Com ondas entre doze e quinze metros, embora longe dos 23,77 metros que colocaram a Nazaré no mapa do surf mundial em 2011, através do americano Garrett McNamara, e dos 24,40 metros alcançados pelo brasileiro Rodrigo Koxa em 2017, atual recorde mundial do Guinness, disputou-se na passada segunda-feira o Tudor Nazaré Tow Surfing Challenge, uma competição assistida por milhares de pessoas ao vivo e online.
Com um dia cheio de sol e ondas com tamanho suficiente para garantir um bom espetáculo, o evento não teve a enchente que se verificou na véspera, quando se previa que fosse realizado, o que não aconteceu devido ao nevoeiro cerrado. Por ser domingo houve uma multidão no Sítio da Nazaré, mesmo tendo que deixar as viaturas bem longe, uma vez os acessos rodoviários estavam cortados, sendo a única possibilidade ir a pé ou de ascensor.
Contudo, quem foi no domingo só viu mesmo o nevoeiro, porque a competição apenas aconteceria na segunda-feira e por ser um dia de semana já teve menos gente, ainda assim houve necessidade de manter o controlo de entradas, com apresentação de certificados ou testes Covid, apesar de pouca rigidez na fiscalização. Anunciava-se também que ao mesmo tempo a permanência autorizada era de cinco mil pessoas, mas em rotatividade terão estado mais de vinte mil.
No que diz respeito à prova do circuito mundial de ondas gigantes da Liga Mundial de Surf, envolveu os melhores surfistas de ondas grandes do mundo, que testaram os seus limites, tendo sido avaliadas as suas prestações individuais e em equipa.
O brasileiro Lucas Chianca acabou por vencer o prémio para o melhor desempenho no Nazaré Challenge. Destacou-se entre os ‘big riders’, conquistando 23,34 pontos nas suas três melhores ondas, à frente do brasileiro Pedro Scooby (22,90 pontos), levando o prémio ‘performance’ masculina da prova. A sua parceria com o havaiano Kai Lenny permitiu triunfarem por equipas (36,68 pontos), deixando em segundo a dupla formada pelo português Nic von Rupp e por Pedro Scooby (32,24 pontos).
Apesar de ter visto fugir o triunfo individual, Pedro Scooby foi premiado com a distinção do surfista com mais atitude e comprometimento durante o campeonato, tendo a onda mais pontuada do evento, com um tubo que lhe deu 9,50 pontos.
A francesa Justine Dupont conquistou o título de melhor desempenho feminino, com 10,26 pontos, superando as brasileiras Maya Gabeira (detentora da maior onda surfada por uma mulher, com 22,40 metros, em 2020, na Praia do Norte), com 9,31 pontos, e Michelle des Bouillons, com 9,21 pontos.
Em competição estiveram nove equipas, uma delas 100% portuguesa, com João de Macedo e António Silva. Nic von Rupp foi o português melhor colocado (14,01 pontos), à frente de João de Macedo (11,17 pontos) e António Silva (10,37 pontos).
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