Fundado em 2012, o Caldas nice Jazz é, segundo Carlos Mota, diretor Artístico do Festival, provavelmente um dos “festivais contemporâneos que contribuiu para influenciar a nova vaga de festivais do género em Portugal”.
Na verdade, não se comparam aos de grande referência nacional como são os casos do Cascais Jazz, Guimarães Jazz e do Jazz em Agosto, na Fundação Gulbenkian ou mesmo a Festa do Jazz em Lisboa, entre outros.
O objetivo foi, desde o início, apresentar músicos/projetos para conhecedores, mas também para novos públicos, que não estavam familiarizados com estas sonoridades. Na realidade, do Jazz “aprende-se a gostar ouvindo e descobrindo sonoridades extraordinárias e temas verdadeiramente revolucionários”, disse, Carlos Mota.
Segundo este responsável, o Caldas nice Jazz não é uma opção comercial nem popular. É “um projeto que consagra a diversidade cultural, técnica e instrumental, proporcionando uma verdadeira oferta singular no panorama regional, a par de muito poucos que já fazem parte do panorama do “jazz” nacional”.
Este festival tem de acordo com o diretor artístico, procurado desde o início, proporcionar uma ideia de “globalização”, ou seja, possibilitar que uma comunidade como Caldas da Rainha (e região Oeste) pudesse usufruir, mesmo contra as lógicas pseudo-culturais “regionalistas/populistas”, de uma diversidade extraordinária de sonoridades. “Este é um processo em construção, que faz história e que não está vinculado a nada que não seja à comunidade e a uma nova geração de músicos fantásticos”, adiantou.
Já vai para uma década a “impressão” de uma referência de abertura nas opções musicais que o CCC apresentou (o histórico está registado em edições discográficas que são um marco importante para a cultura local), apesar de “sermos ainda mal interpretados pelas opções que propomos”.
“Alguns não acreditaram neste caminho, dizendo que não éramos capazes de impor a marca “Caldas nice Jazz” e proporcionar uma abertura ímpar na fruição cultural da região”, referiu.
Recordou Jorge Lima Barreto que no seu livro “Revolução do Jazz” dizia a propósito…“A nota musical, no Jazz, é mais que um signo servindo um conceito, ela é evocativa dum complexo indefinido de imagens. O seu antiformalismo retém a energia imperativa do ato, exprime um pensamento mais próximo da realidade concreta.”
Carlos Mota não quer que compararem o Festival Internacional Caldas nice Jazz a qualquer outro. “Nenhum é melhor ou pior, possuem realmente características diferenciadoras que merecem, de públicos cada vez mais conhecedores e cosmopolitas, a atenção porque os seguem nacional e internacionalmente”, afirmou.
Disse que também proporcionam a “transversalidade da fruição deste género musical levando-o a diversos espaços pela cidade, desde museus, escolas, cafés, terminais rodoviários, nunca esquecendo que o Jazz estabelece o princípio de uma linguagem partilhada com muitas outras formas artísticas e sonoras”. Importante, também, é segundo o responsável “a formação e conhecimento, que propomos todos os anos de forma a construir uma comunidade conhecedora e cada vez mais interessada, nunca nos afastando das práticas artísticas e partindo da noção da integralidade daquilo a que podemos estabelecer entre cultura, cidadania e desenvolvimento”.
Noção que se afirma no programa JazzOut e no projeto “Filarmónicas também tocam Jazz”, bem como no ciclo de conferências alusivas, porque acredita que a “escola do 2Jazz está na comunicação direta e na convivência gerada com essa partilha”.
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