A tradição ainda é o que era. Pelo menos, na nossa região. O dia de S. Martinho, dia 11 de novembro, foi assinalado em algumas escolas do 1.º ciclo das Caldas da Rainha e na Escola Básica e Secundária de S. Martinho do Porto. O Jornal das Caldas também marcou presença no magusto dos mais novos.
O magusto foi celebrado no pátio da Escola Básica do Campo, do Agrupamento de Escolas D. João II das Caldas da Rainha. Foi um dia em que os alunos viveram histórias e tradições. Antes do magusto tiveram a oportunidade de falar sobre a Lenda de S. Martinho. As auxiliares de ação educativa e professores prepararam a fogueira no chão com caruma para assar as castanhas.
Quando as castanhas já estavam bem assadas, foram retiradas da fogueira e distribuídas aos 40 alunos. Muitos tinham a cara suja do carvão.
Também houve bolo caseiro de ananás confecionado na escola, no forno adquirido pelos encarregados de educação, para os não apreciadores de castanhas.
Para o professor Manuel Ribeiro, “é muito importante assinalar o magusto para não deixar morrer a tradição, porque quando as crianças vão para o quinto ano já não fazem este festejo”. “A atividade do magusto vai ficar na memória dos alunos para sempre”, adiantou o docente.
A professora Zélia Marques recordou que todos os anos mantêm a tradição de irem ao pinhal junto à escola apanhar a caruma e pinhas para fazer a fogueira no chão para assar as castanhas.
E como a pandemia de Covid-19 ainda está em curso, foram feitas duas fogueiras para assar as castanhas e os alunos foram divididos conforme recomenda a Direção Geral da Saúde.
Escola de Salir do Porto “ensina” a tradição
Foi junto à praia de Salir do Porto, que alunos, professores, educadora de infância e assistentes operacionais celebraram no dia 11, no intervalo da manhã, o “Dia de S. Martinho”. Numa escola que pertence ao Agrupamento de Escolas D. João II, com 34 alunos divididos entre o Jardim de Infância e o 1.º Ciclo, a tarefa foi um pouco mais difícil, pois há alguns alunos de origem inglesa, belga, luso-luxemburguesa e sul-africana.
Para estes alunos, a novidade era grande: uma lenda, um dia de verão, uma representação do milagre feita pelos pequeninos do jardim-de-infância e castanhas assadas num ninho de caruma dos pinheirinhos mansos da própria escola. A agitação de todos os outros era grande. “Quando vamos comer as castanhas?”, interrogavam.
Ao som de canções e repetição de provérbios sobre o “Dia de São Martinho”, sob o olhar sempre atento das assistentes operacionais Michelle Mendes e Elisabete Freitas, bem como a paciência e carinho dos professores Paula Vieira e Hélder Carvalheiro, bem como da educadora Teresa Conceição, as castanhas estalavam e o aroma enchia o ar. Finalmente, a festa: castanhas assadas para todos os meninos que, pacientemente, à volta da fogueira, aprenderam a lenda, saborearam o sol e deram vida à história escutada.
Magusto em São Martinho
No passado dia 10, véspera de São Martinho, no Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto, o dia foi assinalado com castanhas assadas e uma exposição no polivalente da escola-sede alusiva ao milagre que, segundo a lenda, explica o “verão de São Martinho”.
A iniciativa, antecipada devido à pausa para as reuniões intercalares do primeiro semestre, resultou do trabalho conjunto do pessoal não docente e da recém-eleita associação de estudantes, que uniram esforços para manter viva uma tradição antiga, em que o bom tempo surge como recompensa da generosidade do soldado romano, que cortou a sua capa ao meio e deu metade ao mendigo que tinha frio.
A comemoração pretendeu, segundo a assistente operacional Ricardina Fernandes, “dar um pouco de cor e vida à tradição” para estimular a união e espírito de pertença a uma localidade que, naturalmente, celebra o milagre do santo que dá nome à Igreja Matriz da vila”.
As assistentes operacionais fizeram pregadeiras com feltro em forma de castanha que muitos dos membros da comunidade escolar exibiam ao peito e a sua venda reverteu a favor da associação de estudantes. “É necessário criar oportunidades para unir a comunidade escolar e fortalecer laços”, adiantou.
Segundo os membros da associação de estudantes, este primeiro evento era preciso, pois “trata-se de uma festividade importante para a vila de São Martinho do Porto, logo, é importante para a nossa escola, cujo patrono é o mesmo santo”.
As escolas do primeiro ciclo também assinalaram a festividade preparando trabalhos alusivos à lenda, ao magusto e ao seu significado tradicional. A castanha foi a rainha da semana e os trabalhos feitos à mão tiveram como base materiais reciclados.
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