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Bairros do concelho e “Rostos da União” homenageados no aniversário da elevação das Caldas a cidade

Mariana Martinho

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O 94o aniversário da elevação das Caldas da Rainha a cidade foi assinalado no passado dia 26 com a inauguração das placas cerâmicas à entrada de três bairros tradicionais da cidade, do mapa da zona urbana da freguesia onde estão identificados 36 pontos de interesse e ainda a apresentação do livro “Rostos da União”. Esta iniciativa, que serviu para homenagear todos os bairros que contribuíram para a passagem de vila a cidade em 1927, foi da responsabilidade da União de Freguesias das Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra do Bouro.
Uma das placas cerâmicas colocadas à entrada de três bairros tradicionais da cidade

As cerimónias da elevação de Caldas da Rainha a cidade começaram com “um momento simbólico”, onde os três ceramistas convidados, que trabalham em Caldas da Rainha, “honrando a tradição cerâmica da nossa cidade criaram uma placa toponímica com o nome dos três bairros, em letras de cerâmica, da freguesia de Santo Onofre”, explicou o presidente da União de Freguesias, Jorge Varela.

Este projeto da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, que pretende honrar a tradição cerâmica da cidade, bem como valorizar os bairros tradicionais, conta com três estruturas toponímicas, em cimento cru, que contêm as letras de cerâmica e um azulejo onde menciona o nome do projeto e identifica os respetivos autores.

Sob a curadoria do diretor do Centro de Artes, José Antunes, “o projeto foi uma excelente oportunidade de se fazer um trabalho que se identifica e que por outro reforça os laços identitários da própria comunidade”. Nesse sentido, “os artistas produziram um marco para o terreno, que é uma placa ou uma intervenção cerâmica, em que qualquer um deles foram intervenções muito bem conseguidas e que integraram os valores que pensávamos ter com elementos que cruzam a cerâmica caldense com detalhes dos artistas”.

Esta iniciativa, segundo o curador, pode ser replicada noutros locais, com outros artistas.

Nesse sentido, o périplo das cerimónias teve início pela Bairro das Morenas, que “agora conta com uma obra de arte para demonstrar que além das obras de regeneração urbana existe arte”, sublinhou Jorge Varela.

Esta placa, que veio “embelezar e valorizar esta entrada deste bairro tradicional das Caldas da Rainha”, foi realizada pela ceramista Umbelina Barros. “Apesar de ser uma simples placa toponímica, o facto de ter sido convidada é uma honra, visto que esta é a primeira obra pública que eu tenho na minha cidade”, frisou a artista caldense, adiantando que na peça tentou usar uma caligrafia que lembrasse os tempos de escola e dada a multiculturalidade do bairro recriou rostos que não expressem ninguém, nem classes sociais e etnias, optando assim por colocar apenas cores nos azulejos relacionadas com a cidade e a simbologia da Junta.

Do Bairro das Morenas, a comitiva seguiu para o Bairro da Ponte, onde a estrutura foi realizada a “partir desse corte umbilical e da travessia diária entre as duas freguesias, Santo Onofre e Nossa Senhora do Pópulo”, explicou o ceramista responsável pela peça, Carlos Enxuto.

A par disso, a estrutura apresenta “um corte na sua vertical, que representa a linha do comboio ou a ponte, que separa as duas freguesias, acompanhada de letras mecanizadas, como uma homenagem a todos os operários das unidades fabris da cidade”.

A peça conta com um código QR Code, que contém informação que a junta queira divulgar.

Para o artista caldense, “esta é uma peça de fácil leitura, que será uma espécie de homenagem a este bairro, que era rico em olarias e onde estão a nascer novamente oficinas ligadas à cerâmica”.

A placa que está situada à entrada do Bairro da Ponte também trouxe “um benefício agregado com a colocação de uma passadeira mais moderna, com indicação tátil e rebaixada para facilitar quem tenha mobilidade reduzida, bem como permitiu requalificar o espaço”.

Outro dos bairros agraciados com uma placa toponímica foi o Bairro dos Arneiros, sendo “um bairro essencial para a vivência desta freguesia, e que em boa hora recebeu obras profundas de regeneração urbanas nos últimos anos”, frisou Jorge Varela.

Esta placa cerâmica é da responsabilidade da dupla Ana + Betânia, que ficou “muito contente por este bairro nos ter adotado e conseguirmos acrescentar algum valor ao mesmo”.

Para a obra, a dupla de ceramistas teve a oportunidade de falar com os conterrâneos sobre a origem deste bairro e tentou aliar “um pouco da marca artística com a origem deste bairro, com o objetivo principal de ser informativo”. “É um orgulho enorme dar este contributo a um bairro que cresceu de pessoas ligadas à cerâmica, daí a base das letras ter um simulado de areado e naturalismo da areia, com pequenos apontamentos de vida”, explicou Ana Cruz, da dupla.

Presente nas comemorações também esteve o presidente da Câmara Municipal, Tinta Ferreira, que lembrou que “estamos a comemorar a elevação de Caldas da Rainha a cidade, para a qual um conjunto de homens e mulheres valorosos muito trabalharam, com iniciativas que permitiram que isso acontecesse”. Nesse sentido, “para nós, esta iniciativa é uma forma muito interessante de comemorar esta data, sobretudo num contexto de valorização dos nossos bairros, que resultam na maioria de pessoas que trabalhavam em fábricas de cerâmica”.

Mapa da Zona Urbana da Freguesia

Depois de inaugurar as três placas cerâmicas que “anunciavam as entradas dos bairros”, a comitiva dirigiu-se ao Complexo Desportivo “Abraço Verde” para apresentar um dos quatro outdoors que ficarão na freguesia de Santo Onofre, com mapas da zona urbana onde estão identificados 36 pontos de interesse, no sentido de “valorizar o território”. Num dos lados do outdoor está um mapa real enquanto que do outro lado está um mapa isométrico, que permite uma melhor orientação entre vários pontos da cidade.

A criação gráfica é da responsabilidade de Pedro Marques, que “quis criar um mapa que fosse de fácil leitura, dividido em três níveis de informação, que depois se replicam nas colunas”. Este mapa de representação dos locais reais, que vai permitir identificar da zona que se trata, conta com fotografias de Nuno Conceição.

Para Jorge Varela, “estes mapas são importantes, não só para quem nos visita e percebe como se vai do ponto a ao b, mas também para quem é das Caldas e afinal percebe que existe muita coisa importante na cidade”, sugerindo que o mesmo seja fosse recriado em outros locais.

Tinta Ferreira referiu que “esta iniciativa é mais um elemento de referência pública, que está replicado em outros locais da freguesia, como a Fonte Luminosa, o Centro da Juventude e o Largo Frederico Pinto Bastos, e que permite ter uma visão deste lado da cidade”.

“Rostos que identificam a União de Freguesias”

No final das comemorações foi apresentado o livro “Rostos da União”, que conta com textos de Joana Tornada e as “fotografias fantásticas, que captam as pessoas e retratam a realidade da União de Freguesias” de Carlos Barroso, com o objetivo de “homenagear rostos que identificam a união de freguesias como um território comum”, ao mesmo tempo que procura “ajudar a desenvolver uma autoestima comunitária de quem vive em Santo Onofre e na Serra do Bouro”.

O livro contou a parceria da associação Património Histórico – Grupo de Estudos, tendo a historiadora Joana Tornada ficado responsável pelo estudo e apresentação das figuras escolhidas, para além de descrever elementos arquitetónicos, como a Igreja Matriz da Serra do Bouro, o antigo Balneário das Águas Santas e o Matadouro Municipal, e as memórias do então Bairro Além da Ponte e dos naufrágios na costa.

De acordo com presidente da União de Freguesias, “este é um passo gigante na caminhada que esta comunidade vem fazendo na sua própria construção identitária” e ainda “procura ser um elemento que demonstra um pouco do que era arealidade desta união, divulgando algumas das pessoas que cá vivem”. “Umas mais conhecidas, outras mais anónimas, mas que pelo seu trajeto e percurso têm algo de extraordinário a acrescentar à nossa União de Freguesias”, sublinhou o autarca, adiantando que a união de freguesias “é constituída por uma comunidade de gente solidária e empreendedora, tendo diversos equipamentos sociais, culturais e desportivos de que se pode orgulhar”.

Jorge Varela não esqueceu de destacar que o espaço verde escolhido para apresentar o livro é “um novo espaço da cidade, que pode ser utilizado para a população e que servirá no futuro para outros eventos”.

Carlos Barroso referiu que “a minha participação nesta obra foi fotografar as pessoas e é para elas que devemos fazer estas obras, que espero que não parem por aqui”. Também Joana Tornada disse que “esta publicação propõe disputar conversas entre a população”.

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