A Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, atualmente com 13.883 leitores e a necessitar de uma “urgente de requalificação do edifício”, comemorou no passado sábado “24 anos de um trabalho de equipa, em prol dos livros e da leitura para os munícipes”, sublinhou a diretora, Aida Reis.
Foi no dia 6 de dezembro de 1997 que abriram ao público as portas da Biblioteca Municipal das Caldas, após a Câmara ter assinado com o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas o acordo para a construção de um novo edifício, projetado pelo arquiteto caldense Sousa Lopes. Coordenada desde o início por Aida Reis, o equipamento ajudou a substituir a anterior biblioteca fixa da fundação Gulbenkian, nos Pavilhões do Parque, que doou o fundo documental à Biblioteca Municipal, localizada desde então na Rua Vitorino Fróis.
Ao longo dos 24 anos realizou múltiplas iniciativas com autores nacionais e locais, convidou os leitores e pais a dormir no local, organizou cursos e ações de formação com autores e investigadores, acolheu diversas exposições e mais recentemente inaugurou o espaço de BD Jorge Machado-Dias, através de uma doação que inclui mais de 800 títulos portugueses e internacionais do autor, editor e divulgador da banda desenhada em Portugal, que escolheu as Caldas para viver.
Para a diretora, “as bibliotecas têm um grande papel na sociedade ao nível da informação, do conhecimento, da inovação e da cultura, sendo o espaço mais democrático que existe numa sociedade”, e nesse sentido tem como “grande objetivo continuar a estimular a leitura de livros e trabalhar em prol dos munícipes, que nos ajudam no trabalho do dia a dia da biblioteca”.
A biblioteca também tem procurado nos últimos anos “se reinventar e pensar em novas estratégias para conseguir manter a proximidade com o público”, trabalhando em redes, como é o caso da Rede de Bibliotecas das Caldas da Rainha e da Rede Intermunicipal das Bibliotecas do Oeste, que vieram permitir a rentabilização de recursos a vários níveis, assim como, a implementação de serviços de maior qualidade no acesso à informação e ao conhecimento junto dos cidadãos. Recentemente começou a colaborar em rede com biblioteca da ESAD.CR.
Também dispõe de um catálogo bibliográfico online (www.bibliotecas.mcr.pt) “mais interativo para os utilizadores”, no qual os leitores podem reservar os documentos que pretendem, saber as novas aquisições bibliográficas, saber os seus movimentos de empréstimo e realizar uma pré-inscrição online.
A pandemia também ajudou a biblioteca municipal a virar a página e implementar uma nova ferramenta, a plataforma PressReader, que engloba jornais e revistas não científicas em formato digital, permitindo assim “a quem é leitor de uma das 12 bibliotecas do Oeste ter acesso ilimitado a mais de 3.900 títulos de vários países e idiomas”. “Este serviço tornou-se num atrativo para certas pessoas se tornarem leitores da biblioteca”, sublinhou Aida Reis.
Relativamente ao próximo ano, a biblioteca municipal vai continuar a promover e a divulgar o fundo documental de Banda Desenhada através de várias iniciativas culturais, entre as quais a implementação do prémio de banda desenhada Jorge Machado-Dias.
A bibliotecária chamou atenção para a necessidade “urgente de requalificação do edifício”, que precisa de obras a nível geral, desde os telhados às paredes, passando pelo pavimentos e iluminação, com intuito de “tornar o espaço mais confortável”.
Para assinalar o aniversário foram convidados Francisco Correia, leitor da biblioteca, Henrique Bento Fialho (escritor), Joana Tornada (investigadora e professora), Umbelina Barros (ceramista) e quatro alunas das escolas secundárias da cidade, que “têm ajudado a instituição a crescer ao longo dos 24 anos”, para partilharem os livros que “não os deixaram indiferentes e que recomendam como sugestão de leitura”. A ocasião contou ainda com diversos momentos de dança dinamizados pelas alunas da Escola Vocacional de Dança das Caldas da Rainha, com o acompanhamento musical dos alunos do Conservatório das Caldas da Rainha.
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