O grupo parlamentar quer que o Governo dê conhecimento à Assembleia da República das diligências efetuadas e respetivo ponto de situação e proceda à identificação dos recursos necessários (humanos, financeiros, técnicos) para a devida preservação da serra, em conjunto com a Comissão Diretiva da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto, e assegure esses meios, naquilo que for sua competência.
A 22 de julho de 1999 foi criada a área protegida de âmbito regional, devido ao elevado valor ecológico e importância paisagística, cuja responsabilidade é partilhada pelos Municípios de Alenquer e do Cadaval e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que constituem a Comissão Diretiva da Paisagem Protegida.
Após mais de vinte anos o respetivo plano de ordenamento ainda não foi elaborado. Os Verdes apontam que “o risco de incêndio florestal continua a ser o mais preocupante para a sobrevivência deste ecossistema único na região Oeste, o que levou em 2004 à sua classificação como zona crítica, pelo Estado, integrando a lista prioritária para a aplicação de medidas mais rigorosas na defesa da floresta”.
“Os objetivos desse plano consistem em assegurar uma correta estratégia de conservação e gestão que permita a concretização dos objetivos que presidiram à classificação como paisagem protegida, assim como a conservação dos habitats naturais da fauna e flora e a compatibilização dos usos, tendo em conta a proteção e a valorização dos recursos naturais e as atividades humanas”, sustentam.
Para o partido ecologista, “a inexistência desse plano de ordenamento constitui uma das principais dificuldades para a execução de uma efetiva política de conservação e valorização e defesa da Serra de Montejunto”.
Entretanto, foram feitos estudos pela OesteCIM que confirmaram a necessidade premente de proteger a Serra de Montejunto. Preconizavam esses estudos, entre outros objetivos, valorizar a Fábrica do Gelo, os Conventos dos Dominicanos e Áreas Envolventes, defender e valorizar a Mata dos Castanheiros, promover parques temáticos da natureza, incluindo a conversão de espaços e equipamentos como as instalações abandonadas da Força Aérea,e a criação de estruturas de apoio e transportes turísticos. Deveriam ser revitalizadas as azenhas da aldeia serrana de Pragança e criado o Natur-museu das Orquídeas do Montejunto.
22º aniversário
A Paisagem Protegida da Serra de Montejunto comemorou o seu 22º aniversário. As celebrações tiveram início no dia 23 de julho com a assinatura de um protocolo de colaboração entre a Associação de Municípios de Alenquer e Cadaval e a Associação de Orquídeas Silvestres – Portugal. Irá contribuir para a identificação, preservação e conservação das orquídeas silvestres, e para a sua valorização enquanto parte integrante de um património natural único existente na Paisagem Protegida da Serra de Montejunto. Nos dias 24 e 25 de julho decorreu o tradicional Mercado de Produtos e Serviços da Área Protegida, levando diferentes produtores de vinho, licores, mel, queijo, doçaria, alojamento local, entre outros, a mostrarem à população que visitou a Serra de Montejunto não só os seus produtos e a arte de bem-receber, como a boa sinergia que é possível existir entre a conservação da natureza e a economia local.
Com a premissa de que para conservar e valorizar é preciso conhecer, decorreu ainda um bioblitz de insetos, um evento científico com o objetivo de identificar o maior número de insetos num curto espaço de tempo. Esta atividade que teve grande adesão e recetividade pelo público, contou com a colaboração da Tagis – Centro de Conservação de Borboletas de Portugal, onde dois grupos de miúdos e graúdos tiveram a oportunidade de experienciar um dia diferente.
Através de uma caminhada pela renovada estação da biodiversidade, várias famílias participaram com grande entusiamo na captura, identificação e libertação dos diferentes grupos de insetos – borboletas, gafanhotos, abelhas, entre muitos outros, que se encontram neste refúgio que é a Paisagem Protegida da Serra de Montejunto.
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