As acumulações de algas verificadas neste verão nas praias a norte do Baleal, designadamente entre o Lagido e a Almagreira, no concelho de Peniche, são um “fenómeno cíclico e natural que não põe em causa a qualidade da água balnear e a saúde pública”, assegurou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
“Estas ocorrências são acompanhadas e monitorizadas de perto pelas autoridades competentes”, garantiu, adiantando que “este fenómeno tem sido frequente ao longo da época balnear de 2021, registando-se ocorrências em vários pontos da costa portuguesa como resultado de condições meteorológicas e oceanográficas favoráveis ao desenvolvimento e movimentação das massas de algas”.
As macroalgas que se acumularam ao longo do troço costeiro entre a praia do Lagido e Almagreira são espécies que “tendem a multiplicar-se sobretudo em sistemas estuarinos e lagunares, sob condições ideais de temperatura, luz e disponibilidade de nutrientes, sendo posteriormente exportadas pelas barras de maré e acabando por ser depositadas na linha de costa de acordo com o sentido das correntes”.
De acordo com a APA, “são algas indígenas da costa portuguesa, não constituindo por si só um fator de degradação ambiental e desempenhando até um papel importante na deposição de matéria orgânica nas praias suportadas por sistemas dunares”.
Segundo o instituto público, sob tutela do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, “apesar da acumulação de algas poder parecer excessiva em determinados locais”, as espécies em causa “tendem a secar rapidamente com a exposição ao sol e ao ar, não produzindo, normalmente, grandes massas de material em decomposição com maus cheiros associados”.
A APA relata que já em junho e julho do corrente ano tinham sido observadas ocorrências de algas semelhantes às verificadas em agosto, admitindo uma relação com a Lagoa de Óbidos, onde se observou proliferação de algas verdes nas últimas semanas. Estas algas terão sido exportadas para o mar através da barra, pela ação das marés (durante a vazante), sendo posteriormente transportadas para sul pela ação conjugada das ondas e correntes costeiras.
Contudo, a APA rejeita haver uma associação entre a ocorrência recente de acumulação de algas e o teste de dragagem na Lagoa de Óbidos realizado no dia 20 de agosto, vincando que “não foram detetados, por observação visual no local de repulsão, quaisquer vestígios de algas”.
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