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Fernando Correia apresentou livro sobre Alzheimer

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O jornalista Fernando Correia está a ajudar famílias que têm doentes com Alzheimer com a escrita do livro “Diário de um corpo sem memória” que relata como tem vivido o contacto com Vera, mãe das suas três filhas, que é vítima desta doença.
“Diário de um corpo sem memória” apresentado no Centro Comercial La Vie

Organização Rádio Mais Oeste/Jornal das Caldas

O jornalista Fernando Correia está a ajudar famílias que têm doentes com Alzheimer com a escrita do livro “Diário de um corpo sem memória” que relata como tem vivido o contacto com Vera, mãe das suas três filhas, que é vítima desta doença.

A apresentação deste livro, numa organização da Rádio Mais Oeste e Jornal das Caldas, decorreu nas Caldas da Rainha na passada sexta-feira, no La Vie, com o apoio do centro comercial e da X Eventos.

A apresentação deste que é o seu segundo livro sobre a realidade da doença foi feita pelo escritor Rui Calisto, tendo a sessão contado com outros amigos do autor, nomeadamente Fernando Pereira, cantor, imitador e ator, e o ex-presidente da Câmara de Rio Maior, Silvino Sequeira.

Participaram também o médico caldense, António Curado, e o presidente do grupo Medioeste, António Salvador.

Rui Calisto foi o primeiro a intervir, mostrando a sua satisfação de estar presente na iniciativa, porque não só estava diante de um grande amigo, mas perante uma personalidade “da comunicação portuguesa”. Falar de Fernando Correia não é simples para este responsável, por ser um jornalista com 66 anos de carreira e ter 42 livros publicados, um deles sobre o ciclista Joaquim Agostinho.

Quanto ao livro “Diário de um corpo sem memória”, Rui Calisto disse que já o leu três vezes porque ficou com a “sensação de que algo ainda estava para ser dito”. É uma obra que toca e emociona sempre porque é Fernando Correia a colocar palavras da Vera no papel”, adiantou.

Segundo Rui Calisto, “Fernando Correia agarra-se à sua própria fé, aos amigos e à sua inteligência”.

Já Fernando Pereira classificou o autor como um “querido amigo de casa, com uniões espirituais, filosóficas, culturais, desportivas, onde já passámos juntos muitas coisas boas e más que nos uniram ainda mais”.

“Piso 3, Quarto 313” foi, segundo o cantor, a primeira viagem de Fernando Correia sobre o “problema que ele vivia e vive com a Vera, que foi sua mulher e que hoje é um ser humano que faz parte da vida da família, que está, mas não sabe que está”.

O livro é “importante porque nos ensina sobre o que é o Alzheimer, uma doença que ainda não tem cura”. Seis anos depois o jornalista escreve “Diário de um corpo sem memória”, uma “outra viagem” que Fernando Pereira classifica como uma “biografia romântica”, que tem sempre “como ponto de partida um quarto branco, que por vezes é o quarto de Vera no local onde se encontra, outras vezes é o Fernando no seu quarto solitário em casa”.

“Classifico este livro como a radiografia do amor que está para lá daquilo que possamos imaginar, porque aquela pessoa enquanto mulher já não existe”, manifestou, acrescentando que “é um amor de uma dimensão difícil de entender”.

“Daria um belo filme de amor”

Na obra o autor passa horas “na cabeceira de Vera recordando as vivências comuns”, uma história de vida que para Fernando Pereira “daria um belo filme de amor”. No entanto, alegou que é também um “desabafo e uma confissão”. No meio do livro aparece a calamidade da Covid-19 que abate nesta história como um “tsunami de emoções, de angústias de interrogações e de incompreensões e também de revolta”. “É sobretudo um livro de ajuda espiritual”, adiantou. 

Já Fernando Correia classificou Rui Calisto e Fernando Pereira como seus “irmãos de uma grande fraternidade” lamentando estarmos a viver num “mundo cruel onde os seres humanos se agridem e magoam”. “Se seguíssemos as intenções do ato criativo dos seres humanos provavelmente o nosso caminho seria muito diferente daquele que é agora a nossa realidade”, afirmou.

Destacou ainda algumas palavras ao seu grande amigo Silvino Sequeira, com quem trabalhou durante oito anos, referindo as saudades que tem de Rio Maior. 

“Fui abalroado pela nuvem negra da doença de Alzheimer”, sublinhou. Vera é a personagem central do livro e segundo o autor, é “respeitada como qualquer ser humano que mereça esse respeito”.

Os primeiros sintomas apareceram quando ela tinha 59 anos e neste momento tem 76. “Ter uma mãe internada cerca de 20 anos a não dizer nada, não é fácil”, relatou, acreditando que “já tem um acesso à vida espiritual que eu não tenho”. “Tenho que acreditar em alguma coisa, em que a minha vida tinha que ser esta e que a vida dela tinha que ser esta”, salientou.

O primeiro livro é a descoberta da doença Alzheimer não curável e os primeiros remédios “que estão dentro de nós” que são o “amor fraternal, carinho, ternura, compreensão e entrega”.

O segundo livro é a sequência do primeiro na fase de internamento já muito agudo de Vera, onde não tem nenhuma reação cognitiva. Fernando Correia recordou o último beijo de Vera à sua filha mais nova no dia do seu aniversário, já internada. “Depois desse beijo não aconteceu mais nada do ponto de vista cognitivo”, contou.

“Diário de um corpo sem memória” é o livro de “nada, do zero, escrito no quarto branco, numa cama pintada de branco com uma colcha branca e lençóis brancos e tudo é branco até o cérebro de Vera”, referiu, acrescentando que quer “ser o espelho daquilo que aquele ser humano não é capaz de dizer e escrever”. Para o autor, é sobretudo um livro que partilha “experiência”.

“Ao longo da minha vida pública conheci ministros, entre outras figuras, mas houve uma coisa que sempre valorizei as relações humanas, a fraternidade, a amizade, a lealdade e estou aqui por isso”, afirmou Silvino Sequeira, destacando a admiração e profissionalismo que tem pelo jornalista. Elogiou ainda o facto de Fernando Correia ter a coragem de escrever o livre sobre “um problema que é tão pessoal, mas que está certamente a ajudar muitas pessoas que têm um familiar com Alzheimer”.  

António Curado confessou que ainda não leu o livro, revelando que vai “do evento com imensa vontade de o ler”. Apesar de ser especialista em gastrenterologia, recordou que quando se licenciou em Coimbra, há quase 40 anos, uma das especialidades pelas quais se interessou era a neurologia, mas “acabei por seguir outro caminho”. “Ainda bem que há livros destes para que tenhamos mais conhecimento desta doença”, relatou. 

António Salvador destacou o lado humano e sentimental do evento, revelando que também ele tem uma cunhada com Alzheimer, detetada quando tinha 59 anos. Disse que partilha das palavras do autor de como o ser humano “é mau”, encorajando uma “sociedade mais justa, compreensível” e em que vivamos em “fraternidade”.

Esta iniciativa contou com a moderação de Francisco Aleixo e Francisco Gomes, respetivamente da Rádio Mais Oeste e Jornal das Caldas. Teve transmissão em direto em 94.2 Fm, no Facebook da Rádio Mais Oeste e Jornal das Caldas.

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Fernando Pereira, António Salvador e Fernando Correia
 
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