Foi aprovada na Câmara Municipal das Caldas da Rainha uma proposta de elaboração e execução de um projeto de expansão do termalismo, apresentada pelo vereador do PS, Luís Patacho, que visa a realização de um estudo de sustentabilidade económica do projeto termal para a construção de um novo balneário que permita potenciar a qualidade da oferta e aumentar o número de frequentadores.
O socialista fez notar que as Termas das Caldas da Rainha encontram-se a funcionar apenas com inalações no chamado “Balneário Novo”, estando a decorrer as obras na ala sul do 1º andar do Hospital Termal que visam criar condições para se iniciarem os tratamentos musculoesqueléticos.
“As infraestruturas das Termas das Caldas têm o maior interesse histórico, cultural e até turístico mas não acompanham nem têm condições de virem a acompanhar aquelas que são as atuais exigências de modernidade dos aquistas, incluindo uma visão mais abrangente do termalismo que inclui uma componente de lazer e de bem-estar”, considerou.
Para Luís Patacho, “temos, por isso, umas termas a funcionar numa versão minimalista e com infraestruturas que por si só são incapazes de potenciar a qualidade da oferta e o número desejável de aquistas que permitam um desenvolvimento sustentado do nosso termalismo, capaz de alavancar a nossa economia local no que respeita aos setores de atividade direta e indiretamente a ele ligados”.
Defendeu, por isso, que “importa, quanto antes, realizar um estudo de sustentabilidade económica do projeto termal que nos auxilie na tomada de decisão sobre a localização, a tipologia e a capacidade de um novo balneário, que deverá integrar o complexo termal com o atual Balneário Novo e o Hospital Termal, mantendo, sobretudo este, um caráter preferencialmente histórico-cultural, de visitação e turístico”.
“Mas a construção de um novo balneário termal deve ser apenas uma “peça”, ainda que das mais relevantes, de um amplo projeto de expansão do termalismo. É importante que o complexo termal, a água termal e os tratamentos termais tenham uma articulação com a praia, as águas da Pocinha de Salir do Porto, o Parque D. Carlos I e a Mata”, sublinhou o vereador, para quem “é ainda determinante criar-se um programa de apoio ao termalismo, saúde e bem-estar que promova essa expansão e dinamização do termalismo nas Caldas da Rainha, com uma forte componente de atratividade turística”.
O socialista vincou igualmente que “é da maior importância incluir nesse projeto de expansão do termalismo um Centro de Investigação das Águas Termais e Demais Recursos Hidrológicos, que qualifique as Termas das Caldas da Rainha”, como importante é “apostar numa forte promoção”.
CDU não quer hotel nos Pavilhões do Parque
Apesar dos Pavilhões do Parque terem sido concessionados a um grupo privado, que pretende transformá-los em unidade hoteleira, a CDU continuar a bater o pé à ideia, considerando que o projeto vai “descaraterizar o património”.
Henrique Fialho, n.º 5 na lista da CDU para o círculo eleitoral de Leiria, declarou que é “um património arquitetónico que corremos o risco de perder porque há a perspetiva de alienação deste património colocado ao serviço de interesses financeiros particulares que achamos que não são benéficos para a cidade”.
“Há um projeto em curso tendo em vista a descaraterização deste património. Ao longo dos anos esse projeto tem vindo a ser alvo de transformações, de início até se previa a construção de um parque subterrâneo no Parque, uma coisa inimaginável. É até altamente questionável que possamos entregar a um particular um cartão de visita [o Parque] que é património da cidade”, manifestou.
O comunista considera que “o Estado deve requalificar o património oferecendo outro tipo de utilização e colocando-o ao serviço das populações, por exemplo para lhe dar a utilização que estava na sua origem, uma vez que os Pavilhões foram edificados para servirem de apoio ao Hospital Termal, e não vejo por que razão não possam ser colocados ao serviço da prestação de cuidados de saúde, aumentando as valências que não existem na região”.
Henrique Fialho argumentou que a avançar a construção da unidade hoteleira “prevê-se o desaparecimento do Céu de Vidro e transformação da paisagem do Parque, descaraterizando-a”, pelo que “os caldenses deviam-se unir” contra esta ideia, para a qual o comunista receia que a população “ainda não esteja sensibilizada”.
Contudo, sustentou, “a concessão [ao grupo privado] existe, mas não quer dizer que não possa ser revertida”.
Por outro lado, “também achamos que está errado o Hospital Termal ter ficado sob a alçada do Município, que não tem qualquer tipo de competências na área da saúde para administrar”, afirmou, apontando que essa administração devia ser no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.
O candidato às eleições legislativas manifestou igualmente que, em relação à realização de feiras no Parque D. Carlos I, como as da fruta, cerâmica e outras, “não é a vocação do Parque, que não está minimamente preparado para eventos de massas”.
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