Q

Previsão do tempo

13° C
  • Thursday 16° C
  • Friday 16° C
  • Saturday 14° C
13° C
  • Thursday 17° C
  • Friday 16° C
  • Saturday 14° C
14° C
  • Thursday 17° C
  • Friday 16° C
  • Saturday 14° C

Edmundo Carvalho (Chega) quer mudar a gestão autárquica

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Edmundo Carvalho candidato do Chega à Câmara das Caldas da Rainha nas próximas eleições autárquicas, quer “mudar a governação autárquica” e assume rutura com a “atual geração falhada de autarcas”. Em entrevista diz que o “CCC, a Expoeste e o Centro da Juventude, são geridos com prejuízos contínuos pela Culturcaldas, ADIO e ADJCR”, “associações criadas para dar emprego e cargos de gestão a alguns protegidos e financiadas através de protocolos”. Garante que a sua candidatura quer responder aos caldenses, que “estão cansados do marasmo a que sucessivos executivos camarários nos habituaram”. Diz que “é hora de mudar a página e dinamizar o desenvolvimento da região e da cidade”.
Edmundo Carvalho diz que comércio tradicional foi vítima de um atropelo de grandes superfícies e lojas de chineses

JORNAL DAS CALDAS – Porque decidiu avançar com uma candidatura à Câmara das Caldas?

Edmundo Carvalho: O Chega quer mudar a governação autárquica em Portugal e assume rutura com a atual geração falhada de autarcas e o compromisso da renovação da moral social. A ambição tem levado a uma má gestão financeira das autarquias, cujos responsáveis se viciaram em remeter encargos e dívidas, que criam para as gerações seguintes. É a falência moral e cívica dos autarcas e respetivos partidos que têm controlado as autarquias.

Por isso, a minha candidatura quer responder aos caldenses, que estão cansados do marasmo a que sucessivos executivos camarários nos habituaram. É hora de mudar a página e dinamizar o desenvolvimento da região e da cidade.

J.C.: O que acha que o executivo da Câmara (PSD) deixou por fazer nestes oito anos à frente do município das Caldas? Quais as propostas mais relevantes que pretende fazer nos próximos quatro?

E.C.: Mudar a gestão autárquica. A nova lei de transferência de competências vai trazer mais responsabilidades aos Municípios e exigir um tipo de gestão profissionalizada que não se coaduna com a gestão autárquica convencional. Vai obrigar a uma grande reorganização de recursos e serviços, com processos simples, transparentes e eficientes.

É fundamental credibilizar a política em geral, mas o poder local tem de dar o exemplo. Temos de ter sempre presente que os dinheiros públicos vêm dos bolsos de quem trabalha e paga impostos. Têm, por isso, de ser aplicados com rigor e transparência.

Nos últimos dez anos, a despesa corrente dos Municípios do Oeste cresceu em média 16%. Nas Caldas aumentou 28%. E o grosso desta despesa está nas transferências correntes, que aumentaram 60%. Nesta rubrica o Oeste cresceu 23%. Não podemos continuar a esbanjar assim o dinheiro dos contribuintes.

O CCC, a Expoeste e o Centro da Juventude, são geridos com prejuízos contínuos pela CULTURCALDAS, ADIO e ADJCR (Associação para o Desenvolvimento da Juventude das Caldas da Rainha) respetivamente, com um custo médio anual de 1.000.000 euros suportado pelos caldenses. São associações criadas para dar emprego e cargos de gestão a alguns protegidos e financiadas através de protocolos, fugindo assim ao controlo e escrutínio do Tribunal de Contas. Devem ser de imediato extintas e a Câmara assumir a gestão daqueles equipamentos. O que não se pode fazer com um milhão de euros por ano, na área da ação social ou da saúde, por exemplo?

É necessário concluir a revisão do PDM, tornando-o um instrumento que, através de critérios e parâmetros objetivos e transparentes, permita de forma clara definir as regras de ocupação, do uso e transformação do solo em todo o Município. Temos de ter um PDM que permita estabelecer uma estratégia de desenvolvimento territorial municipal, extensiva também às Freguesias, que têm sido lesadas e impedidas de se expandirem em termos habitacionais e de atividades empresariais.

J.C. – O que pretende fazer para fixar a população no concelho das Caldas e captar mais empresas e indústria? E para valorizar o Comércio Tradicional das Caldas?

E.C.: Criar um planeamento estratégico para a região e incentivos para a fixação de empresas. Requalificar a Zona Industrial para atrair empresas. Promover a captação de investimento, apostando mais na indústria. Só 25% da população trabalha em sectores produtivos. Temos 35% a trabalhar em atividades administrativas e serviços de apoio. Nos últimos dez anos aumentou 183% neste sector.

Se não for criada riqueza, degrada-se a qualidade das condições de vida dos caldenses. O poder de compra dos caldenses é 98% da média nacional. Em 1993 era 111%. O salário médio é 87% da média do Oeste e 83% da média nacional. É o resultado de nada ter sido feito para compensar o encerramento da indústria caldense, sobretudo da cerâmica.

Promover a reabilitação urbana e programas de renda acessível para a classe média, capaz de atrair e fixar mão-de-obra especializada, como professores, médicos, enfermeiros, quadros e técnicos das empresas, etc.

O Comércio Tradicional foi vítima de um atropelo e concorrência desleal por via da massificação desenfreada e sem qualquer planeamento, de grandes superfícies e lojas de chineses. Tem de ser revitalizado, mas não é com vouchers ou luzes no Natal. Tem de ser com medidas concertadas e decorrentes de soluções a encontrar com os seus representantes.

J.C.: Estamos ainda a viver uma pandemia. Avizinham-se tempos muitos difíceis, com uma crise económica. O que pretende fazer na área social no Concelho para ajudar as pessoas e empresas?

E.C.: Para acudir de imediato, criar programas e equipas multidisciplinares de intervenção social, para apoio aos mais vulneráveis.

Depois, em conjunto e articulação com as Freguesias e estruturas sociais existentes, fazer um levantamento das necessidades ao nível das respostas sociais de proximidade e desenvolver um Plano de Acão Social Municipal, de modo a reforçar a capacidade de resposta.

Organizar um sistema a funcionar em rede assente no voluntariado, promovendo a solidariedade junto de pessoas, empresas e instituições, para gerir a doação e distribuição de bens pelos mais necessitados. Os próprios beneficiários colaborarão com trabalho, contribuindo para a manutenção desse sistema, a enquadrar no referido Plano Municipal.

J.C. – O que propõe para melhorar a saúde no concelho nos próximos anos? O que vai fazer em relação ao Hospital Termal e ao relançamento do termalismo nas Caldas?

E.C.: A Oeste CIM abriu há 3 meses concurso público para um estudo sobre a melhor localização do novo Hospital. Quero acreditar que será independente, sério e transparente. Senão para que serve? Vamos aguardar o resultado e tudo fazer para que, a existir, fique nas Caldas. Mas no PNI 2020/2030, não está prevista a construção de nenhum Hospital no Oeste. Por isso, temos de tentar reverter o CHO e voltar a ter o CHON nas Caldas para prestar um melhor serviço de saúde aos Caldenses. Fazer obras de ampliação e instalar uma UCI. Dotar os Centros de Saúde de mais capacidade de atendimento e de cuidados primários, para aliviar a urgência.

O contrato de cedência à Câmara, do Hospital Termal, prevê a sua recuperação, salvaguarda e valorização para atividades turísticas e culturais. Não pode continuar como Hospital Termal. Mas o termalismo é fundamental para as Caldas. Não podemos ter águas minerais e não ter Termas. A solução é construir um novo Complexo Termal. Temos de ir ver o que há de bom a funcionar em Portugal e na Europa, tirar ideias e captar investidores.

J.C. – Nunca houve tantos candidatos à Câmara das Caldas. Quais as expetativas em relação ao seu resultado? O que é para si um resultado razoável ou o ideal?

E.C.: O Chega tem a legítima ambição de fazer parte da governação autárquica. Nas Caldas também a temos e queremos ter voz na Câmara, na Assembleia Municipal e nas Freguesias onde nos candidatámos. É esse o nosso propósito e o compromisso de representar os Caldenses que querem uma verdadeira mudança.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

“Flash mob” comemorou 30 anos da EB de Santo Onofre

Um “flash mob” com a participação de cerca de uma centena de pessoas para assinalar os 30 anos da Escola Básica de Santo Onofre foi o momento alto do Dia Aberto daquele estabelecimento escolar, que decorreu no passado sábado.

dji 0226 0161

PSP intervém em jogo de futebol

O Comando Distrital da Polícia de Leiria da PSP transmitiu que no final de um jogo de futebol do escalão júnior realizado no passado sábado no Campo Luís Duarte, nas Caldas da Rainha, o juiz da partida “comunicou ao comandante do policiamento” ter existido uma “suposta tentativa de agressão ao árbitro” por parte do treinador de uma das equipas.