Este mercado, que é essencialmente de proximidade, nasceu de “uma simples conversa com o anterior presidente da Câmara Municipal, Telmo Faria, no sentido de ter uma banca com produtos biológicos na vila, e dois meses depois inaugurámos o mercado com dez bancas”, recordou o responsável pelo Mercado Biológico de Óbidos, João Baptista, adiantando que começou por ser abastecido por “dois produtores locais”, sendo atualmente abastecido por “uma legião de agricultores, com cinco hectares de produções em Óbidos, Caldas da Rainha, Bombarral e Lourinhã”, que comercializam desde carne a hortaliças, passando pela fruta, mel, ervas aromáticas ou doces regionais.
Ao fim de cinco anos, o projeto biológico teve a oportunidade de se deslocar para um edifício antigo da Rua Direita, dentro do castelo, onde se encontra instalado até aos dias de hoje. Atualmente divide o espaço com a livraria do mercado, que possui diversos livros em segunda mão, dispostos em caixas de madeira que enchem as paredes do edifício.
Segundo João Baptista, “na altura o espaço estava disponível e houve a possibilidade de transferir o mercado para aqui, de modo a dar-lhe outras condições e visibilidade”, adiantando que “as caixas de fruta apareceram mais tarde com a Vila Literária, e nesse momento sugeri que fossem livros antigos e ligados à agricultura biológica”, no sentido de “haver aqui uma linha comum” entre ambos.
Para o responsável, “está aqui subjacente a ligação do aspeto biológico de reutilização das coisas, através da ideia de poupança de recursos e de segunda oportunidade dada aos produtos”.
Diariamente, o mercado biológico comercializa “um pouco de tudo”, desde os legumes até aos hortícolas, passando pelas frutas, ervas aromáticas, chás, biscoitos, bolachas e compotas, numa combinação harmoniosa entre os produtos alimentares e culturais.
“Tentamos vender o máximo possível apesar de continuar a ser difícil singrar com a parte biológica face à agricultura convencional”, sublinhou João Baptista, adiantando que quando há excedente de produto ainda o vendem mais barato, possibilitando que mais pessoas possam ter acesso a este tipo de alimentos. Apesar deste “tipo de agricultura ser um nicho de mercado”, o responsável esclarece que tem tido cada vez mais adeptos, havendo estrangeiros a residir na região assim como algumas famílias locais que são clientes fixos deste mercado, consumindo apenas produtos biológicos.
Algumas dessas encomendas também são feitas semanalmente e entregues na casa dos clientes através do projeto de entrega de cabazes ao domicílio, com intuito de fornecer “um cabaz equilibrado”. “Não é um conjunto de produtos, mas sim obrigatoriamente três ou quatro frutas, e seis vegetais para confecionar sopa ou acompanhamento”, explicou o responsável, adiantando que esta iniciativa cresceu com a pandemia, fornecendo entre dez a quinze pessoas do concelho.
Além dos legumes e das frutas, o mercado também comercializa produtos de projetos locais relacionados com a área social, pois “fazemos questão de promover a sustentabilidade e a reutilização”.
O Mercado Biológico de Óbidos, que está aberto diariamente entre as 10h00 e as 19h00, continua “a vender menos 30 a 40% daquilo que vendia antes da pandemia, mas mesmo assim já se começa a ver algum movimento na vila”. Futuramente, o mercado vai incrementar a loja online e apostar na divulgação de receitas, concelhos, e mais valias dos produtos biológicos.
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