O Ministério Público das Caldas da Rainha revelou que um dos jovens que foi apanhado a tentar assaltar um restaurante nos Casais do Baleal, em Peniche, depois de ter protagonizado com a namorada um roubo num supermercado na Foz do Arelho, terá que se sujeitar a tratamento psicológico de dependência do jogo.
O rapaz, de 20 anos, terá perdido dinheiro devido a essa adição ao jogo, razão pela qual procurou de compensar os gastos. De acordo com o Ministério Público, “existem fortes indícios de que os arguidos delinearam um plano para, em conjunto, assaltarem estabelecimentos comerciais que se encontrassem abertos ao público, com o propósito de se apoderarem de bens e quantias monetárias que estivessem em caixa”.
“Em execução desse plano, no dia 14 de outubro [pelas 19h30], deslocaram-se a um supermercado, usando uma meia de vidro na cabeça, que lhes cobria os rostos”, descreve. Nesse estabelecimento, o Meu Super, na Foz do Arelho, a rapariga, de 18 anos, “exibiu uma arma de ar comprimido adulterada para arma de fogo, apontando-a em direção à caixa registadora e solicitou à funcionária todo o dinheiro que tinha em caixa, que esta lhe entregou”.
Segundo fonte policial, terão sido levados 290 euros. O assalto durou menos de um minuto e ficou gravado pelo sistema de videovigilância. Fugiram logo a seguir à entrada de um cliente no estabelecimento.
Depois, prossegue o Ministério Público, pelas 22h30 “dirigiram-se a um restaurante [Sushi Fish, nos Casais do Baleal], com o mesmo propósito de se apoderarem do dinheiro da caixa registadora, estando a arguida munida da mesma arma de ar comprimido e o arguido de uma faca, usando ambos meias de vidro na cabeça e máscara cirúrgica, que lhes cobria os rostos, bem como luvas nas mãos”. Também tinham na sua posse uma pistola de plástico, a fingir que era verdadeira.
Com as armas procuraram “intimidar as pessoas que ali se encontravam, exigindo-lhes dinheiro”, tendo a rapariga “efetuado um disparo com a arma de fogo em direção ao teto do estabelecimento”.
Contudo, “não lograram alcançar os seus intentos, por terem sido, entretanto, impedidos pelas pessoas que se encontravam no estabelecimento, que os manietaram até à chegada da GNR”.
Presentes a primeiro interrogatório judicial, indiciados da prática de dois crimes de roubo, um deles na forma tentada, e ainda de um crime de detenção de arma proibida, o tribunal determinou que aguardassem o desenvolvimento do processo sujeitos à medida de coação de obrigação de apresentação periódica, uma vez por semana, numa esquadra policial, impondo ainda ao rapaz a sujeição a tratamento psicológico de dependência do jogo.
A investigação é dirigida pelo Ministério Público da 1ª Secção das Caldas da Rainha do Departamento de Investigação e Ação Penal da Comarca de Leiria, com a coadjuvação do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária.
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