“David’s Bench” ou, em português, “Banco de David”, dirige o seu olhar sobre a vastidão do vale, com as montanhas recortadas no horizonte, chamando a atenção para a beleza da paisagem. Acentuando um lado humano que frequentemente está presente nas suas composições, a escultora criou um banco que convida a sentar sobre a própria peça. Ela torna-se assim, não apenas uma obra de arte, mas também um objeto de utilidade quotidiana.
A escultura “David’s Bench” representa o olho da estátua “David”, de Miguel Angelo (1475- 1564), a mais famosa escultura do Renascimento italiano e uma das mais reconhecíveis estátuas de toda a história da arte. A escultora que realizou esta peça no simpósio de escultura nas Caldas da Rainha em 2014, escolheu reproduzir apenas uma pequena parte do rosto da estátua, aumentando a escala para grandes dimensões.
A obra captura o espírito da composição original e a expressão desafiante e determinada de David, o jovem herói bíblico que perante a ameaça do gigante Golias, o vence. A autora procura com a realização desta escultura, chamar-nos a atenção para a importância do olhar: é através dele que nos relacionamos com o mundo, mas é também por ele que os outros nos podem (realmente) ver, ou como diz o povo, “os olhos são a janela da alma”.
A iniciativa faz parte do projeto “Museu na Aldeia”, onde treze aldeias recebem as peças de treze museus do território da Rede Cultura 2027, que candidata Leiria a Capital Europeia da Cultura.
A partir de objetos que os participantes das aldeias tinham em casa, desenvolveu-se e esclareceu-se a ideia de museu e do valor museológico. Depois, os objetos de cada museu foram apresentados à comunidade. O projeto decorre até ao fim de 2022, ano em que as aldeias vão ao museu apresentar a reinterpretação das peças.
O “Museu na Aldeia” arrancou em dezembro de 2020, em Mosteiro (Pedrógão Grande), e pretende, acima de tudo, chegar a idosos autónomos com mais de 65 anos que vivam em comunidades mais isoladas e que se encontrem em solidão.
Inclui as localidades de Fetelaria (Sobral de Monte Agraço), Freixianda (Ourém), Cabeças (Alvaiázere), Columbeira (Bombarral), Pena e Casal da Pena (Torres Novas), Casal de Santo António (Porto de Mós), Louriceira de Cima (Arruda dos Vinhos), Alcanadas (Batalha), Fanhais (Nazaré), Ateanha (Ansião), Folgarosa (Torres Vedras) e Cercal (Cadaval).
Os espaços museológicos participantes são o Museu do Vidro (Marinha Grande), Museu Casa do Tempo (Castanheira de Pera), Museu de Leiria, Museu da Arte Popular Portuguesa (Pombal), Museu e Centro de Artes (Figueiró dos Vinhos), Museu Municipal de Alenquer, Museu da Lourinhã, Rede Museológica do Concelho de Peniche, Rede de Museus e Galerias de Óbidos, Centro de Artes das Caldas da Rainha, Museu Raul da Bernarda (Alcobaça), Museu de Aguarela Roque Gameiro (Alcanena) e Centro de Estudos em Fotografia de Tomar.
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