O candidato, de 50 anos, iniciou a sua atividade profissional como desportista, tendo mais tarde optado por se estabelecer como empresário agrícola. Além de ser “um agricultor ligado sobretudo à fruticultura”, Sabino Félix foi presidente da Assembleia de Freguesia de Santa Maria São Pedro e Sobral da Lagoa, como independente, eleito na lista do PS, em 2013, e quatro anos mais tarde voltou a integrar a equipa candidata à câmara com o apoio do PS, tendo exercido o cargo de vereador substituto até 2019.
“Sempre disse que era uma pessoa mais de direita e há uns anos para cá tenho discordado com a maneira que se tem feito oposição, discordando assim da estratégia dos meus colegas”, explicou o candidato, que atualmente é conselheiro político distrital do Chega. Além disso sempre teve “uma opinião muito crítica, até mesmo quando apoiava o próprio PSD local, que há 20 anos teve um período de brilhantismo, com um projeto extraordinário, mas que na última década entrou numa fase de navegação à vista, com alguns constrangimentos financeiros e um desgaste do partido, deixando assim enredar-se pelo poder”.
Além da estrutura do concelho e os cuidados terem sido “descurados nos últimos anos”, Sabino Félix recorda que também houve “uma má gestão autárquica, tendo criado problemas na situação económica do concelho”, sendo que “o pior desta governação do PSD foi o facto de diversas pessoas começarem a ver a Câmara Municipal como uma oportunidade de aceder a apoios municipais”.
Sabino Félix decidiu candidatar-se pelo Chega por considerar que a oposição “se deve fazer com propostas”. “As propostas têm que partir das pessoas e realmente saber se há necessidade ou não daqueles investimentos”, sublinhou o candidato, referindo que “tem de haver prioridades e isso tem sido esquecido”.
O Chega de Óbidos vai procurar ser “inovador na maneira como vai comunicar, pois o que interessa é apresentar propostas para enriquecer o território e contribuirmos de alguma maneira pela positiva para a qualidade de vida dos habitantes”. Nesse sentido, o candidato propõe em primeiro lugar “arrumar a casa, iniciando um ciclo de maior rigor na governação do concelho, visto que está entre os trinta piores do país relativamente à governança, agilizando assim os processos, reorganizando o município e motivando os funcionários”.
O partido também destaca como linhas programáticas para o concelho a vertente económica, através da aposta na fixação de empresas, com a criação de um gabinete do empreendedor, “que apoie todo o processo e que ofereça um pacote de serviços que vão da formação ao planeamento fiscal, bem como apoie na elaboração de candidaturas a fundos comunitários”. Alémdisso, o projeto passa ainda pela criação de uma zona industrial, incentivos às empresas para fomentar a oferta de emprego, estimular o rendimento na vila e centro histórico das aldeias, apoiar a remodelação dos edifícios e criar uma bolsa de produtores e fornecedores locais, de modo “a estimular a economia local e circular de Óbidos”.
O candidato pretende ainda apostar na fixação de pessoas no concelho, através da venda em leilão de lotes municipais para habitação e na criação de “um cartão, que permita descontos e acumular pontos”, explicou Sabino Félix. Esse cartão, que funcionará em parceria com uma instituição bancária, “através de um sistema de pontos dará acesso a descontos no custo daágua, de entrada em museus, na hotelaria ou em empresas locais e assim internamente vamos criar condições maiscompetitivas e deixar a riqueza dentro do concelho”.
No que diz respeito aos apoios sociais e à saúde, o candidato do Chega disse que esses serão “outros dos principais focos desta candidatura”, equacionando que o problema da falta de médicos de família possa vir a ser solucionado num sistema de acordos com grupos de saúde privados”.
No final da entrevista, Sabino Félix sublinhou que “não devemos ser candidatos pelo partido, mas sim pelas pessoas que habitam neste território, e o importante é que todos apresentem os seus projetos”.
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