A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro foi o primeiro estabelecimento de ensino do país a receber o programa internacional “Sparta”, que promoveu junto dos alunos do 12º ano dos cursos tecnológicos uma ação sobre a cibersegurança. Também foi feita uma sensibilização às raparigas para a continuação de estudos nas áreas de engenharias, nomeadamente informática, cursos normalmente mais escolhidos por rapazes.
A iniciativa Sparta, projeto internacional para regular e promover a cibersegurança no espaço europeu, realizou esta ação de sensibilização na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro através do Inov – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação, instituição ligada às tecnologias de informação, comunicação e eletrónica.
O evento decorreu a 14 de outubro e foi dividido em duas partes. A primeira foi aberta a todos os alunos, cerca de 90, e consistiu numa ação de esclarecimento sobre a cibesegurança. “A digitalização das empresas e das organizações está a aumentar exponencialmente o cibercrime”, disse ao JORNAL DAS CALDAS Elisabete Carreira, administradora do Inov.
Segundo esta responsável, a “cibersegurança tem-se tornado uma das áreas tecnológicas mais importantes da atualidade, uma vez que informações e dados importantes são compartilhados constantemente pela internet e arquivos confidenciais são armazenados digitalmente”.
Cada aluno recebeu uma mochila e um kit com equipamentos para proteger os computadores e aprenderam entre outras matérias sobre como se faz uma intrusão no sistema.
Na segunda parte do evento, ficaram apenas as alunas femininas, cerca de 50, que fizeram vários jogos que incluíram a codificação e descodificação de mensagens. “Uma descriminação positiva para mostrar às raparigas que isto não é um bicho de sete cabeças e que nesta área há muitas saídas profissionais”, divulgou.
Para Elisabete Carreira, socialmente “as engenharias, sobretudo a cibersegurança, ainda estão muito conetadas aos rapazes. Em Portugal já há muitas mulheres nas ciências, mas não é o suficiente”, apontou.
Foi também introduzida a questão do “género e da diversidade, porque cada vez mais precisamos de todos os saberes para resolver problemas complexos. Além de engenheiros temos que ter sociólogos, psicólogos, advogados e designers”, explicou, dando o exemplo da necessidade de estudar sobre quais as emoções que levam as pessoas a clicar num ficheiro que diz que ganhou a lotaria.
É, segundo Elisabete Carreira, “um projeto orientado por desafios concretos que irão contribuir para o roadmap europeu de Investigação e Inovação em Cibersegurança, ajudando a enfrentar os desafios da inovação, liderando o caminho na construção de capacidades transformadoras e formando uma rede europeia de competência”.
Patente esteve, ainda, uma exposição sobre várias mulheres que foram determinantes no avanço das engenharias informáticas, como Hedy Lamarr (1914-2000), Grace Hopper (1906-1992), Elizabeth Smith Friedman (1892-1980), entre outras.
“Por exemplo Hedy Lamarr era uma estrela de cinema lindíssima e responsável por diversas invenções e descobertas que revolucionaram a tecnologia de comunicação. Não era levada a sério porque era bonita”, contou a responsável.
A Escola Rafael Bordalo Pinheiro foi a escolhida para este evento por ser um estabelecimento de ensino fora dos meios urbanos grandes e por ter abraçado prontamente o projeto.
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