Os dois atletas naturais do concelho de Caldas da Rainha estiveram presentes no momento que serviu como forma de reconhecimento público e institucional do seu desempenho e percurso individual, tendo ambos prometido dar o máximo no Japão. No caso de João Almeida, que vai estrear-se nos Jogos, depois de ter sido sexto na edição de 2021 da Volta a Itália, assumiu que “estar lá é já uma grande vitória”.
“Mas tudo o que vier é bem-vindo. Obviamente, trazer uma medalha para casa de uns Jogos Olímpicos será um sonho tornado realidade”, apontou o ciclista de 22 anos, garantindo estar “muito satisfeito” com a sua preparação.
Igualmente disse que “tenho tudo para me sentir bem e para correr bem. Sei que os adversários são fortes, mas fiz uma boa preparação, a melhor que consegui, e acho que estou preparado para dar o meu melhor”.
O atleta, que espera “muita dureza” nos Jogos de Tóquio, refere que a sua participação será “uma grande experiência”, pois já conhece o percurso dos Jogos, tanto o contrarrelógio, como o de estrada. “Vão ser corridas muito duras. Vai ganhar o mais forte, mas é preciso correr com inteligência”, apontou o ciclista, adiantando que será “com orgulho” que leva as Caldas da Rainha até ao Japão.
Também o triatleta João Pereira, de 33 anos, ambiciona uma medalha, depois do quinto lugar nos Jogos de 2016. “Quando me comprometi a trabalhar foi para tentar melhorar o resultado”, referiu o caldense, adiantando que “é bastante complicado, mas fui apoiado durante quatro anos para tentar trabalhar para uma medalha. Não escondo: o sonho é trazer uma medalha”.
Durante os últimos meses, o triatleta procurou preparar-se bastante, sobretudo a pensar na “questão da climatização, que vai ser importante, porque vai ser uma prova muito quente, com a temperatura da água muito quente”. “A minha prova começa às seis e meia da manhã e também tivemos de mudar horários a pensar nisso. As condições vão ser bastante duras, mas fizemos uma boa adaptação”, explicou João Pereira, que se mostrou confiante nas suas possibilidades de trazer a medalha de uma prova “muito imprevisível, para a qual os 55 atletas a alinhar à partida trabalharam todos muito durante cinco anos”.
O atleta também disse que “há um milhão de atletas no mundo que fazem triatlo e ali já só estou a lutar contra 54. Ou seja, já reduzi tantos, porque não hei-de ser eu o melhor? É assim que penso”.
Recordou ainda o facto de em 2016 ter sido “um dos maiores críticos, por causa das condições, e neste momento não consigo criticar ninguém”, descrevendo as condições dadas pela Federação de Triatlo, Comité Olímpico de Portugal, Instituto Português do Desporto e da Juventude e Câmara Municipal das Caldas da Rainha para “continuar a treinar e para estar o melhor possível”.
No fundo, segundo João Pereira, “acaba por ficar toda a responsabilidade da minha parte, porque todos fizeram o que era suposto fazer para eu conseguir chegar aos Jogos Olímpicos nas melhores condições”. Contudo, “mais do que o próprio resultado, é sentir que consegui dar o meu máximo”.
Embaixadores da cidade
Além da presença dos atletas, o evento contou com a presença de familiares, amigos e de dirigentes, como foi o caso do presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, que destacou a “forma apaixonada como a autarquia sente aquilo que são os desempenhos dos caldenses nos diferentes palcos desportivos, no caso concreto nos Jogos Olímpicos”.
Recordou que uma das primeiras pessoas a ser objeto de distinção por parte da autarquia foi o chefe de missão Marco Alves, caldense que já se encontrava na Aldeia Olímpica a preparar tudo.
Já o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Pataco, referiu que “as Caldas da Rainha é uma cidade desportiva e tem um acolhimento muito caloroso às modalidades, como é o caso do ciclismo, triatlo, pentatlo, entre outras”.
Em relação aos atletas, disse que “ambos são embaixadores da sua cidade, e por isso é muito importante que os municípios façam este tipo de reconhecimento e que valorizem aquilo que são as origens dos seus atletas, e ainda apoiem o trajeto que eles fazem”.
Presente na iniciativa também esteve o vereador do desporto, Pedro Raposo, e o presidente da Câmara Municipal, Tinta Ferreira, que declarou que “é um motivo de orgulho para nós o facto de ter dois atletas das Caldas da Rainha a participar nos Jogos Olímpicos, e isso é um momento histórico”. “Quer um quer outro já deram provas do seu potencial e da sua capacidade, e por isso o que vos pedimos é o costume, que deem o vosso melhor e dedicação na competição”, manifestou o edil, desejando que “esta iniciativa também sirva de referência à juventude para a prática desportiva”.
Além da mala, os atletas também levam “uma lembrança especial”, uma ilustração do artista caldense Bruno Reis, que representa a dimensão humana não só olímpica, mas também paralímpica.
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