer no consumo, quer na contaminação e na exploração agrícola na zona”. Depois das várias insistências, a comissão foi “finalmente informada “através de um comunicado enviado pela APA, que garante não ter sido reportada qualquer afetação das captações de abastecimento público”.
Essa informação, segundo o porta-voz da comissão, “deixa-nos por agora satisfeitos e absolutamente descansados em relação à qualidade de água, continuando, no entanto, sempre atenta à situação”.
O documento também refere que está a ser feita por parte dos Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha, “a monitorização das captações, afetas ao abastecimento público”, com acompanhamento dos serviços deste organismo, mas caso “persistam valores superiores à norma de qualidade serão impostas restrições”.
No que diz respeito às zonas de Serra do Bouro, Campo e Salir do Porto, que foram consideradas pela comissão como “mais preocupantes”, a APA informou que esta área foi alvo de um estudo recente para avaliação do estado quantitativo das massas de água subterrânea, apresentando “um valor de recarga média do aquífero de 23.3 hectómetros cúbicos (hm3) por ano, com um consumo total de água de 10 hm3/ano”, sendo “a componente agrícola responsável por 3.8 hm3/ano e o abastecimento de 5.4 hm3/ano”.
O estudo também verificou que “a massa de água Caldas da Rainha – Nazaré manterá o bom estado quantitativo”. Estes dados “deixam a comissão descansada relativamente à possibilidade de poder vir a haver falta de água para o abastecimento às populações”, sublinhou Vítor Dinis.
Os objetivos ambientais é que poderão ficar aquém do ambicionado, devido à tendência de descida dos níveis piezométricos.
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