Apesar de não se ter realizado o atelier “Cabanas tradicionais dos pescadores da Lagoa de Óbidos”, organizado pelo Centro de Interpretação para a Lagoa de Óbidos (CILO) e do Coletivo Guarda-Rios, previsto para o dia 30, devido às condições meteorológicas adversas, a última residência Guarda Rios de 2021 foi frutífera.
Materializou-se o projeto de construção de um modelo reduzido de ‘barraca’ a partir de materiais vegetais da zona: troncos de eucalipto e pinheiro, e caniço recolhido nas imediações do CILO. Parte do caniço foi usado para cobrir uma das águas da ‘barraca’ e o restante ficou a secar nas instalações do CILO, para ser colocado quando se realizar o evento público – adiado para janeiro de 2022.
Na tarde do dia 29, antes da chegada do temporal, o mariscador Valdemar, do Vau, no interior da sua cabana contou sobre as suas vivências e fainas na Lagoa. José Alberto, consultor ambiental, falou sobre a empreitada de dragagem da Lagoa, atualmente em curso, e os problemas ambientais associados.
O atelier pretende dar a conhecer a história das cabanas dos pescadores da Lagoa de Óbidos (atualmente ainda se podem encontrar algumas), como surgiram, como são construídas e para o que servem na atualidade.
As primeiras cabanas da Lagoa surgiram na Ponta da Ardonha (Braço da Barrosa) há mais de 200 anos e foram construídas por pescadores vindos da Murtosa (no distrito de Aveiro) – os «Varinos» – nas suas primeiras migrações. Eram conhecidas como as “barracas” dos pescadores e tinham um formato e uma função diferentes das cabanas de hoje.
Durante os oito meses de campanha que os varinos por aqui passavam, essas cabanas serviam de habitação – ali cozinhavam, dormiam e guardavam o pouco que tinham.
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