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Óbidos: Construções que preocupam

Rui Calisto

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Depois de uma incursão por alguns recantos de Óbidos pude reparar em determinadas “liberdades” no quesito “construção”, especialmente em áreas próximas da Lagoa. É uma situação deveras perturbadora, pois pode ser o mote para que, num futuro breve, diferençados pulmões verdes deixem de existir.

O quadro político de Óbidos deve permanecer inalterado nas próximas autárquicas, o que pode ser mau para a mesologia local. A não ser que o candidato da situação (PSD) – que não conheço pessoalmente – tenha reflexos objetivos, e concretos, em relação ao valor ecológico do concelho.

Há, ali, áreas que podem ser qualificadas como protegidas, devido à sua tipologia. Duas entrariam na classificação “Parque Natural”, uma como “Reserva Natural”, e outra como “Paisagem Protegida”.

“A classificação de uma área protegida visa conceder-lhe um estatuto legal de protecção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património geológico, bem como à valorização da paisagem.” (Regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade, decreto-lei nº 142/2008, artº12º).

Óbidos possui um património verde que, se for defendido, pode ser uma mais-valia económica para todo o distrito.

Não quero, evidentemente, que se deixe de construir na vila de Óbidos, porém, as áreas devem ser limitadas, e os espaços verdes valorizados, para bem do próprio concelho e, claro, das gerações futuras. Os fundamentos essenciais nos conceitos de educação, conservação e sustentabilidade ambiental, se forem colocados em prática conscientemente, podem contribuir de modo significativo para o bem-estar social, cultural, económico e ambiental de moradores e turistas, além de permitir que o clima seja mais equilibrado num raio de ação maior.

Óbidos não é só o Castelo e a Lagoa, e mesmo estes necessitam de, no seu entorno, espaços orgânicos, capazes de os valorizar ainda mais.

A construção desequilibrada, e vil, menospreza o ecoturismo, o que significa que a vila de Óbidos pode perder uma fatia de mercado muito tentadora, pois esse mesmo turismo ecológico movimenta (segundo a OMT – Organização Mundial de Turismo) quase 25% de pessoas, a nível planetário, permitindo uma faturação líquida de mais de 260 mil milhões de dólares. Para Óbidos integrar o conjunto de regiões que beneficiam dessa benesse, seria necessário implementar uma real política de proteção ambiental.

As grandes áreas verdes devem ser peças basilares no puzzle do traçado e da gestão municipal, pois podem representar uma panóplia de funcionalidades que permitem a diminuição do impacto das inferências negativas das ações humanas. Uma dessas más práticas é, sem dúvida, a autorização, por parte da autarquia, para que se construa indiscriminadamente em locais que deveriam ser parques e/ou reservas naturais e paisagens protegidas.

Harmonizar as estruturas naturais com as construídas é uma das excecionais competências do século XXI na gestão concelhia. Quanto mais cimento, betão e asfalto, menos qualidade de vida.

Na década de 80, do século passado, o Japão iniciou um projeto de reaproximação das pessoas à natureza, para isso desenvolveu o Banho de Floresta (shinrin-yoku). Qing Li, médico imunologista, diretor da Sociedade Japonesa de Medicina Florestal, um dos mais proeminentes estudiosos desse assunto, diz que: “Somente frequentando bosques, florestas e parques naturais é que o ser humano atual pode combater uma das grandes epidemias do nosso tempo: O stress”.

Construir em Óbidos? Sim. Mas com total respeito ao meio ambiente. E, já agora, utilizando ferramentas como o “Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis”, assim podemos pensar nas pessoas de modo sincero, e não apenas como legenda de ocas campanhas políticas.

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