“Os óleos alimentares estão sujeitos a reações de degradação promovidas pelo contacto com o oxigénio (oxidação), por
temperaturas elevadas e pela água libertada pelos alimentos, o que resulta na formação de compostos responsáveis pela
diminuição das qualidades nutricionais e por defeitos sensoriais, nomeadamente, o ranço. O uso de antioxidantes sintéticos em
óleos, isto é, de compostos capazes de prevenir a oxidação, apresenta efeitos limitados devido à sua volatilidade e
instabilidade a altas temperaturas, além da evidência de que o seu uso pode ter efeitos cancerígenos”, explica a investigadora
Carla Tecelão.
Foi neste contexto que surgiu o projeto Ocean2Oils, financiado pelo Fundo Azul – Direção-Geral de Política do Mar, que visa
explorar as potencialidades que o oceano pode oferecer para ultrapassar alguns constrangimentos no processamento de óleos
alimentares, considerando que as algas são uma fonte de compostos de alto valor, em particular, de antioxidantes e pigmentos,
que podem ser usados em alimentos e suplementos alimentares.
O consórcio do projeto Ocean2Oils envolve duas instituições de ensino superior, o Politécnico de Leiria, na qualidade de
promotor, e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Conta ainda com a participação da empresa Sovena
Consumers Goods, do mercado de azeite, óleos vegetais e sabões, e da Francisco Baratizo, sediada em Peniche, que se
dedica à comercialização de peixe e produtos da pesca (congelação e transformação de produtos da pesca).
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